BEM-AVENTURADOS
OS AFLITOS
O TEXTO EVANGÉLICO: (Mateus, V, 5, 6 e 10; Lucas, VI, 20 e 21):
“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados; os que têm fome e sede
de justiça, porque serão fartos; os que padecem perseguição por amor da
justiça, porque deles é o Reino dos Céus; os que choram agora, porque rirão; os
que têm privações, porque terão a fartura; os pobres, porque herdarão o Reino
de Deus”.
JUSTIÇA DAS AFLIÇÕES: por que uns são feios e outros bonitos? Uns
são ricos e outros pobres; uns gozam de saúde e outros são doentes; uns padecem
tudo, e outros tudo ganham; uns morrem ao nascer e outros vivem muitos anos;
uns são inteligentes e outros, idiotas; uns são deformados e outros ,
perfeitos; para uns, tudo dá certo e para outros, tudo errado? Por que essa
aparente “injustiça” de Deus? Como sabemos que não há efeito sem causa,
devemos saber que isso decorre do equilíbrio da Natureza, através das leis de
ação e reação. Assim, todas as aflições da vida têm uma causa, e como Deus é
justo, essa causa deve ser justa. Devemos descobri-la.
CAUSAS ATUAIS DAS AFLIÇÕES: as
dificuldades ou os problemas humanos têm duas origens: umas têm sua causa na
vida presente, e outras, em vidas passadas. Na atual passagem pelo corpo
físico, muitas quedas decorrem de nossa própria culpa, pela imprevidência, pelo
orgulho, pela ambição, pela indisciplina, pelo mau comportamento, pela vaidade.
Os acidentes, as ruínas, as uniões infelizes, os desajustes familiares, em
muitos casos, são reações de nossas ações, do que podíamos evitar e não
evitamos. Não devemos, assim, acusar a sorte; devemos procurar descobrir nossas
falhas e corrigi-las, criando campo vibratório, para o crescimento moral.
CAUSAS ANTERIORES DAS AFLIÇÕES: quando, embora com o nosso melhor esforço e
as nossas mais puras indagações, não encontramos, na vida presente, uma
“explicação” para determinados problemas, tal explicação se acha nas vidas
passadas ou em outras vidas. Isto porque, como já aprendemos, não há efeito
sem causa. Essas leis (de causa e efeito) da Natureza são reconhecidas até
pelos cientistas materialistas como perfeitas. Nós, espíritas-cristãos, com
maior razão, as aceitamos. Assim, a perda do ente querido ou de fortunas,
embora todas as providências fossem tomadas para evitá-la; os flagelos
naturais; as deformidades de nascença; as mortes em tenra idade, sem que tais
almas tenham praticado o bem ou o mal; além de outros fatos, cuja explicação
não encontra justificativa na vida presente, e que têm a sua causa sempre
anterior ao efeito, são decorrências de outras existências. E, como Deus é
justo — não punindo pelo bem que fez, nem pelo mal que não fez —, se sofremos nesta vida sem praticarmos o
mal, por certo, o praticamos em outra vida. Talvez, até, estejamos passando
por provas que pedimos.
ESQUECIMENTO DO PASSADO: se, por um raciocínio
lógico, e pela perfeição da Justiça Divina, entendemos que as aflições
presentes podem ser causadas pelas nossas imperfeições e pela nossa
invigilância, nesta vida, ou quando para elas não temos explicações, sofremos
pelo que fizemos no passado, corremos o risco de perguntar: — Por que, se eu
vivi antes, não posso saber o que fiz e quem fui no passado? “Se Deus julgou conveniente lançar um véu
sobre o passado, é que o julgou útil, evitando graves inconvenientes, pois ora
humilharia o ser humano, ora exaltaria seu orgulho, causando obstáculos ao
livre-arbítrio do homem e embaraços às relações sociais.
MOTIVOS DE RESIGNAÇÃO COM AS AFLIÇÕES: como quem paga um débito
cumpre um dever moral, as dores sofridas nesta vida representam a quitação mais
rápida de faltas passadas, poupando-nos de sofrimentos futuros. Assim, ao invés
de vermos apenas os erros alheios e acharmos que Deus é injusto, devemos pedir:
Senhor, ensina-me a descobrir onde eu
errei, nesta ou noutra vida.
(Parte
integrante da apostila do Curso Básico de Educação Mediúnica – Ano I – Centro Espírita
Ismael).