AGREMIAÇÕES INCONSCIENTES
Com a aproximação das
festas comemorativas do carnaval, muitos se questionam sobre a licitude de um
Cristão em aproveitar esse momento. Lembrando aqui que Cristão é todo aquele
que segue os preceitos e postulados orientados pelo Cristo, independente da
denominação da seita religiosa a qual se professe.
Nesta busca por
justificar tal conduta ou coibir esses anseios materialistas e meramente carnais,
convidamos a todos à algumas simples reflexões.
Quando nos prontificamos
a analisar um pouco mais atentamente sobre o princípio criador, aquele que origina
as mais variadas situações e paisagens, percebemos que tudo o que nos circunda principia-se
dessa vontade ativa.
Somos potente usina
construtora, onde a todo instante idealizamos os mais inusitados projetos e os
mais variados condicionamentos através de nosso pensamento constante.
No plano físico, todas as
construções, instrumentos e utensílios foram projetados em nossa mente e
posteriormente confeccionados em acordo com a necessidade e a matéria prima a
qual melhor lhe adéqüe. Concluímos assim que, tudo o que nos cinge a
existência, é fruto do planejamento para a melhor utilização dos recursos ao
qual nos dispomos no momento.
A necessidade do
aprimoramento esta diretamente ligada a lei do progresso, nos oportunizando a
possibilidade de melhorar e evoluir, utilizando todas as ferramentas
disponíveis para esse processo.
A evolução tecnológica
nos oferta uma multiplicidade de opções e concede uma infindável variedade de
mecanismos para a comunicação, o entretenimento, reduzindo distancias,
aproximando países e estreitando os laços, entretanto, quando não utilizada de
forma correta e sóbria, pode tornar-se perniciosa armadilha para os menos
vigilantes.
Todos possuímos
tendências menos dignas, cada qual apresenta suas dificuldades e
particularidades, mesmo que não tenhamos cometido determinado ato errôneo, isso
não nos concede a certeza de que em determinada situação não viríamos a cometê-lo.
Podemos não cometer esse equivoco, mas provavelmente podemos cometer algo tão
impróprio que lhe assemelhe a conseqüência do erro de nosso próximo e que
insistimos em apontar e evidenciar.
Sendo assim, antes de
julgarmo-nos superiores a outrem, cabe-nos o discernimento de
interiorizarmo-nos e conhecermo-nos, pois só assim poderemos respeitar as
escolhas do próximo e mesmo que não concordemos com suas condutas, faz-se imperativo
respeitar. Caso ensejemos instruí-los em relação à melhor maneira de se portar,
que façamos com uma gota de verdade em um recipiente cheio de caridade.
Somos espíritos em
evolução, carregando conosco as mais variadas intenções e anseios, ainda
impregnados pelos sentimentos materialistas, arraigados ao orgulho e vaidade, o
que nos coloca em perfeita sintonia com companheiros com o mesmo quadro
vibracional.
Mesmo que silenciemos
nossas palavras para as pessoas que nos circundam a vida, sempre seremos
observados pela platéia invisível que sonda-nos o intimo. O apostolo Paulo
mesmo nos orienta que somos observados por uma nuvem de testemunhas (Hebreus
12:1), portanto, mesmo que ocultos aos olhos do mundo, ainda sim, analisados
pelas emanações de energias oriundas de nossas tendências.
Compreende-se que em
determinadas épocas festivas em nosso plano físico, a concentração de forças envolvidas
em ações focadas na valorização da sensualidade e de sentimentos carnais é mais
incisiva e constante, entretanto, as pessoas se esquecem que em todos os
momentos tais sentimentos nos ladeiam, através de nossas intenções e vibrações mentais.
Lembremo-nos que tudo que
fazemos, refletem o estado intimo que nos encontramos, as programações que
assistimos, as conversações que participamos, os agrupamentos ao qual nos
filiamos, enfim, tudo que nos dedicamos a fazer em todos os determinados
momentos de nossa vida, são exatamente a personificação de nossos mais ocultos
sentimentos e anseios.
Sendo assim, não nos
deixemos iludir pelas justificativas egoísticas, que buscam apenas encobrir nossas
verdadeiras intenções. Somos o que pensamentos e o que fazemos, lembrando
sempre que aquele que não é senhor de seu pensamento, torna-se servo de suas
palavras e escravo de suas ações.
Este convite à reflexão
não é apenas para a festa do carnaval, mas para todos os momentos de nossa
vida, pois como diz o espírito da verdade na questão 459 do Livro dos espíritos,
em relação a influencia dos espíritos em nossa vida. Passemos a perceber nossas
condutas e analisar nossas propostas de vida, assim saberemos quais convidados
estão nos acompanhando no dia a dia.
A influência espiritual
sempre irá existir, entretanto não quer dizer que seja nociva, pois a tentação,
nada mais é que as tendências que possuo em sua mais ampla atuação. Somente somos
tentados por aquilo que nos atrai.
Não deixemos que nossos
sentimentos orgulhosos venham a ferir o próximo, apenas porque não concordamos
com suas condutas. Se desejamos orientar qual o melhor caminho a ser percorrido,
devemos seguir os passos do Cristo, pois a palavra desperta, mas o exemplo
arrasta.
Sejamos mansos como as
pombas e prudentes como a serpente, como nos orienta o Mestre Jesus em relação aos
mais inusitados convites à perversão e aos anseios da carne.
Como dissemos no inicio,
esse é apenas um convite para a reflexão, uma oportunidade de retirar a mascara
que carregamos para a sociedade e insistimos em utilizá-la em nosso cotidiano.
Apenas um alerta: O carnaval Cristão é o serviço
de auxílio ao próximo, seguindo o exemplo de Jesus, que se alegrava em
Trabalhar em nome de Deus, em repartir o que tinha e em propagar o amor.