A GÊNESE PLANETÁRIA
Emmanuel
A COMUNIDADE
DOS ESPÍRITOS PUROS
Rezam as tradições do mundo espiritual que na
direção de todos os fenômenos, do nosso sistema, existe uma Comunidade de
Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, em cujas mãos se
conservam as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades planetárias.
Essa Comunidade de seres angélicos e perfeitos, da
qual é Jesus um dos membros divinos, ao que nos foi dado saber, apenas já se
reuniu, nas proximidades da Terra, para a solução de problemas decisivos da
organização e da direção do nosso planeta, por duas vezes no curso dos milênios
conhecidos.
A primeira, verificou-se quando o orbe terrestre se
desprendia da nebulosa solar, a fim de que se lançassem, no Tempo e no Espaço,
as balizas do nosso sistema cosmogônico e os pródromos da vida da matéria em
ignição, do planeta, e a segunda, quando se decidia a vinda do Senhor à face da
Terra, trazendo à família humana a lição imortal do seu Evangelho de amor e
redenção.
A CIÊNCIA DE
TODOS OS TEMPOS
Não é nosso propósito trazer à consideração dos
estudiosos uma nova teoria da formação do mundo. A Ciência de todos os séculos
está cheia de apóstolos e missionários. Todos eles foram inspirados ao seu
tempo, refletindo a claridade das Alturas, que as experiências do Infinito lhes
imprimiram na memória espiritual, e exteriorizando os defeitos e concepções da
época em que viveram, na feição humana de sua personalidade.
Na sua condição de operários do progresso
universal, foram portadores de revelações gradativas, no domínio dos
conhecimentos superiores da Humanidade. Inspirados de Deus nos penosos esforços
da verdadeira civilização, as suas idéias e trabalhos merecem o respeito de
todas as gerações da Terra, ainda que as novas expressões evolutivas do plano
cultural das sociedades mundanas tenham sido obrigadas a proscrever as suas
teorias e antigas fórmulas.
Lembrando-nos, porém, mais detidamente, de quantos
souberam receber a intuição da realidade nas perquirições do infinito,
busquemos recordar o globo terráqueo nos seus primeiros dias.
OS PRIMEIROS
TEMPOS DO ORBE TERRESTRE
Que força sobre-humana pôde manter o equilíbrio da
nebulosa terrestre,destacada do núcleo central do sistema, conferindo-lhe um
conjunto de leis matemáticas, dentro das quais se iam manifestar todos os
fenômenos inteligentes e harmônicos de sua vida, por milênios de milênios?
Distando do Sol cerca de........ 149.600.000 quilômetros e deslocando-se no
espaço com a velocidade diária de 2.500.000 quilômetros, em torno do grande
astro do dia, imaginemos a sua composição nos primeiros tempos de existência,
como planeta.
Laboratório de matérias ignescentes, o conflito das
forças telúricas e das energias físico-químicas opera as grandiosas construções
do teatro da vida, no imenso cadinho onde a temperatura se eleva, por vezes, a
2.000 graus de calor, como se a matéria colocada num forno, incandescente,
estivesse sendo submetida aos mais diversos
ensaios, para examinar-se a sua qualidade e possibilidades na edificação da
nova escola dos seres. As descargas elétricas, em proporções jamais vistas da
Humanidade, despertam estranhas comoções no grande organismo planetário, cuja
formação se processa nas oficinas do infinito.
A CRIAÇÃO DA
LUA
Nessa computação de valores cósmicos em que
laboraram os operários da espiritualidade sob a orientação misericordiosa do
Cristo, delibera-se a formação do satélite terrestre.
O programa de trabalhos a realizar-se no mundo
requeria o concurso da Lua, nos seus mais íntimos detalhes. Ela seria a âncora
do equilíbrio terrestre nos movimentos de translação que o globo efetuaria em
torno da sede do sistema; o manancial de forças ordenadoras da estabilidade
planetária e, sobretudo, o orbe nascente necessitaria da luz polarizada, cujo
suave magnetismo atuaria dacisivamente no drama infinito da criação e da
reprodução de todas as espécies, nos variados reinos da Natureza.
SOLIDIFICAÇÃO
DA MATÉRIA
Na grande oficina surge, então, a diferenciação da
matéria ponderável, dando origem ao hidrogênio.
As vastidões atmosféricas são amplo repositório de
energias elétricas e de vapores que trabalham as substâncias torturadas no orbe
terrestre. O frio dos espaços atua, porém, sobre esse laboratório de energias
incandescentes e a condensação dos matais verifica-se com a leve formação da
crosta solidificada.
É o primeiro descanso das tumultuosas comoções
geológicas do globo. Formam-se os oceanos, onde a água tépida sofre pressão
difícil de descrever-se. A atmosfera está carregada de vapores aquosos e as
grandes tempestades varrem, em todas as direções, a superfície do planeta,mas
sobre a Terra o caos fica dominado como por encanto. As paisagens aclaram-se,
fixando a luz solar que se projeta nesse novo teatro de evolução e vida.
As mãos de Jesus haviam descansado, após o longo
período de confusão dos elementos físicos da organização planetária.
O DIVINO
ESCULTOR
Sim, Ele havia vencido todos os pavores das
energias desencadeadas; com as suas legiões de trabalhadores divinos, lançou o
escopro da sua misericórdia sobre o bloco de matéria informe, que a Sabedoria
do Pai deslocara do SOL para as suas mãos augustas e compassivas. Operou a
escultura geológica do orbe terreno, trabalhando a escola abençoada e
grandiosa, na qual o seu coração haveria de expandir-se em amor, claridade e
justiça. Com os seus exércitos de trabalhadores devotados, estatuiu os
regulamentos dos fenômenos físicos da Terra, organizando-lhes o equilíbrio
futuro na base dos corpos simples de matéria, cuja unidade substancial os
espectroscópios terrenos puderam identificar por toda parte no universo
galáxico.
Organizou o cenário da vida, criando, sob as vistas
de Deus, o indispensável à existência dos seres do porvir. Fez a pressão
atmosférica adequada ao homem, antecipando-se ao seu nascimento no ,mundo, no
curso dos milênios; estabeleceu os grandes centros de força da ionosfera e da
estratosfera, onde se harmonizam os fenômenos elétricos da existência
planetária, e edificou as usinas de ozone a 40 e 60 quilômetros de altitude,
para que filtrassem convenientemente os raios solares, manipulando-lhes a
composição precisa à manutenção da vida organizada no orbe. Definiu todas as
linhas de progresso da humanidade futura, engendrando a harmonia de todas as
forças físicas que presidem ao ciclo das atividades
planetárias.
O VERBO NA
CRIAÇÃO TERRESTRE
A ciência do mundo não lhe viu as mãos augustas e
sábias na intimidade das energias que vitalizam o organismo do Globo.
Substituíram-lhe a providência com a palavra "natureza", em todos os
seus estudos e análises da existência, mas o seu amor foi o Verbo da criação do
princípio, como é e será a coroa gloriosa dos seres terrestres na imortalidade
sem fim. E quando serenaram os elementos do mundo nascente, quando a luz do Sol
beijava, em silêncio, a beleza melancólica dos continentes e dos mares
primitivos, Jesus reuniu nas Alturas os intérpretes divinos do seu pensamento.
Viu-se, então, descer sobre a Terra, das amplidões dos espaços ilimitados, uma
nuvem de forças cósmicas, que envolveu o imenso laboratório planetário em
repouso.
Daí a algum tempo, na crosta solidificada do
planeta, como no fundo dos oceanos, podia-se observar a existência de um
elemento viscoso que cobria toda a Terra.
Estavam dados os primeiros passos no caminho da
vida organizada. Com essa massa gelatinosa, nascia no orbe o protoplasma e, com
ele, lançara Jesus à superfície do mundo o germe sagrado dos primeiros homens.
Livro: A
Caminho da Luz Médium: Francisco Cândido Xavier Espírito: Emmanuel