5 de janeiro de 2011

EXPLANAÇÕES SOBRE O ESPIRITISMO

EXPLANAÇÕES SOBRE O ESPIRITISMO
Muitos questionam se a doutrina espírita pode ser entendida como uma religião. Primeiramente, lembremos que a palavra religião vem do termo em latim religare, que significa religar, assim como o termo sânscrito yoga, que significa união. Mas religar com o quê? Resumidamente, eu diria: com Deus.
Neste sentido o espiritismo é uma religião, pois sua proposta tem esse objetivo maior.
Porém, quando pensamos que uma religião geralmente é formada por sacerdotes, possui determinados rituais e dogmas, então podemos dizer que a doutrina espírita não é uma religião, pois oficialmente, Kardec, o codificador do espiritismo, não deixou nada disso. Por isso, muitos preferem dizer que a doutrina espírita possui três aspectos: o científico, o filosófico e o moral, ao invés de religioso.
Mas não importa, pois é apenas uma questão de ponto de vista.
Quando dizemos que no espiritismo não existem rituais, não significa que os mesmos sejam inúteis. Muito pelo contrário, sabemos que através de determinados rituais, quando praticados de forma sincera e vivenciada, e não apenas mecanicamente, podemos despertar sentimentos benéficos e transcendentais, assim como manipular determinadas energias curativas. Isso quando praticados de forma positiva, sem sentimentos egoístas.
O espiritismo tem um objetivo: despertar as consciências humanas para uma realidade maior. A proposta dos espíritos era trazer ensinamentos que fossem direto ao ponto, desviando-se de determinadas rotas, não que sejam inúteis, como já explicamos, mas que deveriam ser dispensadas, devido ao contexto científico em que a doutrina espírita estava inserida. Como o mundo ocidental, naquela época, estava saturado de rituais praticados de forma mecânica, pois muitas pessoas já não encontravam mais respostas para suas aflições íntimas nas religiões dominantes (catolicismo e protestantismo, no Ocidente), os espíritos ligados à codificação espírita não deixaram nenhum ritual imposto.
Com relação ao corpo sacerdotal, uma vez que os ensinamentos foram transmitidos através de diversos médiuns, do mundo inteiro, não seria justo escolhermos apenas algumas pessoas para atuarem como “representantes divinos”. A todos cabe a missão de divulgar a verdade ao homem, mediunicamente ou não, assim como a todos cabe a tarefa da autotransformação. Lembremos que nem Kardec se considerou o “dono” da doutrina espírita, pois a chamou de espiritismo e não de “kardecismo”.
Portanto, podemos considerar o espiritismo também como uma religião, não no sentido ritualístico e sacerdotal, mas em seu sentido mais profundo, que é o religare.
Mas o espiritismo é uma religião cristã?
É cristã, mas também está além do cristianismo.
É cristã porque utiliza, como base moral, os ensinamentos de Jesus, o Cristo.
Porém, precisamos ter uma compreensão do Cristo que seja distante dos apegos infantis do fanatismo religioso. Se formos comparar a essência dos ensinamentos de Jesus, veremos que estão perfeitamente de acordo com os de Sidartha Gautamma, o Buda que encarnou 500 anos antes de Jesus.
O mesmo ocorre se compararmos com os ensinamentos de Krishna e Lao-Tze. Portanto, o fato da doutrina espírita se apoiar no cristianismo não significa que ela esteja em desacordo com outras doutrinas religiosas.
Vale lembrar, também, que o cristianismo exerce sua força no Ocidente, portanto,dificultaria ainda mais sua aceitação se ao invés de falar de Jesus, os espíritos consoladores tivessem tomado como base religiosa o budismo, por exemplo.
Espiritismo não é igreja
Espiritismo não é simplesmente religião. Ele não veio ao mundo com objetivo nenhum de ser religião. Trata-se de uma doutrina filosófica, com base calcada na racionalidade, na lógica e na razão, apenas com conseqüências religiosas, haja vista que os seus adeptos ficam livres da submissão a qualquer religião, por não serem obrigados a coisa nenhuma e nem serem proibidos de nada. Há centros espíritas que se portam como se fossem igrejas, mas isto é produto da concepção equivocada dos seus dirigentes, que ainda sentem a necessidade da rezação, em que pese o Espiritismo ser algo muito acima disto.
Não existe 'Kardecismo', existe 'Espiritismo'
Pessoas equivocadas costumam utilizar-se da expressão 'kardecismo', para identificar algo que ele imagina ser uma 'ramificação' do Espiritismo, achando que Espiritismo é um 'montão de coisas' que existe por aí, quando na realidade não é. 
A palavra 'Espiritismo' foi criada, ou inventada, como queiram, pelo senhor Allan Kardec, exclusivamente, para denominar a doutrina nova que foi trazida ao mundo, por iniciativa de Espíritos, e que tem os seus postulados próprios.
Portanto, qualquer crença ou prática religiosa que utiliza-se da denominação 'Espiritismo', fora desta que se enquadre nos seus postulados, está utilizando-se indevidamente de uma denominação, mergulhando no campo da fraude. Daí a verdade que o nome disto que vocês chamam de 'kardecismo', verdadeiramente é 'Espiritismo'.
Apenas para clarear o campo de conhecimento dos que ainda têm dúvidas, em achar que Candomblé, Cartomancia, Necromancia, Umbanda e outras práticas espiritualistas é Espiritismo, vai aqui uma pequena tabela, exemplificando algumas práticas de alguns segmentos, para apreciação daqueles que consideram relevante o uso da inteligência e do bom senso, a fim de um discernimento mais coerente e responsável.
Veja quem adota e quem não adota o quê:
Procedimentos, Práticas e Rituais
 Umbanda 
 Catolicismo 
 Espiritismo 
Altares
Sim
Sim
Não
Imagens
Sim
Sim
Não
Velas
Sim
Sim
Não
Incensos e Defumações
Sim
Sim
Não
Paramentos e Vestes Especiais
Sim
Sim
Não
Obrigações aos participantes
Sim
Sim
Não
Proibições aos participantes
Sim
Sim
Não
Ajoelhar, Sentar e Levantar-se em Cultos
Sim
Sim
Não
Bebidas Alcoólicas em Cultos
Sim
Sim
Não
Sacerdócio Organizado
Sim
Sim
Não
Sacramentos
Sim
Sim
Não
Casamentos e Batizados
Sim
Sim
Não
Amuletos, Pátuas, Escapulários, Rosários
Sim
Sim
Não
Hinos, Cânticos e Pontos Cantados
Sim
Sim
Não
Crença em Satanás
Sim
Sim
Não
Como pode, então, um profissional que tem a obrigação de estar bem informado, poder afirmar que Espiritismo e Umbanda são a mesma coisa? Não seria mais coerente dizer que tem mais semelhanças com o Catolicismo, embora não seja também a mesma coisa?
O espírita não tem a menor pretensão de diminuir ou desvalorizar o adepto da Umbanda que, por sua vez, tem também a sua denominação própria que é Umbanda, e não Espiritismo, apenas quer deixar claro que Espiritismo é Espiritismo e Umbanda é Umbanda, assim como Catolicismo é Catolicismo, Protestantismo é Protestantismo.
A afirmativa que alguns fazem, em dizer que tudo é a mesma coisa, com a diferença de que na Umbanda se reúnem negros e pobres e no tal 'Kardecismo' se reúnem o que chamam de elites, é extremamente leviana, desonesta e irresponsável. O Espiritismo não faz qualquer discriminação de raças, cor ou padrão social, já que em seu movimento existem inúmeros negros, mulatos, brancos e de todas as etnias. 

Allan Kardec não inventou o Espiritismo
Allan Kardec não inventou ou criou Espiritismo nenhum. A proposta veio de Espíritos, através de manifestações espontâneas, consideradas como fenômenos, na época, e ele, que nada tinha a ver com aquilo, foi convidado por alguns amigos para examinar e analisar os tais fenômenos, em suas casas, oportunidade em que foi convidado, pelos Espíritos, pela sua condição de pedagogo e educador criterioso, a organizar aqueles ensinamentos em livros e disponibilizar para a humanidade.
Ele foi tão honesto e consciente de que a obra não era de sua autoria, que evitou colocar o seu nome famoso na Europa antiga (Denizard Rivail) como autor dos livros e preferiu utilizar-se de um pseudônimo. É bom que se saiba que o tal professor Rivail era autor famoso de livros didáticos e que tudo o que aparecia com seu nome vendia muito, não apenas na França como em toda a Europa.
Atentem para o detalhe: Os Espíritos optaram por um pedagogo, um professor, e não por um padre, um religioso, o que nos convida a entender que o Espiritismo é escola e não igreja.

Sobre a reencarnação
Não é patrimônio exclusivo do Espiritismo e não foi inventada pelo Espiritismo, posto que é algo conhecido pela maior parte da humanidade, por milênios, muito antes do Espiritismo, que tem apenas 151 anos de idade.
O espírita, depois de estudar a reencarnação, não crê na reencarnação, ele passa a SABER a reencarnação, o que é diferente. Exemplificando: Você crê que a Lua existe ou você sabe que ela existe? Afinal, você pode vê-la e comprovar, inclusive cientificamente? É isto aí.
Portanto a afirmativa de que os espíritas crêem na reencarnação é infantil e sem sentido.

Sobre a mediunidade
Também não é patrimônio exclusivo e nem foi inventada pelo Espiritismo. É uma faculdade humana normal e independe de crença religiosa, já que a pessoa pode possuí-la, com maior ou menor intensidade, acredite ou não. O Espiritismo apenas se dispõe a estudá-la, educar e disciplinar as pessoas que a possuem, para que o seu uso possa ser benéfico a elas e aos outros, absolutamente dentro dos elementares padrões de moralidade. Segundo os postulados espíritas ela não deve ser comercializada, nunca, e deve ser utilizada gratuitamente; todavia é praticada comercialmente em alguns lugares do mundo, por pessoas que são médiuns, inclusive honestas, mas nada sabem sobre Espiritismo, numa comprovação de que ela existe fora do meio espírita.
Nem todos os que têm a capacidade de estabelecer um contato mediúnico são, por esse motivo, espíritas. Esse falso julgamento faz com que muitas pessoas tenham uma idéia errônea do que seja o Espiritismo e dela se afastem sem buscar conhecê-la. 
Qualquer afirmativa do tipo que 'alguém tem mediunidade e precisa desenvolver' é vinda de pessoas inconseqüentes, mesmo algumas que se auto rotulam espíritas, posto que o Espiritismo propõe que a faculdade deve ser educada e não desenvolvida, indo até alem, informando que a pessoa deve educar-se para a mediunidade.

Sobre o caráter do centro espírita 
É um local que deve atuar como escola e não como igreja. A sua proposta é de estudos, sobretudo da matéria que trata da reforma íntima das pessoas, dando ciência do papel de cada um de nós na terra, da nossa razão de existir enquanto criaturas úteis ao nosso próximo, esclarecimento da nossa condição espiritual no presente e no futuro e, principalmente, a nossa conduta moral. 
Recomenda a prática da Caridade, sim, mas de forma ampla no sentido de orientar e informar aos outros sobre os meios de libertações dos conflitos, das amarguras, das incompreensões e do sofrimento em si e não esse entendimento estreito de que Caridade se resume apenas a dar prato de sopa ou roupas usadas para pobres, para qualificar o doador como bonzinho.
Adota Jesus, sim, inclusive como o maior modelo e guia que temos para seguir, concebendo o seu Evangelho como a bula coerente a nos conduzir, e não como sendo ele o próprio Deus. Enfim. O centro espírita é um local de estudo e não de rezação.

Sobre quem é reencarnação de quem
Não consta da atividade espírita a preocupação de quem é reencarnação de quem, uma vez que esta discussão é irrelevante, não tem razão nenhuma, não acrescenta absolutamente nada na proposta espírita para a criatura humana, em que pese alguns espíritas, apenas alguns, (nem todos entendem bem a proposta da doutrina) se ocuparem com esse tipo de discussão. Falar em quem é ou talvez possa ser reencarnação de quem, é conversa amena de momentos de descontração de espíritas, apenas em nível de curiosidade ou especulação, jamais tema de estudo sério da casa espírita. Ainda que possa existir, em alguns locais de estudos mais profundos e pesquisas espíritas, interesses em trabalhar as questões da reencarnação, os estudiosos apenas sugerem que fulano possa ser a reencarnação de alguém, mas nunca afirmam, apesar de evidências marcantes e inquestionáveis, quando a condução da pesquisa é séria e criteriosa. Quem anda dizendo que é a reencarnação de reis, de rainhas e de personagens poderosas do passado não são os espíritas, são apenas alguns bobos que estão no Espiritismo sem consciência do seu papel.

Apologia ao sofrimento
Matérias de revistas e jornais, dentro deste equívoco que nos referimos, chegaram a afirmar, diversas vezes, que o Espiritismo ensina as pessoas a serem acomodadas em relação ao sofrimento e até chegarem a dizer que o sofrimento é bom. Não condiz com o coerente ensinamento do Espiritismo. Se algum espírita chega a dizer isto, certamente é vítima do masoquismo e, provavelmente, deve praticar um ritual em sua casa, quando, talvez uma vez por semana, colocar a mão sobre uma mesa e dar uma martelada em seu dedo. Sofrimento não é condição fundamental para a evolução de ninguém, embora entendamos que, ao passar por ele, muitas pessoas terminam acordando para a realidade da vida e mudando de conduta, sobretudo no campo do orgulho, do egoísmo e da presunção.

Mesa branca
Não existe espiritismo mesa branca, alto espiritismo, baixo espiritismo ou qualquer ramificação do Espiritismo, que é um só. O hábito de forrar mesas com toalhas de cor branca, na maioria dos centros espíritas, nada mais é que um hábito de alguns espíritas, de certa forma até equivocados também, uns talvez achando que a cor branca da toalha ou das roupas das pessoas tem algum significado virtuoso, quando na verdade não existe esta orientação no Espiritismo. Muito pelo contrário, seria preferível utilizar toalhas (por que tem sempre que ter toalhas nas mesas?) de outras cores, posto que tecidos em cor branca têm maior facilidade de sujar. Portanto a citação de 'espiritismo mesa branca' é mais uma expressão da ignorância popular.

Terapia de vidas passadas
Não é procedimento espírita, em que pese ser recomendável em alguns casos, porém em consultórios de profissionais especializados, geralmente psicólogos ou médicos. É fato, existe, é comprovado, tem resultados cientificamente respaldados, mas não é prática espírita.

Cromoterapia, piramidologia etc...
Se alguém usa uma dessas práticas no espaço físico de uma casa espírita, é por pura deliberação da direção da casa, que se considera livre para fazer o que quiser, até mesmo dar aulas de arte culinária, corte e costura, curso de inglês, informática ou o que quiser, que são atividades úteis, sem dúvidas. Mas não tem a ver diretamente com o Espiritismo.

Sucessor de Chico Xavier
Isto nunca existiu no Espiritismo, em que pese vários jornalistas terem colocado em matérias diversas, quando o Chico Xavier 'morreu', e ainda repetem, talvez querendo estabelecer alguma comparação do Espiritismo (que vêem apenas como religião) com a Igreja Católica, que tem sucessores dos papas, quando morrem. Chico Xavier nunca foi uma espécie de papa, de cardeal ou de qualquer autoridade eclesiástica dentro do movimento espírita. Divaldo Pereira Franco nunca foi sucessor do Chico, nunca teve essa pretensão, ninguém no movimento espírita fala nisto, que é coisa apenas de páginas de revistas desinformadas sobre o que verdadeiramente é o Espiritismo.

A sua relação com a Ciência
Faz parte da formação espírita a seguinte recomendação: 'Se algum dia a Ciência comprovar que o Espiritismo está errado em algum ponto, cumpre aos espíritas abandonarem imediatamente o ponto equivocado e seguirem a orientação da Ciência'. Mas isto não quer dizer que o que afirma determinadas criaturas, como o padre Quevedo, que se apresenta presunçosamente como cientista, deva ser entendido como Ciência, já que ele não é unanimidade e nem ao menos aceito pela maioria dos cientistas coisa nenhuma. Ele é padre, nada mais do que padre, com um tipo de postura que não aceita nem pela maioria do seio católico, quanto mais pelo científico. Não é à pseudo-ciência ou a opiniões pessoais de um ou outro elemento, que se diz de Ciência, que o Espiritismo se submete, com esta recomendação, é a Ciência, como um todo, em descobertas inquestionáveis. Até agora a Ciência não conseguiu apontar e muito menos comprovar erro em um ensinamento espírita, sequer. Se alguém exige, por exemplo, querer provas por parte dos que afirmam que existe vida fora da Terra, por questão de bom senso deve ter também provas de que não existe. Será que tem?

Medicina e Espiritualidade
Alguns médicos, tradicionalmente, sempre afirmaram que os problemas de saúde das pessoas nada têm a ver com problemas espirituais, porque estes se resumem a crendices. Hoje existe um curso de 'Medicina e Espiritualidade', oficial, dentro da USP (Universidade de São Paulo), a maior Universidade do País, onde são estudados estes questionamentos que alguns continuam a dizer que são crendices. 

A PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO



A PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO

(Lucas, capítulo 10º, versículos 25 a 37)
Um dia, um pobre homem descia da cidade de Jerusalém para uma outra cidade, Jericó, a trinta e três quilômetros daquela capital, no vale do Rio Jordão.
 A estrada era cheia de curvas. Nela havia mui­tos penhascos, em cujas grutas era comum se refu­giarem os salteadores de estradas, que naquele tem­po eram muitos e perigosos.
 O pobre viajante foi assaltado pelos ladrões. Os salteadores usaram de muita maldade, pois, além de roubarem tudo o que o pobre homem trazia, ainda o espancaram com muita violência, deixando-o quase morto no caminho.
Logo depois do criminoso assalto, passou por aquele mesmo lugar um sacerdote do Templo de Sa­lomão. Esse sacerdote vinha de Jerusalém, onde pos­sivelmente terminara seus serviços religiosos, e se dirigia também para Jericô. Viu o pobre viajante caido na estrada, ferido, meio morto. Não se deteve, porém, para socorrê-lo. Não teve compaixão do pobre ferido, abandonado no chão da estrada. Apesar dos seus conhecimentos da Lei de Deus, era um homem de coração muito frio. Por isso, continuou sua viagem, descendo a montanha, indiferente aos sofri­mentos do infeliz...
 Instantes depois, passa também pelo mesmo lu­gar um levita. Os levitas eram auxiliares do culto religioso do Templo. Esse levita não procedeu melhor do que o sacerdote. Também conhecia a Lei de Deus, mas, na sua alma não havia bondade e ele fez o mesmo que o padre, seu chefe. Viu o ferido e passou de largo.
Uma terceira pessoa passa pelo mesmo lugar. Era um samaritano, que igualmente vinha de Jeru­salém. Viu também o infeliz ferido da estrada, mas, não procedeu com: o sacerdote e o levita. O bom samaritano desceu do seu animal, aproximou-se do pobre judeu e se encheu de grande compaixão, quan­do o contemplou de perto, com as vestes rasgadas e sangrentas e o corpo ferido pelas pancadas que rece­bera.
Imediatamente, o bondoso samaritano retirou do seu saco de viagem duas pequenas vasilhas. Uma era de vinho, com ele desinfetou as feridas do pobre homem; outra, de azeite, com que lhe aliviou as do­res. Atou-lhe os ferimentos e levantou o desconhe­cido, colocando-o no seu animal. Em seguida, condu­ziu-o para uma estalagem próxima e cuidou dele co­mo carinhoso enfermeiro, durante toda a noite.
Na manhã seguinte, tendo de continuar sua viagem, chamou o dono do pequeno hotel, entregou-lhe dois denários (*) e recomendou-lhe que cuidasse bem do pobre ferido:
— Tem cuidado com o pobre homem. Se gastares alguma coisa além deste dinheiro que te deixo, eu te pagarei tudo quando voltar.

Jesus contou esta parábola a um doutor da lei que Lhe havia perguntado:
— Mestre, que devo fazer para possuir a Vida Eterna?
Jesus lhe respondeu que era necessário amar a Deus de todo o coração, de toda a alma, de todas as forças e de todo o entendimento; e também amar ao próximo como a si mesmo.
O doutor da lei, apesar de sua sabedoria, pergun­tou ao Divino Mestre quem é o próximo. Então, Jesus lhe contou a Parábola do Bom Samaritano. Termina­da a história, o Senhor perguntou ao sábio judeu:
—  Qual dos três (o sacerdote, o levita ou o sa­maritano) te parece que foi o próximo do pobre ho­mem que caiu em poder dos ladrões?
—  Foi o que usou de misericórdia para com ele —respondeu o doutor.
—  Vai e faze o mesmo — disse-lhe o Divino Mestre.


Entendendo a Parábola do Bom Samari­tano
O   doutor da lei queria saber quem ele deveria considerar seu próximo, a fim de amar esse mesmo próximo. Mas, Jesus lhe respondeu indiretamente à pergunta, com outra questão: “Quem foi o próximo do homem ferido?” Jesus indagou do doutor da lei quem soube ter amor no coração para o desconhecido pade­cente da estrada. E o doutor, que era um judeu (os judeus odiavam os samaritanos), confessou que foi o samaritano,mas sem identifica-lo diretamente, dizendo apenas que foi o que agiu com misericórdia. 
“Vai e faze o mesmo” — é a ordem eterna do Mestre. O nosso próximo é qualquer pessoa que esteja em nosso caminho; é qualquer alma neces­sitada de auxílio; é aquele que tem fome, que tem sede, que está desamparado, que está sofrendo na prisão ou no leito de dor...Que possamos imitar sempre o Bom Sama­ritano. Esteja sempre pronto para socorrer quem so­fre, como o bondoso samaritano fez, sem qualquer indagação ao necessitado.

(*) O denário era uma moeda romana, em curso na Pales­tina no tempo de Jesus.

Se examinarmos atentamente a Doutrina de Jesus, veremos em todos os seus princípios a exaltação da humildade e a humilhação do orgulho.
As personalidades mais impressionantes e significativas de suas parábolas são sempre os pequenos, os humildes, os repudiados pelas seitas dominantes, os excomungados pela fúria e ódio sacerdotal, os acusados pelos doutores da Lei, pelos rabinos, pelos fariseus e escribas do povo, em suma, os chamados heréticos e descrentes! Todos estes são os preferidos de Jesus, e julgados mais dignos do Reino dos Céus que os potentados da sua época, que os sacerdotes ministradores da lei, que os grandes, os orgulhosos, os representantes da alta sociedade!
E para que melhor testemunho desta verdade, que aparece aos olhos de todos os que penetram o Evangelho em espíritos, do que esta Parábola do Bom Samaritano?
Os samaritanos eram considerados heréticos aos olhos dos judeus ortodoxos; por isso mesmo eram desprezados, anatematizados e perseguidos.
Pois bem, esse que, segundo a afirmação dos sacerdotes, era um descrente, um condenado, foi justamente o que Jesus escolheu como figura preeminente de sua Parábola. O interessante, ainda, é que a referida parábola foi proposta a um Doutor da lei, a um judeu da alta sociedade que, para tentar o Mestre, foi inquiri-lo a respeito da vida eterna.
O judeu doutor não ignorava os mandamentos, e como os podia ignorar se era doutor! Mas, com certeza, não os praticava! Conhecia a teoria, mas desconhecia a prática. O amor de toda a alma, de todo o coração, de todo o entendimento e de toda a força que o doutor Judeu conhecia, não era ainda bastante para fazê-lo cumprir seus deveres para com Deus e o próximo.
Amava como amavam os fariseus, como os escribas amavam e como amam os sacerdotes atuais, os padres contemporâneos e os doutores da lei de nossos dias. Era um amor muito diferente e quiçá oposto ao que preconizou o Filho de Deus.
É o amor do sacerdote, que, vendo o pobre ferido, despido e espancado, quase morto, passou de largo; é o amor do levita (padre também da Tribo de Levi), que, vendo caído, ensangüentado, nu e arquejante à beira do caminho, por onde passava um pobre homem, também se fez ao largo; é o amor dos egoístas, o amor dos que não compreenderam ainda o que é o amor; é o amor do sectário fanático que ama a abstração, mas não a realidade!
Salientando na sua Parábola essas personalidades poderosas da sua época, e cujo exemplo é fielmente imitado pelo sacerdócio atual, quis Jesus fazer ver aos que lessem o seu Evangelho que a santidade dessa gente não chega ao mínimo do Reino dos Céus, ao passo que os excomungados pelas Igrejas, que praticam o bem, se acham no caminho da vida eterna.
De fato, quem é o meu próximo, se não o que necessita de meus serviços, de minha palavra, de meus cuidados, de minha proteção?
Não é preciso ser cristão para se saber isto que o próprio Doutor da Lei afirmou em resposta à interpelação de Jesus: “O próximo do ferido foi aquele que usou de misericórdia para com ele.”
Ao que Jesus disse, para lhe ensinar o que precisava fazer a fim de herdar a vida eterna:
“Vai, e faze tu a mesma coisa.”
O que equivale a dizer: Não basta, nem é preciso ser Doutor da Lei, nem sacerdote, nem fariseu, nem católico, nem protestante, nem assistir a cultos ou cumprir mandamentos desta ou daquela Igreja, para ter a vida eterna; basta ter coração, alma e cérebro, isto é, ter amor, porque o que verdadeiramente tem amor, há de auxiliar o seu próximo com tudo o que lhe for possível auxiliar: seja com dinheiro, seja moralmente ensinando os que não sabem, espiritualmente prodigalizando afetos e descerrando aos olhos do próximo as cortinas da vida eterna, onde o espírito sobrevive ao corpo, onde a vida sucede à morte, onde a Palavra de Jesus triunfa dos preceitos e preconceitos
sacerdotais!
Finalmente, a Parábola do Bom Samaritano refere-se verdadeiramente a Jesus; o viajante ferido é a Humanidade saqueada de seus bens espirituais e de sua liberdade, pelos poderosos do mundo; o sacerdote e o levita significam os padres das religiões que, em vez de tratarem dos interesses da coletividade, tratam dos interesses dogmáticos e do culto de suas Igrejas; o samaritano que se aproximou e atou as feridas, deitando nelas azeite e vinho, é Jesus Cristo. O azeite é o símbolo da , o combustível que deve arder nessa lâmpada que dá claridade para a Vida Eterna — a sua Doutrina; o vinho é o suco da vida, é o espírito da sua Palavra; os dois denários dados ao hospedeiro para tratar do doente, são: a caridade e a sabedoria; o mais, que o “enfermeiro” gastar, resume-se na abnegação, nas vigílias, na paciência, na dedicação, cujos feitos serão todos recompensados. Enfim, o hospedeiro representa os que receberam os seus ensinos e os “denários” para cuidarem do “viajante ferido e saqueado”.

Que façamos o mesmo, como Jesus pediu. Nun­ca perguntemos, nunca procuremos saber coisa alguma da­quele que  podemos e devemos auxiliar. Não nos interessemos em saber se o pobre, se o doente, se o órfão necessitado é espírita ou católico, se é judeu ou pro­testante, se é pessoa branca ou de cor. Não nos interes­semos em saber quais as idéias que ele professa ou a política que ele acompanha. Não cultivemos no coração­ os odiosos preconceitos de raça, de religião ou de cor. Que olhemos apenas as feridas de quem sofre, para pensá-las. Que enxerguemos somente a dor do próximo, para aliviá-la.
Imitemos o Bom Samaritano. É Jesus quem pede ao nosso coração: “Vá e faça o mesmo”, sempre, em toda parte, com quem quer que seja.
Este é o caminho da Vida Eterna, com Jesus.

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O QUE MAIS SOFREMOS
O que mais sofremos no mundo –
Não é a dificuldade. É o desânimo em superá-la.
Não é a provação. É o desespero diante do sofrimento.
Não é a doença. É o pavor de recebê-la.
Não é o parente infeliz. É a mágoa de tê-lo na equipe familiar.
Não é o fracasso. É a teimosia de não reconhecer os próprios erros.
Não é a ingratidão. É a incapacidade de amar sem egoísmo.
Não é a própria pequenez. É a revolta contra a superioridade dos outros.
Não é a injúria. É o orgulho ferido.
Não é a tentação. É a volúpia de experimentar-lhe os alvitres.
Não é a velhice do corpo. É a paixão pelas aparências.
Como é fácil de perceber, na solução de qualquer problema, o pior problema é a carga de aflições que criamos, desenvolvemos e sustentamos contra nós.
(Espírito: ALBINO TEIXEIRA - Médium: Francisco Cândido Xavier - Livro: "Passos da Vida" - EDIÇÃO IDE)
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"A fé ilumina, o trabalho conquista, a regra aconselha, a afeição reconforta e o sofrimento reajusta; no entanto, para entender os Desígnios Divinos a nosso respeito, é imperioso renovar-nos em espírito, largando a hera do conformismo que se nos arraiga no íntimo, alentada pelo adubo do hábito, em repetidas experiências no plano material".

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