LEI
DE LIBERDADE
LIBERDADE: senso comum — FACULDADE DE CADA UM AGIR OU DECIDIR
SEGUNDO A SUA PRÓPRIA DETERMINAÇÃO, SEM SUBMETER-SE À VONTADE ALHEIA.
LIBERDADE, PENSAMENTO E AÇÃO: ENTRE A VONTADE E O PENSAMENTO
DEVE-SE COLOCAR A LIBERDADE DE PENSAR, E ENTRE O PENSAMENTO E A AÇÃO, COLOCA-SE
A LIBERDADE DE AGIR.
LIBERDADE NA LEI DOS HOMENS: A LEI MAIOR (CONSTITUIÇÃO DE UM PAÍS)
GARANTE A LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO, COMÉRCIO, PENSAMENTO, REUNIÃO, INDUSTRIAL,
POLÍTICA, PROFISSIONAL, LOCOMOÇÃO (IR, VIR OU FICAR) ETC.
LIBERDADE SEM LIMITES: NÃO HÁ LIMITAÇÕES À LIBERDADE DE PENSAMENTO,
ENQUANTO NÃO EXTERIORIZADO. TODO INDIVÍDUO É LIVRE PARA PENSAR O QUE QUISER,
POIS GOZA DA LIBERDADE SEM LIMITES, NESSE CAMPO. SÓ RESPONDE PERANTE DEUS.
LIBERDADE NATURAL: como emanação da vontade de Deus, o homem goza
de Liberdade Natural, mas não de Liberdade Absoluta, isso porque necessita do
semelhante. Dizem os Espíritos: “DESDE QUE HAJA DOIS HOMENS JUNTOS, HÁ DIREITOS
A RESPEITAR E NÃO TERÃO ELES, PORTANTO, LIBERDADE ABSOLUTA. (Q. 826). Quando alguém
se diz “liberal”, com ares de bondade, mas age despoticamente, na família ou
nas ocupações da vida, é que o egoísmo e o orgulho ainda lhe são companheiros
inseparáveis.
LIBERDADE E ESCRAVIDÃO: SENDO A ESCRAVIDÃO UM MAL, POIS SE TRATA DE UM ABUSO DA FORÇA, QUE
CONTRARIA A LEI DE DEUS (LEI NATURAL DE LIBERDADE), DESAPARECERÁ COM O PROGRESSO MORAL DO HOMEM. Mesmo quando, pela
desigualdade das aptidões, uns se colocam na dependência de outros, ISSO DEVERÁ
SERVIR PARA ELEVAÇÃO, PARA APRENDIZADO, PARA QUE O QUE SABE MAIS AUXILIE O QUE SABE MENOS. ASSIM, NÃO SENDO O HOMEM
TRATADO COMO COISA, COMO MERCADORIA, COMO MÁQUINA, MAS COMO SER DOTADO DE
ESPÍRITO. TODOS PROGRIDEM, E NÃO HAVERÁ DEGRADAÇÃO MORAL OU FÍSICA.
LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA: de acordo com O Livro dos Espíritos (Q. 835), “A CONSCIÊNCIA É UM PENSAMENTO
ÍNTIMO, QUE PERTENCE AO HOMEM COMO TODOS OS PENSAMENTOS”. Assim, os homens (e
os Estados) não têm o direito de se oporem à liberdade de consciência ou de lhe
imporem diretrizes, pois SÓ A DEUS COMPETE JULGAR A CONSCIÊNCIA DOS HOMENS.
Esclarecem os Espíritos (Q. 837): “A LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA É UMA DAS
CARACTERÍSTICAS DA VERDADEIRA CIVILIZAÇÃO E DO PROGRESSO”.
LIVRE-ARBÍTRIO: é o mesmo que liberdade de pensar e liberdade de
agir. SEM O LIVRE-ARBÍTRIO O HOMEM SERIA UM ROBÔ, SIMPLES MÁQUINA, GUIADO À
DISTÂNCIA. Tenho o meu livre-arbítrio, concedido por Deus, e que me permite,
interiormente, escolher a forma dos meus pensamentos, das minhas palavras e dos
meus atos. PELO LIVRE-ARBÍTRIO, SOU FISCAL DE MIM MESMO, POLICIO AS MINHAS
AÇÕES, TENDO COMO BARREIRAS APENAS OS FREIOS MORAIS, QUE, SE BEM REGULADOS POR
MIM, ME PERMITEM O CHAMADO AUTO-CONTROLE, MESMO QUANDO TENTADO A FAZER ALGO QUE
NÃO DEVO. Pelo livre-arbítrio, o homem é senhor de sua vontade, respondendo
pelos seus atos, nesta e noutras vidas, pelo princípio da ação e reação, de
causa e efeito, decorrente de Leis da Natureza (de Deus).
LIVRE-ARBÍTRIO, FATALIDADE E AÇÕES HUMANAS: FATALIDADE NÃO EXISTE; É O ESPÍRITO, AO ENCARNAR-SE, QUE ESCOLHE SUA
PROVAÇÃO. O FUTURO NÃO É DADO A CONHECER AO HOMEM, PARA QUE NÃO NEGLIGENCIE O
PRESENTE. OS ATOS QUE PRATICA, BONS OU MAUS, SÃO REFLEXOS DE SUA EVOLUÇÃO MORAL
E ESPIRITUAL. TUDO ESTÁ NELE.
PARÁBOLA DOS TALENTOS
PARÁBOLA: alegoria ou narração alegórica; exposição de um
pensamento sob forma figurada; seqüência
metafórica, com uma coisa representando a idéia para se chegar a outra;
conjunto de elementos comparativos que fazem alcançar outras realidades de
ordem superior; linguagem comparativa,
da qual deve-se deduzir uma verdade moral. JESUS CRISTO, de acordo com os
registros de seus discípulos, nos Evangelhos, falava por PARÁBOLAS.
TALENTO: segundo os filólogos e dicionaristas, talento, originalmente, era uma espécie de peso em
forma de moeda, usado pela antigüidade greco-romana; valia seis mil
dracmas. Havia o talento de ouro, que valia mais, e o talento de prata. Em razão do valor material, e sendo os homens
comparados pelo metal mais precioso, o talento passou a ser aplicado (como que
quiséssemos dizer: “esse homem vale ouro”)
querendo significar inteligência
excepcional, intelectualidade brilhante, capacidade do homem para bem ordenar
suas ações e palavras. Pessoa de talento é a que tem aptidão. (Jesus usou,
na Parábola dos Talentos, uma linguagem alegórica, comparativa, tomando por
base o elemento material — a moeda ou peso — para que os homens, muito apegados
à matéria, melhor pudessem guardar a imagem figurativa, que, em verdade, trazia
em si um ensinamento moral.
A PARÁBOLA DOS TALENTOS: Jesus exemplifica o seguinte: um homem, que tinha três servos,
precisando ausentar-se, entregou-lhes os bens: ao 1.º, entregou cinco talentos (moedas); ao 2.º, entregou dois
talentos (moedas) e ao 3.º, entregou um talento (moeda); a cada um segundo
sua capacidade. E o homem partiu. O 1.º
servo, pelo trabalho, ganhou mais cinco talentos com os cinco que recebera,
perfazendo dez talentos; o 2.º servo,
também pelo esforço, empregou os dois talentos e ganhou mais dois, perfazendo
quatro talentos; mas, o 3.º servo,
que só recebera um talento, em vez de com ele trabalhar, cavou um buraco na
terra e o enterrou, esperando devolvê-lo ao seu senhor, como que achando muito
pouco, talvez.
A VOLTA DO SENHOR E A PRESTAÇÃO DE CONTAS DOS SERVOS: Chamados às
contas, o 1.º servo entregou os
cinco talentos deixados e mais os cinco que ganhara pelo bom emprego que
fizera, e o senhor, reconhecendo seu trabalho, chamou-o de servo fiel das
coisas pequenas, pelo que lhe confiou a intendência das coisas grandes; o 2.º servo, tendo entregue ao senhor os
dois talentos deixados e mais os dois que com o trabalho ganhara, também foi
reconhecido com servo bom e fiel nas coisas pequenas, pelo que recebeu a
intendência das coisas grandes; e, o 3.º
servo, que nada fez pelo bem que o seu senhor lhe confiou, procurou
desculpar-se, alegando defeitos do dono do talento: “Senhor,, sei que és homem
de rija condição; segas onde não semeaste, e recolhes onde não plantaste; e
temendo me fui, e escondi o teu talento na terra; eis aqui tens o que é teu”. E
o senhor o repreendeu, chamando-o de servo
mau e preguiçoso, pois, sabendo “que sego onde não semeei, e que recolho
onde não espalhei”, deveria ter feito
bom emprego do talento. E mandou que esse único talento fosse dado ao que
tinha dez talentos, dizendo: “a todo que tem, dar-se-lhe-á, e terá em
abundância; e ao que não tem, tirar-se-lhe-á, e terá em abundância; e ao que
não tem, tirar-se-lhe-á até o que parece que tem”. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVI).
O ENSINAMENTO MORAL DESTA PARÁBOLA DE JESUS: o homem nada tem, mas é depositário ou administrador dos bens de Deus;
por isso, deve fazer emprego meritório do que possui: evitar a avareza;
trabalhar, ajudar, fazer o bem. Será cobrado pelo uso irregular do que lhe foi
confiado: tem livre-arbítrio.