ESTUDO SISTEMATIZADO DO LIVRO DOS ESPÍRITOS
Introdução ao estudo da Doutrina Espírita
Item VII e VIII ( Estudo 04
de 193)
Estudo nº LE 004-a
Tema: Introdução (itens VII
e VIII)
R
E S U M O
Para muita gente, a oposição
das corporações científicas constitui, senão uma prova, pelo menos forte
presunção contra o que quer que seja. Não somos dos que se insurgem contra os
sábios, pois não queremos dar azo a que de nós digam que escoiceamos. Temo-los,
ao contrário, em grande apreço e muito honrado nos julgaríamos se fôssemos
contados entre eles.
Suas opiniões, porém, não
podem representar, em todas as circunstâncias, uma sentença irrevogável. Desde
que a Ciência sai da observação material dos fatos, em se tratando de os
apreciar e explicar, o campo está aberto às conjeturas. Cada um arquiteta o seu
sistemazinho, disposto a sustentá-lo com fervor, para fazê-lo prevalecer. Não
vemos todos os dias as mais opostas opiniões serem alternativamente
preconizadas e rejeitadas, ora repelidas como erros absurdos, para logo depois aparecerem proclamadas como verdades
incontestáveis? Os fatos, eis o verdadeiro critério dos nossos juízos, o
argumento sem réplica. Na ausência dos fatos, a dúvida se justifica no homem
ponderado. Com relação às coisas notórias, a opinião dos sábios é, com toda
razão, fidedigna, porquanto eles sabem mais e melhor do que o vulgo.
Mas, no tocante a princípios
novos, a coisas desconhecidas, essa opinião quase nunca é mais do que
hipotética, por isso que eles não se acham, menos que os outros, sujeitos a
preconceitos. Direi mesmo que o sábio tem mais prejuízos que qualquer outro,
porque uma propensão natural o leva a subordinar tudo ao ponto de vista donde
mais aprofundou os seus conhecimentos: o matemático não vê.
O
ESPIRITISMO E OS FENÔMENOS ESPIRITAS:
"Os fenômenos espíritas
repousam na ação de inteligências dotadas de vontade própria e que nos provam a
cada instante não se acharem subordinadas aos nossos caprichos.
“As observações não podem,
portanto, ser feitas da mesma forma; requerem condições especiais e outro ponto
de partida".
"O Espiritismo esta
todo na existência da alma e no seu estado depois da morte."
FALIBILIDADE
DA RAZÃO:
"O homem que julga
infalível a sua razão esta bem perto do erro. Mesmo aqueles, cujas idéias são
as mais falsas, se apoiam na sua própria razão e é por isso que rejeitam tudo o
que lhes parece impossível. Os que outrora repeliram as admiráveis descobertas
de que a Humanidade se honra, todos endereçavam seus apelos a esse juiz, para
repeli-las. O que se chama razão não e muitas vezes senão orgulho disfarçado e
quem quer que se considere infalível apresenta-se como igual a Deus.
Dirigimo-nos, pois, aos
ponderados, que duvidam do que não viram, mas que, julgando do futuro pelo
passado, não crêem que o homem haja chegado ao apogeu nem que a Natureza lhe
tenha facultado ler a ultima pagina do seu livro." .
ESTUDO
ÚTIL DA DOUTRINA ESPIRITA:
"Acrescentemos que o
estudo de uma doutrina, qual a Doutrina Espirita, que nos lança de súbito numa
ordem de coisas tão nova quão grande, só´ pode ser feito com utilidade por
homens sérios, perseverantes, livres de prevenções e animados de firme e
sincera vontade de chegar a um resultado.
Não sabemos como dar esses
qualificativos aos que julgam a priori, levianamente, sem tudo ter visto; que
não imprimem a seus estudos a continuidade, a regularidade e o recolhimento
indispensáveis."
"Abstenham-se os que
entendem não serem dignos de sua atenção os fatos.
Ninguém pensa em lhes
violentar a crença; concordem, pois, em respeitar a dos outros."
.CARACTERÍSTICA DA SERIEDADE DE UM ESTUDO:
"O que caracteriza um
estudo serio e a continuidade que se lhe da. Será de admirar que muitas vezes
não se obtenha nenhuma resposta sensata a questões de si mesmas graves, quando
propostas ao acaso e a queima-roupa, em meio de uma aluvião de outras
extravagantes? Demais, sucede freqüentemente que, por complexa, uma questão,
para ser elucidada, exige a solução de outras preliminares ou complementares.
Quem deseje tornar-se versado numa ciência tem que a estudar metodicamente,
começando pelo principio e acompanhando o encadeamento e o desenvolvimento das
idéias. Que adiantara aquele que, ao acaso, dirigir a um sábio perguntas acerca
de uma ciência cujas primeiras palavras ignore? Poderá o próprio sábio, por
maior que seja a sua boa-vontade, dar-lhe resposta satisfatória? A resposta
isolada, que der, será forçosamente incompleta e quase sempre por isso mesmo,
ininteligível, ou parecera absurda e contraditória. O mesmo ocorre em nossas
relações com os Espíritos. Quem quiser com eles instruir-se tem que com eles
fazer um curso; mas, exatamente como se procede entre nos devera escolher seus
professores e trabalhar com assiduidade".
CONDUTA
DOS ESPÍRITOS SUPERIORES:
"Dissemos que os
Espíritos superiores somente as sessões serias acorrem, sobretudo as em que
reina perfeita comunhão de pensamentos e de sentimentos para o bem. A
leviandade e as questões ociosas os afastam, como, entre os homens, afastam as
pessoas criteriosas; o campo fica, então, livre a turba dos Espíritos
mentirosos e frívolos, sempre a espreita de ocasiões propicias para zombarem de
nos e se divertirem a nossa custa".
"Se quereis respostas
sisudas, haveis de comportar-vos com toda a sisudeza, na mais ampla acepção do
termo, e de preencher todas as condições reclamadas. Só´ assim obtereis grandes
coisas. Sede, alem do mais, laboriosos e perseverantes nos vossos estudos, sem
o que os Espíritos superiores vos abandonarão, como faz um professor com os
discípulos negligentes".
QUESTÕES
PARA ESTUDO
1 - Por que Kardec afirma que as observações dos fenômenos espíritas
diferem dos métodos comumente usados pela ciência?
Kardec faz essa observação
em função das críticas contrárias dirigidas à Doutrina pelos homens de ciência.
As ciências assentam suas observações nas propriedades da matéria, experimentando
e a manipulando livremente.
Os fenômenos espíritas,
porém, baseiam-se na ação de inteligências dotadas de vontade própria, que
pensam conforme suas conquistas intelectuais acumuladas. As observações desses
fenômenos, portanto, não podem ser feitas utilizando-se as mesmas formas e os
mesmos processos de investigação, uma vez que exigem condições especiais. Isto,
todavia, não afeta o caráter científico do Espiritismo, pois as conclusões
foram tiradas de pesquisas com métodos científicos, embora com formas
diferentes
2 - Como deve ser o estudo do Espiritismo, segundo recomendação de Allan
Kardec?
. O estudo do Espiritismo
deve ser feito com perseverança, seriedade, sem conceitos previamente
estabelecidos, com método e motivado pela firme e sincera vontade de chegar a
um resultado. Questões complexas podem surgir, exigindo estudo de outras,
preliminares ou complementares. Deve-se tomar um ponto de partida e acompanhar
o encandeamento e o desenvolvimento das idéias, para que a conclusão não seja
incompleta nem ininteligível ou pareça absurda e contraditória.
3 - Como podemos saber se uma comunicação provém de um espírito de ordem
superior?
Os Espíritos Superiores
somente às sessões sérias comparecem. Por sessões sérias devemos entender
aquela em que reina perfeita comunhão de pensamentos e de sentimentos para o
bem. Afastam-se sempre que percebem qualquer tipo de leviandade ou questões
ociosas.
Nestes casos, a ação dos
espíritos mentirosos e frívolos é que prevalece. Recomenda o Codificador que,
para se obter comunicações sérias, os participantes da reunião devem se portar
com seriedade e com a intenção na prática do bem, além de perseverarem no
estudo.
Somente assim pode-se obter
comunicação de um Espírito Superior.
(Fonte: CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do
Espiritismo)