MEDIUNIDADE
- ASPECTOS GERAIS
CONCEITO DE MEDIUNIDADE: Mediunidade é a
faculdade humana, natural, pela qual se estabelecem as relações entre os homens
e os Espíritos. Não é um poder oculto que se desenvolve por meio de práticas
rituais ou pelo poder misterioso de um iniciado ou de um guru. A mediunidade
pertence ao campo da comunicação. Desenvolve-se naturalmente nas pessoas de maior sensibilidade para a captação
mental e sensorial de coisas e fatos do mundo espiritual que nos cercam e nos
afetam com as suas vibrações psíquicas e afetivas. Seu desenvolvimento é
cíclico e se processa em forma de espiral (1).
MANIFESTAÇÕES MEDIÚNICAS: A Mediunidade é
uma só, é um todo, mas pode ser encarada em seus vários aspectos funcionais,
que são caracterizados como formas variadas de sua manifestação. Kardec dividiu-a, para efeito metodológico, em duas
grandes áreas bem diferenciadas: a mediunidade de efeitos físicos e a mediunidade de
efeitos inteligentes (1).
Dá-se o nome de manifestações físicas àquelas que se traduzem por efeitos
sensíveis, tais como os barulhos, o movimento e o deslocamento dos corpos
sólidos. Podem ser espontâneos ou provocados. Para que a manifestação seja
inteligente é suficiente que prove um ato livre e voluntário, que exprima uma
intenção ou responda a um pensamento (2).
RESUMO HISTÓRICO: A faculdade mediúnica, tanto a natural
como a de prova, não é fenômeno recente, em que o Espiritismo encontra-se no
ápice, mas ao contrário sempre existiu, desde os primórdios da existência do
homem. Por meio dela os Espíritos diretores podem interferir na evolução do
mundo, orientando-o, guiando-o, protegendo-o (3). O Professor J. H. Pires faz
um estudo detalhado em seu livro “O Espírito e o Tempo”.
MEDIUNIDADE NATURAL E DE PROVA:
A terminologia espírita adotada por Kardec é simples e precisa. Mas no tocante
às duas áreas fundamentais dos fenômenos de efeitos inteligentes e físicos,
seria necessário um acréscimo. Além da divisão fenomênica, tínhamos a divisão
funcional. Possuímos, assim, duas áreas de função mediúnica, designadas como
mediunidade generalizada e mediunato. A primeira corresponde à mediunidade que
todos os seres humanos possuem, e a segunda corresponde à mediunidade de
compromisso, ou seja, de médiuns investidos espiritualmente de poderes
mediúnicos para finalidades específicas na encarnação. Correspondem à
mediunidade estática e dinâmica na acepção de Crawford (1).
MEDIUNISMO E MEDIUNIDADE: A expressão
mediunismo, criada por Emmanuel, designa as formas primitivas de mediunidade
que fundamentam as crenças e religiões primitivas. A diferença entre mediunismo
e mediunidade está na conscientização do problema mediúnico. A Mediunidade é o
Mediunismo desenvolvido, racionalizado e submetido à reflexão religiosa e
filosófica e às pesquisas científicas necessárias ao esclarecimento dos
fenômenos, sua natureza e suas leis (1).
BIBLIOGRAFIA:
(1) Pires,
J. H. Mediunidade, caps. I a IV.
(2) Kardec,
A. O Livro dos Médiuns, caps. II e III.
(3) Armond,
E. Mediunidade, cap. III.