O TRABALHO NA SEARA ESPÍRITA
Umberto Ferrreira
O Espiritismo contém um rico conteúdo doutrinário, cujo
estudo é fundamental para elevar o nosso entendimento da vida espiritual e das
leis morais.
Não é doutrina para ser apenas compreendida em teoria, mas
para ser vivida na prática.
Se não observarmos a aplicação dos ensinos em nossas vidas,
podemos cair na fé inoperante, a que se refere o apóstolo Tiago:
“Assim, também a fé, se não tiver as obras, por si só está
morta”. (Tiago, 2:17.)
Comentando esse versículo da carta de Tiago, assevera o
instrutor espiritual Emmanuel:
“A fé inoperante é problema credor da melhor atenção, em
todos os tempos, a fim de que os discípulos do Evangelho compreendam, com clareza,
que o ideal mais nobre, sem trabalho que o materialize, a benefício de todos,
será sempre uma soberba paisagem improdutiva”. (Fonte Viva, Ed. FEB, cap. 39.)
Mais à frente, acrescenta esse autor espiritual:
“A crença religiosa é o meio. O apostolado é o fim”. (Op.
cit., cap. 39.)
Ao tomarmos a resolução de trabalhar na seara espiritual,
sem dúvida, encontraremos ocupação, porque não há muita procura pelo trabalho
voluntário.
Quando esteve entre nós, Jesus disse aos seus discípulos: “A
seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos”. (Mateus, 9:37.)
Mesmo na seara espírita, o número de trabalhadores é
pequeno, apesar da consciência da importância do trabalho para a evolução espiritual
que o Espiritismo desenvolve nos adeptos.
Muitos deles encontram dificuldades em cooperar na
instituição espírita, por diversos motivos:
• Aguardam o convite pessoal.
• Não aceitam o serviço que lhes é oferecido.
• Não concordam em começar por atividades simples.
• Impõem condições que não podem ser atendidas.
• Reclamam o direito de escolher o tipo de atividade.
• Preferem começar “por cima”.
• Resistem em estudar primeiro.
• Rejeitam a disciplina.
• Não se dispõem a trabalhar em equipe.
• Querem o direito de começar criticando o que está sendo feito.
• O número de pessoas que procuram os centros espíritas é
expressivo e a seara de trabalho é grande. Apesar disso, a quantidade de
trabalhadores continua reduzida.
O ideal é que o candidato ao trabalho na seara se disponha a
agir como o servo fiel da parábola contada por Jesus:
“Bem-aventurado aquele servo a quem seu Senhor, quando vier,
achar servindo assim”. (Mateus 24:46.)
O servo fiel não discutia as determinações. Cumpria-as,
porque entendia que o seu senhor sabia o que deveria ser feito.
Obediência cega ajuda pouco no crescimento do trabalhador, mas
quem se dispõe a obedecer é o que começa com mais acerto.
( Fonte: O Reformador - FEB – Ano 124 – nº 2132 – Novembro de 2006)