14 de dezembro de 2011
Estudo Teórico-Prático da Doutrina Espírita - Unidade III - Criação Divina
Estudo Teórico-prático
da Doutrina Espírita
UNIDADE III
Tema: Criação Divina
Elementos Gerais do Universo :
Espírito e Matéria
Na Parte 1.ª, Cap. II, de "O livro dos Espíritos (1.857),
que trata dos Elementos Gerais do Universo, encontramos como resposta à questão
27 que: Deus, Espírito e matéria constituem o princípio de tudo o que existe,
sendo que esta pode ser considerada a trindade Universal.
Complementando porém esta questão, nos é ensinado que:
"Mas, ao elemento material se tem que juntar o fluido universal (grifo nosso), que desempenha o papel
de intermediário entre o Espírito e a matéria propriamente dita, por demais
grosseira para que o Espírito possa exercer ação sobre ela. Embora de certo
ponto de vista, seja lícito classificá-lo com o elemento material, ele se distingue
deste por propriedades especiais. Se o fluido universal fosse positivamente
matéria, razão não haveria para que também o Espírito não o fosse. Está
colocado entre o Espírito e a matéria; é fluido, como a matéria é matéria, e
suscetível pelas suas inumeráveis combinações com esta e sob a ação do
Espírito, de produzir a infinita variedade das coisas de que apenas conheceis
uma parte mínima. Esse fluido universal ou primitivo, ou elementar, sendo o
agente de que o espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria
em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade
lhe dá."
Espírito: Na parte 1.ª Cap. II –
Dos elementos Gerais do Universo, de "O Livro dos Espíritos" (1.857),
questão 23, é perguntado: "Que é o Espírito?" a que a Espiritualidade
responde: "O princípio inteligente do Universo".
a) Qual a natureza íntima do Espírito? R. "Não é fácil
analisar o Espírito com a vossa linguagem. Para vós, ele nada é, por não ser
palpável. Para nós, entretanto, é alguma coisa. Ficai sabendo: coisa nenhuma é
o nada e o nada não existe."
Na Parte 2.ª, Cap. I – Do Mundo Espírita ou Mundo dos Espíritos,
questão n 76, é solicitado à Espiritualidade uma definição dos Espíritos, ao
que é respondido: "Pode dizer-se que os Espíritos são os seres
inteligentes da criação. Povoam o Universo, fora do mundo material". A
esta resposta, Kardec emite a seguinte nota: "A palavra Espírito é
empregada aqui para designar as individualidades dos seres extracorpóreos e não
mais o elemento inteligente do Universo".
Matéria: Analisando novamente a parte 1.ª Cap. II – Dos
elementos Gerais do Universo, denotamos na questão 22, o anseio por uma
definição de matéria.
"Define-se geralmente a matéria como sendo – o que tem
extensão, o que é capaz de nos impressionar os sentidos, o que é impenetrável.
São exatas essas definições?" e a Espiritualidade responde: "Do vosso
ponto de vista, elas o são, porque não falais senão do que conheceis. Mas a
matéria existe em estados que ignorais. Pode ser, por exemplo, tão etérea e
sutil, que nenhuma impressão vos cause aos sentidos. Contudo, é sempre matéria.
Para vós, porém, não o seria."
a) Que definição podeis dar de matéria? – " A matéria é o
laço que prende o Espírito; é o instrumento de que este se serve e sobre o qual
atua, ao mesmo tempo, exerce sua ação."
Complementa ainda Kardec " Deste ponto de vista, pode
dizer-se que a matéria é o agente, o intermediário com o auxílio do qual e
sobre o qual atua o Espírito.
A Ciência considera as seguintes propriedades da matéria:
Massa: -
quantidade de matéria de um corpo.
Extensão: é a
porção do espaço, ocupada pela matéria. Toda matéria ocupa um determinado lugar
no espaço.
Impenetrabilidade: Duas
porções de matéria não podem, ao mesmo tempo, ocupar o mesmo lugar no espaço.
Inércia:
quando um corpo, formado naturalmente por matéria, está em repouso, é
necessário uma força para colocá-lo em movimento. Se o corpo estiver em
movimento, é necessário uma força para alterá-lo ou fazer o corpo parar.
Divisibilidade:
podemos dividir um corpo ou pulverizá-lo até certo limite. As partículas são
formadas de partículas menores chamadas átomos.
É interessante definir, também, que a Matéria é tudo o que
possui massa e extensão. Corpo é uma porção limitada da matéria e Substâncias
são as diferentes espécies de matéria.
Os principais elementos constitutivos da matéria são as
moléculas e os átomos, os quis se subdividem em partículas cada vez menores e
que são objeto das mais recentes pesquisas pela ciência.
De acordo com as obras da Codificação, Deus não permite que ao
homem tudo seja revelado neste mundo. Assim, não lhe é dado conhecer o
princípio das coisas. Somente à medida que ele se depura é que o véu das coisas
ocultas se levantam aos seus olhos, mas, para compreender certas coisas,
necessita faculdades que ainda não possui. Em Obras póstumas, na 1.ª Parte,
parágrafo 3.º encontramos: O princípio das coisas reside nos arcanos de
Deus"
Ainda dentro deste Cap. II, é esclarecido que a matéria é
formada de um só elemento primitivo. Os corpos que considerais simples não são
verdadeiros elementos, são transformações da matéria primitiva.
Fluido Cósmico Universal: O Fluido Cósmico Universal, que também pode
ser chamado de "matéria cósmica primitiva", é o elemento primordial
gerador dos mundos e dos seres. Esse fluido preenche todo o universo. Podemos
dizer que tudo se encontra mergulhado nesse fluido.
Todos os corpos são formados desse elemento primitivo, que se
modifica para dar origem aos corpos chamados simples.
Este elemento primitivo é que determina as diversas propriedades
que a matéria apresenta, devido as modificações que as suas moléculas
elementares sofrem por efeito de sua união, em certas circunstâncias.
Esta matéria elementar é suscetível de experimentar todas as
modificações e adquirir todas as propriedades, podendo dizer que tudo está em
tudo.
Dessa forma, o oxigênio, hidrogênio o carbono e todos os corpos
que consideramos simples, são meras modificações de uma substância primitiva.
Segundo o que observamos quotidianamente, a matéria sofre
temporárias transformações das quais resultam diferentes corpos, que
incessantemente nascem e se destróem.
Embora esse Fluido Universal possa ser classificado como
elemento material, ele está colocado entre o Espírito e a matéria, é fluido, é
suscetível de inumeráveis combinações.
Esse Fluido Universal, também chamado de primitivo ou elementar,
sendo o agente de que o Espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria
estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a
gravidade lhe dá.
Formação dos Mundos e dos Seres Vivos:
Como produto que são da aglomeração e da transformação da
matéria, os mundos hão de ter tido, como todos os corpos materiais, começo e
terão fim, na conformidade de leis que desconhecemos.
Até certo ponto, pode a ciência formular as leis que lhes
presidiram a formação e remontar ao estado primitivo deles.
O Universo abrange a infinidade dos mundos que vemos e dos que
não vemos, todos os serem animados e inanimados, todos os astros que se movem
no espaço, assim como os fluidos que os enchem.
A razão nos leva a concluir que o Universo não pode ter se
formado por si mesmo, nem por obra do acaso, mas que há de ser obra de Deus.
Deus criou o Universo pela sua vontade onipotente.
Quanto ao modo de formação dos mundos o que podemos compreender
é que eles se formam pela condensação da matéria disseminada no espaço.
Deus renova os mundos, como renova os seres vivos; assim, um
mundo completamente formado, poderá desaparecer e a matéria que o compõe
disseminar-se de novo no espaço.
Houve tempo em que não existiam seres vivos na Terra; logo eles
tiveram começo. Cada espécie foi aparecendo à proporção que o globo adquiria as
condições necessárias à existência delas.
A Terra continha os gérmens dos seres vivos que aguardavam
momento favorável para se desenvolverem. Os princípios orgânicos se
congregaram, desde que cessou a atuação da força que os mantinham afastados, e
formaram os gérmens de todos os seres vivos. Estes gérmens permaneceram em
estado latente de inércia, como a crisálida e as sementes das plantas, até o
momento propício ao surto de cada espécie. Os seres de cada uma destas se
reuniram e, então, se multiplicaram.
Os elementos orgânicos antes da formação da Terra, achavam-se em
estado de fluido no espaço, no meio dos Espíritos, ou em outros planetas, à
espera da criação da Terra, para começarem existência nova em novo globo.
A espécie humana se encontrava entre os elementos orgânicos
contidos no globo terrestre e veio a seu tempo. Foi o que deu lugar a que se
dissesse que o homem se formou do limo da Terra.
Aparecimento do Homem na terra: Quanto à época do
aparecimento do homem e dos outros seres vivos na terra, todos os cálculos
humanos são quiméricos.
O princípio das coisas está nos segredos de Deus. Entretanto,
pode-se dizer que os homens, uma vez espalhados pela terra, absorveram em si
mesmos os elementos necessários à sua própria formação, para os transmitir
segundo as leis de reprodução. O mesmo se deu com as diferentes espécies de
seres vivos.
O homem surgiu em diferentes pontos do globo e em várias épocas,
o que também constitui uma das causas da diversidade das raças, além dos
fatores de clima, da vida e dos costumes.
Seres Orgânicos: Os seres que tem em si
uma fonte de atividade íntima que lhes dá a vida. Nascem, crescem,
reproduzem-se por si mesmos e morrem. São providos de órgãos especiais para a
execução dos diferentes atos da vida, órgãos esses apropriados à necessidades
que a conservação própria lhes impõe. Nessa classe estão compreendidos os
homens, os animais e as plantas.
Seres Inorgânicos: Os seres inorgânicos
carecem de vitalidade, de movimentos próprios e que se formam apenas pela
agregação da matéria. Tais são os minerais, a água, o ar, etc.
A força que une os elementos da matéria nos corpos orgânicos e
inorgânicos é a mesma. A matéria que compõe esses corpos também é a mesma,
porém, nos corpos orgânicos está animalizada pela sua união com o princípio
vital.
A vida é um efeito, devido à ação de um agente sobre a matéria
que é o princípio vital. Esse princípio sem a matéria não é a vida, Ao mesmo
modo que a matéria não pode viver sem ele. Ele dá vida a todos os seres que o
absorvem e assimilam.
O princípio vital se origina do Fluido Universal. É um só para
todos os seres vivos, mas modificado segundo as espécies. É ele quem lhes dá
movimento e atividade e os distingue da matéria inerte.
Os Reinos da Natureza: Mineral, Vegetal e Animal,
Œ Hominal Œ Angelical
Os seres da natureza estão classificados em três Reinos:
Mineral, Vegetal e Animal.
O homem está incluído no último desses reinos, mas, considerando
em sua integralidade, distingue-se o homem pela sua inteligência e
racionalidade.
No homem brilha, pois, a luz da razão, que lhe faculta o
conhecimento das leis universais e á qual se junta o senso moral, que o eleva a
cima dos outros seres, pela percepção das Leis Morais e a intuição de Deus.
Destaca-se o homem por atributos do Espírito, vindo a formas um quarto reino –
o Hominal.
Entre os três reinos reconhece-se formas de transição de tal
modo sutis que entre elas se torna ambígua a definição absoluta dos três
reinos.
Há, porem, em caráter distintivo entre os seres minerais e os
outros grupos: é a ausência de vida dos minerais e a presença dela nos vegetais
e animais. Por isso, a divisão entre orgânicos e inorgânicos.
A presença de vida se traduz nos vegetais e animais pela
organização celular da matéria de seus corpos e do aparecimento das grandes
funções de nutrição e reprodução. Há uma infinidade de seres constituídos de
uma única célula. São seres unicelulares vegetais – os protófitos, e animais –
os protozoários.
Em seres mais evoluídos, até os vegetais e animais superiores
(metáfitas e metazoários), as células microscópicas se reúnem em tecidos, os
tecidos em órgãos e estes em sistemas e aparelhos orgânicos.
Os seres do reino mineral: só manifestam uma força mecânica,
decorrente da matéria de que são formados. Apenas existem, inertes e brutos,
falta inteligência e vontade, nem mesmo instinto revelam. Se algum princípio
diferente da matéria existe, está completamente abafado, dorme, um estado de
latência e inatividade.
Os seres do reino vegetal: já apresentam o
movimento interior da vida, realizando um completo ciclo vital: nascem,
crescem, nutrem-se, desenvolvem-se, reproduzem-se e morrem.
Além da matéria densa, apresentam um princípio sutil e dinâmico,
o princípio vital. Entretanto esses seres não revelam também consciência alguma
da sua existência. Não sentem prazer ou dor, não tem percepções ou sentimentos;
só tem vida orgânica que lhes é comunicada por sua união com o princípio vital.
Os seres que formam o reino animal: existem e vivem como os vegetais, mas
acrescidos dos movimentos e as sensações. Ainda há a prevalência do instinto
sobre a inteligência. Pelo corpo material o homem se assemelha aos animais,
deles se distinguindo totalmente pela sua natureza espiritual, pela sua alma,
que lhe confere razão e senso moral. O Homem tem ainda a faculdade de pensar em
Deus.
A alma dos animais após a morte do corpo
físico: Após a
morte do corpo físico, a alma dos animais conserva sua individualidade; quanto
a consciência de seu "eu", não. A vida inteligente lhe permanece em
estado latente.
A alma do animal após a destruição do corpo físico, fica numa
espécie de inatividade, pois que não mais se acha unida ao corpo, mas não é um
Espírito Errante. O Espírito Errante é um ser que pensa e obra por sua livre
vontade. Os animais não dispõem de idêntica faculdade.
A consciência de si mesmo é o que constitui o principal atributo
do Espírito. O do animal, depois da morte, é classificado pelos Espíritos a
quem incumbe essa tarefa e utilizado quase imediatamente. Não lhe é dado tempo
de entrar em relação com outras criaturas.
Não há delimitação nitidamente marcada entre Reino vegetal e
Animal. Nos confins dos dois estão os zoófitos ou animais-plantas, traços que
indicam participarem de um e de outro reino.
O zoófito tem a aparência exterior da planta, mantendo-se preso
ao solo e, como animal, a vida nele se acha mais acentuada: tira do meio
ambiente a sua alimentação. Num degrau acima o animal é livre e procura o
alimento.
As espécies seriam produtos das transformações sucessivas dos
seres orgânicos elementares, quando encontraram condições atmosféricas
propícias. Adquirem a seguir, a faculdade de reproduzirem-se.
Acompanhando a série dos seres, dir-se-ia que cada espécie é um
aperfeiçoamento, uma transformação da espécie imediatamente inferior.
O Princípio Inteligente distinto do princípio material, se
individualiza e elabora, passando pelos diverso graus da animalidade. É aí que
a alma se ensaia para vida e se desenvolve, pelo exercício, suas primeiras
faculdades. Esse seria o período de incubação. Chagada ao grau de
desenvolvimento que esse estado comporta, ela comporta as faculdades iniciais
que constituem a alma humana.
Haveria assim, filiação espiritual do animal para o homem, assim
como há filiação corporal.
O Espírito não chega a receber a iluminação Divina, que lhe dá,
simultaneamente, como livre-arbítrio e a consciência, a noção de seus altos
destinos, sem haver passado pela série de seres inferiores, entre os quais se
elabora lentamente a obra de sua individualização.
Reino Angelical: Dentro da escala
evolutiva, poderíamos considerar os Espíritos de Primeira Ordem – Espíritos
Puros.
Características gerais: nenhuma influência da matéria.
Superioridade intelectual e moral absoluta, com relação aos Espíritos das
outras ordens.
Os Espíritos que a compõem percorreram todos os graus da escala
e se despojaram de todas as impurezas da matéria. Tendo alcançado a soma da
perfeição de que é suscetível a criatura, não têm mais que sofrer provas, nem
expiações. Não estando mais sujeitos á reencarnação em corpos perecíveis,
realizam a vida eterna no seio de Deus.
Essa felicidade, porém, não
é a de ociosidade monótona, a transcorrer em perpétua contemplação. Eles são os
mensageiros e os Ministros de Deus, cujas ordens executam para a manutenção da
harmonia universal. Comandam a todos os Espíritos que lhe são inferiores,
auxiliam na obra de seu aperfeiçoamento e lhes designam as suas missões.
Assistir os homens nas suas aflições, concitá-los ao bem ou à expiação das
faltas que os conservam distanciados da suprema felicidade, constitui para eles
ocupação gratíssima. São designados às vezes pelos nomes de anjos, arcanjos ou
serafins
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Não é a ingratidão. É a incapacidade de amar sem egoísmo.
Não é a própria pequenez. É a revolta contra a superioridade dos outros.
Não é a injúria. É o orgulho ferido.
Não é a tentação. É a volúpia de experimentar-lhe os alvitres.
Não é a velhice do corpo. É a paixão pelas aparências.
Como é fácil de perceber, na solução de qualquer problema, o pior problema é a carga de aflições que criamos, desenvolvemos e sustentamos contra nós.
(Espírito: ALBINO TEIXEIRA - Médium: Francisco Cândido Xavier - Livro: "Passos da Vida" - EDIÇÃO IDE)
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Livro Palavras De Vida Eterna - Francisco Xavier pelo espírito de Emmanuel