ESTUDO SISTEMATIZADO DO LIVRO DOS ESPÍRITOS
Introdução ao estudo da Doutrina Espírita
Item VI ( Estudo 03 de 193)
LE003
O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Allan Kardec, Introdução, item VI II,
pags. 23 a 26, 77edicao-FEB
Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita
C-PONTOS PRINCIPAIS DA
DOUTRINA ESPIRITA
Vamos
resumir, em poucas palavras, os pontos principais da doutrina que nos
transmitiram.
"Deus
e eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.
"Criou
o Universo, que abrange todos os seres animados e inanimados, materiais e
imateriais.
"Os
seres materiais constituem o mundo visível ou corpóreo, e os seres imateriais,
o "mundo invisível ou espírita, isto e, dos Espíritos.
"O
mundo espírita e o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente
a tudo.
"O
mundo corporal e secundário; poderia deixar de existir, ou não ter jamais
existido, sem que por isso se alterasse a essência do mundo espírita.
"Os
Espíritos revestem temporariamente um invólucro material perecível, cuja
destruição pela morte lhes restitui a liberdade".
"Entre
as diferentes espécies de seres corpóreos, Deus escolheu a espécie humana para
a encarnação dos Espíritos que chegaram a certo grau de desenvolvimento,
dando-lhe "superioridade moral e intelectual sobre as outras".
"A
alma e um Espírito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltório".
"Ha
no homem três coisas: 1) o corpo ou ser material análogo aos animais e animado
pelo mesmo principio vital; 2), a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no
"corpo; 3) o laço que prende a alma ao corpo, principio intermediário
entre a matéria e o "Espírito.
"Tem
assim o homem duas naturezas: pelo corpo, participa da natureza dos animais,
cujos "instintos lhe são comuns; pela alma, participa da natureza dos
Espíritos.
"O
laço ou perispirito, que prende ao corpo o Espírito, e uma espécie de
envoltório semimaterial. A morte e a destruição do invólucro mais grosseiro. O
Espírito conserva o segundo, que lhe constitui um corpo etéreo, invisível para
nos no estado normal, porem que pode tornar-se acidentalmente visível e mesmo
tangível, como sucede no fenômeno das aparições.
"O
Espírito não e um ser abstrato, indefinido, só possível de conceber-se pelo
pensamento. E um ser real, circunscrito, que, em certos casos, se torna
apreciável pela "vista, pelo ouvido e pelo tato.
"Os
Espíritos pertencem a diferentes classes e não são iguais, nem em poder, nem em
inteligência, nem em saber, nem em moralidade. Os da primeira ordem são os
Espíritos "superiores, que se distinguem dos outros pela sua perfeição,
seus conhecimentos, sua proximidade de Deus, pela pureza de seus sentimentos e
por seu amor do bem: são os anjos "ou puros Espíritos. Os das outras
classes se acham cada vez mais distanciados dessa perfeição, mostrando-se os
das categorias inferiores, na sua maioria eivados das nossas "paixões: o
ódio, a inveja, o ciúme, o orgulho, etc.
Comprazem-se
no mal. Ha também, entre "os inferiores, os que não são nem muito bons nem
muito mais, antes perturbadores e "enredadores, do que perversos. A
malicia e as inconseqüências parecem ser o que neles "predomina. São os
Espíritos estúrdios ou levianos.
"Os
Espíritos não ocupam perpetuamente a mesma categoria. Todos se melhoram
passando pelos diferentes graus da hierarquia espírita. Esta melhora se efetua
por meio da "encarnação, que e imposta a uns como expiação, a outros como
missão. A vida material e "uma prova que lhes cumpre sofrer repetidamente,
ate que hajam atingido a absoluta perfeição moral.
"Deixando
o corpo, a alma volve ao mundo dos Espíritos, donde saira, para passar por nova
existência material, apos um lapso de tempo mais ou menos longo, durante o qual
"permanece em estado de Espírito errante.
"Tendo
o Espírito que passar por muitas encarnações, segue-se que todos nos temos tido
muitas existências e que teremos ainda outras, mais ou menos aperfeiçoadas,
quer na Terra, "quer em outros mundos.
"A
encarnação dos Espíritos se da sempre na espécie humana; seria erro
acreditar-se que a alma ou Espírito possa encarnar no corpo de um animal.
"As
diferentes existências corpóreas do Espírito são sempre progressivas e nunca
"regressivas; mas, a rapidez do seu progresso depende dos esforços que
faça para chegar à perfeição.
"As
qualidades da alma são as do Espírito que está encarnado em nos; assim, o homem
de bem e a encarnação de um bom Espírito, o homem perverso a de um Espírito
impuro.
"A
alma possuía sua individualidade antes de encarnar; conserva-a depois de se
haver separado do corpo.
"Na
sua volta ao mundo dos Espíritos, encontra ela todos aqueles que conhecera na
Terra, e todas as suas existências anteriores se lhe desenham na memória, com a
lembrança de todo bem e de todo mal que fez.
"O
Espírito encarnado se acha sob a influencia da matéria; o homem que vence esta
influencia, pela elevação e depuração de sua alma, se aproxima dos bons
Espíritos, em cuja "companhia um dia estará. Aquele que se deixa dominar
pelas más paixões, e põe todas as "suas alegrias na satisfação dos apetites
grosseiros, se aproxima dos Espíritos impuros, "dando preponderância `a
sua natureza animal.
"Os
Espíritos encarnados habitam os diferentes globos do Universo.
"Os
não encarnados ou errantes não ocupam uma região determinada e circunscrita;
estão por toda parte no espaço e ao nosso lado, vendo-nos e acotovelando-nos de
continuo. E toda uma população invisível, a mover-se em torno de nos.
"Os
Espíritos exercem incessante ação sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo
"físico. Atuam sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das
potencias da "Natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos ate
então inexplicados ou mal "explicados e que não encontram explicação
racional senão no Espiritismo.
"As
relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos
atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las
com coragem e resignação. Os maus nos impelem para o mal: é-lhes um gozo
ver-nos e assemelhar-nos a eles.
"As
comunicações dos Espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas. As ocultas
se verificam pela influencia boa ou ma que exercem sobre nós, `a nossa revelia.
Cabe ao nosso juízo discernir as boas das mas inspirações.
As
comunicações ostensivas se dão por meio da escrita, da palavra ou de outras
manifestações materiais, quase sempre pelos médiuns que lhes servem de
instrumentos. LE-pags. 25 e 26.
QUESTÕES PARA ESTUDO:
01)
comente explicando e justificando as assertivas abaixo:
01a) “ O mundo espírita e o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente
e sobrevivente a tudo.
"O mundo corporal e secundário; poderia deixar de existir, ou não
ter jamais existido, sem que por isso se alterasse a essência do mundo
espírita."
Embora
haja a correlação entre os mundos; o mundo que não vemos, ou seja, o mundo
espiritual e o mundo material, eles são independentes entre si; sendo que o
mundo espiritual já existia anteriormente ao mundo material e continuará a
existir mesmo que este último se acabe.
Lembrando
que o Universo foi criado por Deus e compreende os mundos que vemos e os que
não vemos também.
(01b) "Ha no homem três coisas: 1) o corpo ou ser material análogo
aos animais e animado pelo mesmo principio vital; 2), a alma ou ser imaterial,
Espírito encarnado no "corpo; 3) o laço que prende a alma ao corpo
princípio intermediário entre a matéria e o "Espírito.
"Tem assim o homem duas naturezas: pelo corpo, participa da
natureza dos animais, cujos "instintos lhe são comuns; pela alma,
participa da natureza dos Espíritos."
Aqui
refere-se à existência, enquanto encarnados, de três partes que se constituem
nosso todo: o corpo físico; o Espírito e o perispírito que é substância
vaporosa para nós e grosseira para os espíritos, plástica e forma pela qual há
o intercâmbio entre o espírito encarnado e o espírito desencarnado.
(01c) “ Os Espíritos não ocupam perpetuamente a mesma categoria. Todos
se melhoram passando pelos diferentes graus da hierarquia espírita. Esta
melhora se efetua por meio da "encarnação, que e imposta a uns como
expiação, a outros como missão. A vida material e "uma prova que lhes
cumpre sofrer repetidamente, ate que hajam atingido a absoluta perfeição moral.
"Deixando o corpo, a alma volve ao mundo dos Espíritos, donde
saíra, para passar por nova existência material, apos um lapso de tempo mais ou
menos longo, durante o qual "permanece em estado de Espírito
errante."
A
Evolução do Espírito é constante e se funda no grau de desenvolvimento
intelectual e moral, nas qualidades adquiridas, nas imperfeições ainda
existentes. E face à não estagnação eterna, o movimento evolutivo do espírito é
constante e através desse movimento, no qual consiste na encarnação e
reencarnação, há mudanças no grau de desenvolvimento que irão gerar a maior ou
menor demora do Espírito em mudar seu grau de desenvolvimento, ou seja, não
seremos Espíritos que somos eterna e permanentemente iguais, sem crescimento;
estamos e estaremos sempre em constante evolução.
(01 d) "“ As relações dos Espíritos com os homens são constantes.
Os bons Espíritos nos atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos
ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os maus nos impelem para o mal:
é-lhes um gozo ver-nos e assemelhar-nos a eles.
"As comunicações dos Espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas.
As ocultas se verificam pela influencia boa ou ma que exercem sobre nos, `a
nossa revelia. Cabe ao nosso juízo discernir as boas das más inspirações. As
comunicações ostensivas se dão por meio da escrita, da palavra ou de outras
manifestações materiais, quase sempre pelos médiuns que lhes servem de
instrumentos."
A
comunicabilidade entre os dois mundos: espiritual e material é fato, eis que
eles estão em constante e incessante intercâmbio entre si; destarte há a ação
do Espírito sobre a matéria. Somos seres eternos e imortais que sobrevivemos ao
que chamamos morte intercambiamos entre os planos visíveis e invisíveis do
universo de forma intercomunicante entre si; o mundo espiritual é povoado de
seres que foram homens e mulheres como nós mesmos cada qual em seu estágio de
desenvolvimento moral próprio e que nos influenciam e nos acompanham.
Chamamos,
em terminologia espírita, a comunicação entre os espíritos e os encarnados, de
comunicação mediúnica, conforme a explicação constante no item 159 do LM :
"Todo
aquele que sente num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse
fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem (...) raras são as pessoas que
dela não possuam alguns rudimentos (...)”
Paulo
de Tarso já dizia na Epístola aos Hebreus, 12:1, que nós estamos cercados
"por uma nuvem de testemunhas", já informando que os Espíritos atuam
e interferem fortemente na vida dos encarnados o que confirmado é pelos
Espíritos no item 459, do LE.
(Fonte: CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do
Espiritismo)