8 de outubro de 2012

Inácio de Antioquia


Inácio de Antioquia

Seu nome deriva do latim: igne - fogo e natus - nascido. Nascido do fogo, o que corresponde muito bem à sua personalidade: ardente, eloqüente, apaixonado por Cristo e pelo forte desejo de imitar seu Mestre.
Também é cognominado Theoforos - carregado por Deus, por ser identificado como a criança que Jesus tomou nos braços, para dar exemplo da verdadeira pureza (Mateus, 18:2-6).
De sua vida se conhecem alguns dados através de Eusébio de Cesaréia, através de sua História Eclesiástica, que o identifica como tendo assumido a chefia da Igreja de Antioquia.
Antioquia foi fundada por volta do ano 300 a.C., por Seleuco Nicátor, com o nome de Antiokheia (cidade de Antíoco). Tornou-se a capital do império selêucida e grande centro do Oriente helenístico.
Conquistada pelos romanos, por volta de 64 a.C. Conservou seu estatuto de cidade livre e foi a terceira cidade do Império depois de Roma e Alexandria, chegando a abrigar até 500 mil habitantes.
Mereceu a evangelização de Pedro, Paulo e Barnabé. Atualmente é a cidade de Antakya, da Turquia.
Inácio foi encontrado por João, mais ou menos quatro anos após o drama da cruz. Tendo se retirado para Éfeso, onde ganhara um pedaço de terra cultivável, o Apóstolo morava com Maria, a mãe de Jesus.
O local era um ponto geográfico privilegiado, aconchegante, de rara beleza. Logo além podia-se ver o mar bordado pelas velas coloridas das embarcações.
Miosótis, flores miúdas e tamareiras completavam a harmonia do local.
O menino tinha então seus 8 anos e vendo-o, João se lembrou do petiz de perninhas magras, pendendo frouxas e confiantes do colo do Divino Amigo. Pareceu rever, na tela da alma, as divinas mãos acariciando os cabelos desgrenhados daquela criança.
Com ternura, resolveu adotá-lo e o levou para sua casa. Ali, o pequeno cresceu sob a ternura e os carinhos de Maria, enquanto João lhe cultivou o caráter nos ensinos cristãos.
Já adulto, propagador entusiasta da Boa Nova, Inácio de Antioquia foi preso. Tornou-se célebre por sua peregrinação forçada, em cadeias, de Antioquia a Roma.
Qual Paulo de Tarso, em seu caminho para Roma, foi recebendo a visita de cristãos de outras Igrejas, em todo o percurso. Nas paradas que fazia para descanso, escrevia às comunidades que o tinham recebido ou que lhe enviavam representantes. São sete as cartas conhecidas, todas de imenso valor para o conhecimento da história dos primeiros cristãos.
Em sua Epístola a Policarpo de Esmirna (cidade marítima da Ásia Menor, a oeste de Éfeso. Pesquisas arqueológicas a identificam com a colina de Hacimutsoste, a oito quilômetros da atual cidade de Izmir, na Turquia) ele recomenda à comunidade, a união e confessa a sua fé em Jesus Cristo.
"O cristão", afirma ele no cap. 7:3, "não tem poder sobre si mesmo, mas está livre para servir a Deus."
Na Epístola aos Romanos,cap. 4:1-3, temeroso de que, amigos que tinham influência na corte imperial o poderiam impedir de alcançar o martírio, ele escreve: "Eu vos suplico, não mostreis comigo uma caridade inoportuna. Permiti-me ser pasto das feras, por meio das quais me é concedido alcançar a Deus. Sou trigo de Deus, e serei moído pelos dentes das feras, para que me apresente como trigo puro de Cristo.
Ao contrário, acariciai as feras, para que se tornem minha sepultura, e não deixem nada do meu corpo, para que, depois de morto, eu não pese a ninguém...Não vos dou ordens como Pedro e Paulo; eles eram apóstolos, eu sou um condenado. Eles eram livres, e eu até agora sou um escravo. Contudo, se eu sofro, serei um liberto de Jesus Cristo, e ressurgirei nele como pessoa livre. Acorrentado, aprendo agora a não desejar nada."
No cap. seguinte refere-se à luta "...contra as feras, por terra e por mar, de noite e de dia, acorrentado a dez leopardos, a um destacamento de soldados; quando se lhes faz bem, tornam-se piores ainda. Todavia, por seus maus tratos, eu me torno discípulo melhor, mas ‘nem por isso justificado'."
Finalmente, num dia ensolarado e quente, desembarcando no Porto de Óstia, cercado por legionários, seguiu pela Via Ápia. Chegando ao cume de uma colina que circundava a cidade, ele começou a sorrir.
Aquele homem alquebrado, sorria a ponto de comover-se até as lágrimas. Um legionário se aproximou dele, bateu-lhe na face e colérico, lhe falou:
"Tu deves estar louco. Por que sorris?"
Inácio, ainda emocionado, respondeu:
"Sorrio diante de tanta beleza que os meus olhos descortinam. Sorrio porque chego a Roma e vejo uma cidade imponente. Sorrio ao olhar o casario de mármore, as estátuas que rutilam ao sol, as águas prateadas do Tibre que circundam as montanhas como um alaúde. Sorrio..."
Antes que Inácio pudesse prosseguir, o soldado lhe gritou:
"Mas tu vais morrer, miserável. Como podes sorrir?"
"Sorrio", continuou o pregador do Evangelho, "sorrio de felicidade porque agora eu posso ter uma dimensão do amor de Deus. Porque, se para vós, que sois corrompidos, se para vós que sois criminosos, Deus concede uma cidade tão bela e tão harmônica, o que não haverá de oferecer para aqueles que lhe são fiéis?
Sorrio de felicidade, antecipadamente, e desejo que o sofrimento que me apontas venha logo, a fim de que ele me leve..."
Colocado em um subterrâneo, encontrou amigos de fé. Ali, ele se recordou de Jesus e, por várias horas falou-lhes a respeito das bem-aventuranças do reino de Deus.
Uma semana depois, milhares de espectadores lotaram o circo e a arena ovalada se encheu de feras vindas de várias partes do mundo.
Eram feras que não tinham sido alimentadas por uma semana e sobre as quais se atiravam pedaços de carne ensangüentados, cheios de vida para lhes espicaçar o paladar.
Naquela arena, os cristãos foram lançados e os animais, de forma rápida, despedaçaram aqueles corpos frágeis de anciãos, homens, mulheres e crianças, que não se intimidavam diante da morte.
Contudo, de uma forma estranha, Inácio, que se encontrava entre eles, não foi tocado. Esperou que uma patada no tórax lhe despedaçasse os ossos e os músculos. Entretanto, nenhuma fera lhe arrebentou o corpo.
Vendo que os cadáveres dos seus companheiros já estavam sendo rejeitados pelas feras saciadas, ele se ajoelhou na arena ensangüentada e orou a Jesus:
"Por quê? Por que fui poupado? Por que não tive a honra de morrer?"
Então, um ser espiritual se lhe apresentou à visão psíquica e lhe respondeu:
"Inácio, morrer é muito fácil. Perder o corpo numa só vez é um testemunho pequeno para ti. Tu, que amas tanto Jesus, mereces algo mais penoso. Tu viverás. Viverás entre pessoas que não te compreendem, que desconfiarão de ti.
Estar firme no Ideal, Inácio, no momento das dificuldades, este é o sacrifício maior. O Mestre deseja que vivas, para que a Sua mensagem saia da tua boca e experimentes a perseguição continuada, sem desanimar. A morte na arena é uma morte muito rápida para os que são bons e fiéis."
Inácio saiu da arena. Os cristãos supuseram que ele houvesse prestado sacrifício aos deuses de Roma, para ter a sua vida poupada.
A calúnia, a maledicência e a intriga semearam, na comunidade cristã toda sorte de desconfianças.
Inácio jamais se defendeu, porque quem ama Jesus não tem tempo a perder com defesas improdutivas.
Jamais se justificou, porque ele deveria prestar contas ao seu rei, Jesus, e não aos seus pares, súditos como ele.
Não disse uma palavra. Os anos demonstraram a sua grandeza. Ele passaria a ser o modelo do cristão verdadeiro, o modelo daquele servidor primitivo de Jesus, elevado à categoria de bem-aventurado por seu testemunho de amor.
Sua morte é assinalada como tendo ocorrido no ano de 110, durante o reinado de Trajano, em Roma.
Bibliografia:
01.FRANCO, Divaldo Pereira. Palestra pública.
02.______. Trigo de Deus. In:___. Trigo de Deus. Pelo espírito Amélia Rodrigues. Salvador:LEAL, 1993.
03.COELHO, Rogério. O holocausto maior. Revista Reformador, Rio de Janeiro:FEB, p. 70, mar. 2001.
04.http://www.newadvent.org
www.nlink.com.br/~lume/antioquia.htm
www.terravista.pt/Portosanto/3718/biografgeocities.yahoo.com.br/montealverne/sinacio.html 
www.veritatis..com.br/aartigo.asp
www.freineylor.hpg.com.br

2 de outubro de 2012

3º Jantar Dançante

Evento beneficente que, além de levar alegria e divulgação do amor e caridade, visa angariar fundos para o Projeto SEDE PRÓPRIA.

DIA 24/11 - No Salão do Clubo Círculo Militar.

Convites com:
Alexandre Lima: 31 8643-1056
FELLUZ: às segundas-feiras de 20 às 21:30
Farmácia Homeopática Digitalis: Rua Curvelo 130 - Floresta
Unimaster Pré-Vestibular: Rua Paraíba 889

VENDA DE CONVITES ANTECIPADA*
A venda de convites na porta está condicionada à disponibilidade dos mesmos.

Diversão, sabor e caridade: agradam ao paladar, alimentam a alma!

Mais detalhes sobre o Projeto
https://www.facebook.com/FELLUZ.BH/app_106171216118819

1 de outubro de 2012

MEDIUNIDADE - ASPECTOS GERAIS

Material parcial para estudo
2.º ANO - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA - CENTRO ESPÍRITA ISMAEL

I - MEDIUNIDADE - ASPECTOS GERAIS

CONCEITO DE MEDIUNIDADE: Mediunidade é a faculdade humana, natural, pela qual se estabelecem as relações entre os homens e os Espíritos. Não é um poder oculto que se desenvolve por meio de práticas rituais ou pelo poder misterioso de um iniciado ou de um guru. A mediunidade pertence ao campo da comunicação. Desenvolve-se naturalmente nas pessoas de maior sensibilidade para a captação mental e sensorial de coisas e fatos do mundo espiritual que nos cercam e nos afetam com as suas vibrações psíquicas e afetivas. Seu desenvolvimento é cíclico e se processa em forma de espiral (1).

MANIFESTAÇÕES MEDIÚNICAS: A Mediunidade é uma só, é um todo, mas pode ser encarada em seus vários aspectos funcionais, que são caracterizados como formas variadas de sua manifestação. Kardec dividiu-a, para efeito metodológico, em duas grandes áreas bem diferenciadas: a mediunidade de efeitos físicos e a mediunidade de efeitos inteligentes (1). Dá-se o nome de manifestações físicas àquelas que se traduzem por efeitos sensíveis, tais como os barulhos, o movimento e o deslocamento dos corpos sólidos. Podem ser espontâneos ou provocados. Para que a manifestação seja inteligente é suficiente que prove um ato livre e voluntário, que exprima uma intenção ou responda a um pensamento (2).

RESUMO HISTÓRICO: A faculdade mediúnica, tanto a natural como a de prova, não é fenômeno recente, em que o Espiritismo encontra-se no ápice, mas ao contrário sempre existiu, desde os primórdios da existência do homem. Por meio dela os Espíritos diretores podem interferir na evolução do mundo, orientando-o, guiando-o, protegendo-o (3). O Professor J. H. Pires faz um estudo detalhado em seu livro “O Espírito e o Tempo”.

MEDIUNIDADE NATURAL E DE PROVA: A terminologia espírita adotada por Kardec é simples e precisa. Mas no tocante às duas áreas fundamentais dos fenômenos de efeitos inteligentes e físicos, seria necessário um acréscimo. Além da divisão fenomênica, tínhamos a divisão funcional. Possuímos, assim, duas áreas de função mediúnica, designadas como mediunidade generalizada e mediunato. A primeira corresponde à mediunidade que todos os seres humanos possuem, e a segunda corresponde à mediunidade de compromisso, ou seja, de médiuns investidos espiritualmente de poderes mediúnicos para finalidades específicas na encarnação. Correspondem à mediunidade estática e dinâmica na acepção de Crawford (1). 

MEDIUNISMO E MEDIUNIDADE: A expressão mediunismo, criada por Emmanuel, designa as formas primitivas de mediunidade que fundamentam as crenças e religiões primitivas. A diferença entre mediunismo e mediunidade está na conscientização do problema mediúnico. A Mediunidade é o Mediunismo desenvolvido, racionalizado e submetido à reflexão religiosa e filosófica e às pesquisas científicas necessárias ao esclarecimento dos fenômenos, sua natureza e suas leis (1).

PERGUNTAS:
1 - Qual o conceito de mediunidade?
2 - Faça um resumo histórico da mediunidade (10 linhas).
3 - Qual a diferença entre mediunidade natural e de prova?
4 - Relacione Mediunidade e Mediunismo.

BIBLIOGRAFIA:
(1) Pires, J. H. Mediunidade, caps. I a IV.
(2) Kardec, A. O Livro dos Médiuns, caps. II e III.
(3) Armond, E. Mediunidade, cap. III.

30 de setembro de 2012

A Sublime Contabilidade


A Sublime Contabilidade

“Não tendo ele com o que pagar” Mateus 18:26
O homem ao peregrinar sem entendimento pela estrada da vida, sente-se senhor supremo das suas vontades e merecedor de possuir todos seus desejos físicos realizados, mas não imagina que se  sua vida fosse apenas pautada na Justiça Divina, seria servo fiel aos desígnios de Deus.
Muitos buscam consolidar na existência física os anseios meramente materiais, transgridem leis imutáveis no intento de elevar-se frente aos homens, exigindo que lhes sejam fies seguidores e esquecem-se que chegara o dia de quitar tais equívocos.
Muitos contraem dívidas exorbitantes, por anseio em alimentar a vaidade e o orgulho, comprazendo-se de menosprezar o próximo e humilhar os irmãos menos esclarecidos, não percebendo que acumulam dividas na contabilidade celeste, cujo credor é a sua consciência.
Planejamentos sublimes não relegados para a posteridade, para que os caprichos imediatistas da ostentação lhes sejam evidenciados em primazia.
Entretanto recorrem aos recursos Divinos quando percebem-se acumuladores de débitos volumosos e incapazes de quitação por conta própria.
Neste instante, quando o homem reconhece sua real condição de devedor incondicional, busca na Divina Misericórdia os préstimos sublimes para a quitação dos débitos contraídos no pretérito.
Recorrendo ao amor incondicional do Criador, solicita as oportunidades de multiplicar os talentos ofertados por empréstimo a fim de minimizar os débitos, mas ao encontrar-se em situação de conforto e tranqüilidade relativa, se desvia do caminho e esquecendo-se dos compromissos assumidos, acaba por engendrar em novas dividas.
Neste instante, Deus envia-lhes as situações provacionais como singelos mensageiros, responsáveis por despertar-lhes para a verdadeira caminhada, e convidando-lhes a vivenciar no cotidiano os ensinos engrandecedores do evangelho de luz.
(Mensagem ditada na tarde de 27 de Setembro de 2012, pelo espírito Antônio Carlos Gonzaga)

23 de setembro de 2012

ESDE - Allan Kardec


ESDE
Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita

2ª Unidade

A Codificação Espírita

03 - Allan Kardec. O Professor e o Codificador. Método adotado.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Citar dados biográficos sobre Allan Kardec.
Descrever a missão de Allan Kardec.
Explicar o método adotado por Allan Kardec na Codificação.
IDÉIAS PRINCIPAIS
Nasceu Allan Kardec, "(...) aos 03 de outubro de 1804, com a sagrada missão de abrir caminho ao Espiritismo, a grande voz do ConsoIador Prometido ao mundo pela misericórdia de Jesus Cristo". (5)
Kardec adota o método intuitivo - racional na codificação do Espiritismo, considerando o valor da análise experimental, através da observação, e o uso do raciocínio na descoberta da verdade. Sustenta a necessidade de proceder do simples para o complexo, do particular para o geral.
FONTES DE CONSULTA
01. BIOGRAFIA do Sr. Allan Kardec. Revista Espirita; jornal de estudos psicológicos, 5:128, 131-132, 1869.
02. KARDEC, Allan. Caráter da Revelação Espírita. In: A Gênese. Trad. de Guillon Ribeiro. 24. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1982. Item, 14, p. 20.
03. SAUSSE, Henri. Biografia de Allan Kardec. In: KARDEC, Allan. O que é o Espiritismo. 22. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1980. p. l0,
11-13, 18, 14-16, 18-19, 25, 22.
! 04 FLAMARION, Camille. Discurso pronunciado junto ao túmulo de Allan Kardec. In: KARDEC, Allan. Obras póstumas. Trad. de Guillon Ribeiro 18. ed. Rio de Janeiro, FEB’ 1981. p. 24.
| 05. WANTUIL, Zêus & THIESEN, Francisco . Esboço do sistema pestalozziano. In: Allan Kardec; meticulosa pesquisa bio bibliográfica. Rio de Janeiro, FEB, 1979 vol., p 97
06 _H. L. D Rivail, educador, escuda os fatos. In: Allan Kardec; pesquisa bio bibliográfica e ensaios de interpretação Rio de Janeiro, FEB, 1979. v.2, p 63
07. _. Princípios enunciados e seguidos pelo discípulo. In:. Allan Kardec, meticulosa pesquisa bio bibliográfica. Rio de Janeiro, FEB’ 1979. v.1, p. 99.
Na cidade de Lião, na rua Sala 76 nasceu, no dia 3 de outubro de 1804, aquele que se celebrizaria sob o pseudônimo de Allan Kardec, de tradicional família francesa de magistrados e professores, filho de Jean Baptiste Antoine Rivail e de Jeanne Lonise Duhamel. Batizado pelo padre Barthe a 15 de junho de 1805 na igreja de Saint Denis de la Croix-Rousse, recebeu o nome de Hippolyte Léon Denizard Rivail. (3)
Em Lião fez os seus primeiros estudos, seguindo depois para Yverdun, na Suíça, a fim de estudar no Instituto do celebre professor Pestallozzi. O instituto desse abalizado mestre era um dos mais famosos e respeitados em toda a Europa, reputado como escola modelo, por onde passaram sábios escritores do Velho Continente. Desde cedo Hippolyte Léon tornou-se um dos mais eminentes discípulos de Pestallozzi, um colaborador inteligente e dedicado, que exerceria, mais tarde, grande influencia sobre o ensino da França. (3)
Declara a Revista Espirita, de maio de 1869, que dotado de notável inteligência e atraído por sua vocação, desde os 14 anos ele ensinava, aos condiscípulos menos adiantados, tudo que aprendia. (1)
Concluídos os seus estudos em Yverdun, regressou a Paris, onde se tornou conceituado Mestre não só em letras como em ciências, distinguindo-se como notável pedagogo e divulgador do Método Pestallozziano. Conhecia algumas línguas como o italiano, alemão etc.. Tornou-se membro de várias sociedades cientificas.
Encontrando-se no mundo literário de Paris com a professora Amelie Gabrielle Boudet, culta, inteligente, autora de livros didáticos, o professor Hippolyte Léon contrai com ela matrimônio, conquistando uma preciosa colaboradora para a sua futura atuação missionária.
Como pedagogo, no primeiro período da sua vida, Rivail publica numerosos livros didáticos Apresenta, na mesma época, planos e métodos referentes ã reforma do ensino [rances. Entre as obras publicadas, destacam-se: Curso Teórico e Prático de Aritmética, Gramática Francesa Clássica, Catecismo Gramatical da Língua Francesa, alem de programas de cursos ordinários de física, química e astronomia e fisiologia. (3)
Ao termino desta longa atividade e experiência pedagógica, o professor Hippolyte estava preparado para outra tarefa, a codificação do Espiritismo. (3)
Começa então a missão de Allan Kardec quando em 1854 ouviu falar pela primeira vez nas mesas girantes, através do amigo senhor Fortier, um pesquisador emérito do magnetismo. A principio Kardec revelou-se cético, apesar de seus estudos sobre magnetismo, mas não intransigente, face a sua posição de livre pensador de homem austero, sincero e observador. Exigindo provas, mostrou-se inclinado a observação mais profunda dos ruidosos fatos amplamente divulgados pela imprensa francesa.
Assistindo os propalados fenômenos, na casa da sonâmbula senhora Roger, depois na casa de madame Plainemaison e, finalmente na casa da família Baudin, recebe muitas mensagens através da mediunidade das jovens Caroline e Julie. Conclui, afinal, que eram efetivamente manifestações inteligentes produzidas pelos Espíritos dos homens que deixaram a Terra. (3)
Recebendo depois dos senhores Carlotti, Rene Taillandier, Tiedeman-Manthèse, Sardou, pai e filho, e Didier, editor, (...)cinqüenta cadernos. de comunicações diversas (...)" (3), Kardec se dedica àquela ciclópica e desafiadora tarefa da Codificação Espírita, elaborando as obras básicas em função dos ensinamentos fornecidos pelos Espíritos, sendo a primeira delas- "O Livro dos Espíritos’’ --, publicada em 18 de abril de 1857, e tida como marco inicial da codificação do Espiritismo. (3)
Explicando a sua convicção, sustenta que a sua crença apoia-se em raciocínio e fatos. É do seu feitio examinar antes, de negar ou afirmar a priori, qualquer tema. "(...) Foi, portanto, como racionalista estudioso, emancipado do misticismo, que ele se pôs a examinar os fatos relacionados com as "mesas girantes": "tendo adquirido, no estudo das ciências exatas, o hábito das coisas positivas, sondei, perscrutei esta nova ciência (o Espiritismo) nos seus mais íntimos refolhos; busquei explicar-me tudo, porque não costumo aceitar idéia alguma, sem lhe conhecer o como e o porquê. (...)" (6)
Fundou Kardec em 1 de abril de 1858 a primeiro sociedade espirita com o nome de "Societe Parisenne des Etudes Spirites" e no mesmo ano edita a Revista Espirita, primeiro órgão espirita na Europa. No dia 15 de janeiro de 1861) lança "O Livro dos Médiuns" e depois, sucessivamente, "O Evangelho Segundo o Espiritismo "O Céu e o Inferno" e "A Gênese". (3)
Recebe a primeira revelação da sua missão em 30 de abril de 1856, pela médium Japhet, missão essa confirmada em 12 de junho de 1856, pela médium Aline, e finalmente a 12 de abril de 1860 na casa do senhor Dehau, pelo médium Crozet. Kardec escreve que empregou nessa laboriosa tarefa toda solicitude e dedicação que era capaz. (3)
Na Revista Espirita de maio de 1869, lê-se: "(...) trabalhador infatigável, sempre o primeiro e o ultimo a postos. Allan Kardec desencarnou a 31 de março de 1869 (...)". "Nele, como em todas as almas fortemente temperadas, a lamina gastou a bainha. (...)" (1)
Cumprida estava modelarmente a missão do expoente máximo da Terceira Revelação, abrindo caminho ao Espiritismo (...) a grande voz do Consolador Prometido ao mundo pela misericórdia de Jesus". (5)
No que tange ao método, Kardec adota o intuitivo - racionalista Pestallozzlano, como processo didático defendido pelo fundador -do Instituto de Yverdun, considerando todavia o valor da análise experimental. Sob tais diretrizes cultiva o espírito natural da observação, apregoando o uso do raciocínio todavia, a atitude mecânica para que o aprendiz procure sempre a razão e a finalidade de tudo. Sustenta a necessidade de proceder do simples para o complexo, do particular para o geral. Recomenda a utilização de uma memória racional, fazendo o uso da Razão, para reter as idéias de modo a evitar o processo de repetição mecânica das palavras. Procura despertar no estudo a curiosidade do observador de molde avivar a atenção e a percepção .(7) O lastro contido no ensino basilar e sempre intuitivo, que Kardec considera ‘’(...) como o fundamento geral dos nossos conhecimentos e o meio mais adequado para desenvolver as forcas do espirito humano, da maneira mais natural.(...)/(7)
Entendia Kardec que "(...)todo bom método devia partir do conhecimento dos fatos adquiridos pela observação, pela experiência e pela analogia, para daí se extraírem por indução, os resultados e se chegar a enunciados gerais que pudessem servir de base de raciocínios, dispondo-se esses materiais com ordem sem lacuna, harmoniosamente. (...)" (5)
Pelo eficiente e racional método de sua dialética, Kardec foi saudado por Camille Flamarion como "o bom senso encarnado". (4)
Em conclusão, a resplandecente missão do mestre de Lion, exercida com tanto estoicismo e devoção, assegura-nos, desde agora, a convicção de sua retumbante vitória.

22 de setembro de 2012

PROVA DE FOGO (escolhida na espiritualidade)


Encontrava-me em um departamento de instrução e orientação a espíritos que se preparavam para o retorno à vida corporal.
O instrutor Joel, abnegado Benfeitor daquele núcleo, atendia pacientemente aos inúmeros candidatos à reencarnação.
Diante de um dos seus pupilos, o nobre instrutor falou:
- Augusto, meu filho, rejubilo-me com teus esforços. Nem todos estão preparados para participarem da escolha das próprias provas... No entanto, espírito consciente dos erros do passado, auxiliado pelos amigos desta Casa, sabes que de fato, o escolhido será o melhor para ti.
O ouvinte, atencioso, respondeu:
- Sim, irmão Joel, e agradeço o amparo carinhoso que tenho recebido de todos.
Solícito, o Benfeitor explicou:
- Agradeçamos, antes, à bondade infinita de Deus, que nos permite recomeçar, conforme Jesus nos ensinou: "- Meu Pai não quer a morte do pecador, mas sim que ele se arrependa... "
Lágrimas discretas deslizaram pela face do aprendiz, enquanto o instrutor prosseguia:
- Augusto, confia e prepara-te. Terás muitas lutas e acerbas dificuldades. Aflições inúmeras acompanhar-te-ão a trajetória terrena, entretanto, depois das lutas, depararás com a paz que esperas de há muito... Vai em paz!
Após Augusto se retirar, interessado em colher novas lições, aproximei-me do irmão Joel e indaguei:
- Benfeitor amigo, pelo que pude apreciar nosso companheiro enfrentará verdadeira prova de fogo na existência terrestre?
- Sim, respondeu o instrutor. Ele necessi­tará de muito esforço, renúncia e perseverança.
- Enfrentará a miséria?
- Não, o nosso irmão terá o necessário para viver.
- Sofrerá grave enfermidade?
- Não, ele terá saúde equilibrada.
- Viverá em completa e angustiosa solidão?
- Não, viverá cercado de pessoas.
- Mas, então, que prova ele terá?
O Benfeitor sorriu e concluiu explicando: - Nosso Augusto será médium na Terra…
Hilário Silva (Espírito)
In “Notas de Paz” De Luís António Ferraz

20 de setembro de 2012

Mensagem espiritual


Devemos compreender que aquele que bate a nossa porta em busca de auxilio, é o convidado sublime do Cristo, despertando-nos para a necessidade do entendimento e de melhorarmo-nos intimamente a cada instante de nossa vida.
(Mensagem ditada pelo espírito Antônio Carlos Gonzaga, na noite de 19 de setembro de 2012)

Resumo da Doutrina Espírita


Fonte: O Espiritismo na sua mais simples expressão - Allan Kardec
1. Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.
Deus é eterno, único, imaterial, imutável, todo-poderoso, soberanamente justo e bom. Deve ser infinito em todas as suas perfeições, pois se supuséssemos um único de seus atributos imperfeito, ele não seria mais Deus.
2. Deus criou a matéria que constitui os mundos; também criou seres inteligentes que chamamos de Espíritos, encarregados de administrar os mundos materiais segundo as leis imutáveis da criação, e que são perfectíveis por sua natureza. Aperfeiçoando-se, eles se aproximam da Divindade.
3. O espírito propriamente dito é o princípio inteligente; sua natureza íntima nos é desconhecida; para nós ele é imaterial, porque não tem nenhuma analogia com o que chamamos matéria.
4. Os Espíritos são seres individuais; têm um envoltório etéreo, imponderável, chamado perispírito, espécie de corpo fluídico, semelhante à forma humana. Povoam os espaços, que percorrem com a rapidez do raio, e constituem o mundo invisível.
5. A origem e o modo de criação dos Espíritos nos são desconhecidos; só sabemos que são criados simples e ignorantes, quer dizer, sem ciência e sem conhecimento do bem e do mal, mas com igual aptidão para tudo, pois Deus, em sua justiça, não podia isentar uns do trabalho que teria imposto aos outros para chegar à perfeição. No princípio, ficam em uma espécie de infância, sem vontade própria e sem consciência perfeita de sua existência.
6. Desenvolvendo-se o livre arbítrio nos Espíritos ao mesmo tempo que as idéias, Deus lhes diz: "Vocês podem aspirar à felicidade suprema, assim que tiverem adquirido os conhecimentos que lhes faltam e cumprido a tarefa que lhes imponho. Então trabalhem para seu engrandecimento; este é o objetivo; irão atingi-lo seguindo as leis que gravei em sua consciência."
Em consequência de seu livre arbítrio, uns tomam o caminho mais curto, que é o do bem, outros o mais longo, que é o do mal.
7. Deus não criou o mal; estabeleceu leis, e essas leis são sempre boas, porque ele é soberanamente bom; aquele que as observasse fielmente seria perfeitamente feliz; mas os Espíritos, tendo seu livre arbítrio, nem sempre as observaram, e o mal veio de sua desobediência. Pode-se então dizer que o bem é tudo o que é conforme à lei de Deus e o mal tudo o que é contrário a essa mesma lei.
8. Para cooperar, como agentes do poder divino, com a obra dos mundos materiais, os Espíritos revestem-se temporariamente de um corpo material. Pelo trabalho de que sua existência corpórea necessita, eles aperfeiçoam sua inteligência e adquirem, observando a lei de Deus, os méritos que devem conduzi-los à felicidade eterna.
9. A encarnação não foi imposta ao Espírito, no princípio, como uma punição; ela é necessária ao seu desenvolvimento e para a realização das obras de Deus, e todos devem resignar-se a ela, tomem o caminho do bem ou do mal; só que os que seguem o caminho do bem, avançando mais rapidamente, demoram menos a chegar ao fim e lá chegam em condições menos penosas.
10. Os Espíritos encarnados constituem a humanidade, que não está circunscrita à Terra, mas que povoa todos os mundos disseminados peloespaço.
11. A alma do homem é um Espírito encarnado. Para auxiliá-lo no cumprimento de sua tarefa; Deus lhe deu, como auxiliares, os animais; que lhe são submissos e cuja inteligência e caráter são proporcionais às suas necessidades.
12. O aperfeiçoamento do Espírito é o fruto de seu próprio trabalho; não podendo, em uma única existência corpórea, adquirir todas as qualidades morais e intelectuais que devem conduzi-lo ao objetivo, ele aí chega por uma sucessão de existências, dando em cada uma delas alguns passos adiante no caminho do progresso.
13. Em cada existência corpórea o Espírito deve cumprir uma missão proporcional a seu desenvolvimento; quanto mais ela for rude e laboriosa, maior seu mérito em cumpri-la. Cada existência é, assim, uma prova que o aproxima do alvo. O número de suas existências é indeterminado. Depende da vontade do Espírito de abreviá-las, trabalhando ativamente em seu aperfeiçoamento moral; assim como depende da vontade do operário que tem de realizar um trabalho abreviar o número de dias para sua execução.
14. Quando uma existência foi mal empregada, não aproveitou o Espírito, que deve recomeçá-la em condições mais ou menos penosas, em razão de sua negligência e de sua má vontade; assim é que, na vida, podemos ser obrigados a fazer no dia seguinte o que não fizemos no anterior, ou a refazer o que fizemos mal.
15. A vida espiritual é a vida normal do Espírito: ela é eterna; a vida corpórea é transitória e passageira: é apenas um instante na eternidade.
16. No intervalo de suas existências corpóreas, o Espírito é errante. Não por duração determinada; nesse estado o espírito é feliz ou infeliz de acordo com o bom ou mau emprego de sua última existência; ele estuda as causas que apressaram ou retardaram seu desenvolvimento; toma resoluções que tentará pôr em prática na próxima encarnação e escolhe, ele mesmo, as provas que considera mais adequadas ao seu progresso; mas algumas vezes ele se engana, ou sucumbe não mantendo como homem as resoluções que tomou como Espírito.
17. O Espírito culpado é punido pelos sofrimentos morais no mundo dos Espíritos, e pelas penas físicas na vida corpórea. Suas aflições são conseqüências de suas faltas, quer dizer, de sua infração à lei de Deus; de modo que constituem simultaneamente uma expiação do passado e uma prova para o futuro é assim que o orgulhoso pode ter uma existência de humilhação, o tirano uma vida de servidão; o rico mau uma encarnação de miséria.
18. Há mundos apropriados aos diferentes graus de avanço dos Espíritos, onde a existência corpórea acha-se em condições muito diferentes. Quanto menos o Espírito é adiantado, mais os corpos de que se reveste são pesados e materiais; à medida em que se purifica, passa para mundos superiores moral e fisicamente. A Terra não é o primeiro nem o último, mas um dos mundos mais atrasados.
19. Os Espíritos culpados são encarnados em mundos menos adiantados, onde expiam suas faltas pelas tribulações da vida material. Esses mundos são para eles verdadeiros purgatórios, dos quais depende deles sair, trabalhando em seu progresso moral. A Terra é um desses mundos.
20. Deus, sendo soberanamente justo e bom, não condena suas criaturas a castigos perpétuos pelas faltas temporárias; oferece-lhes em qualquer ocasião meios de progredir e reparar a mal que elas praticaram. Deus perdoa, mas exige o arrependimento, a reparação e o retorno ao bem, de modo que a duração do castigo é proporcional à persistência do Espírito no mal; conseqüentemente, o castigo seria eterno para aquele que permanecesse eternamente na mau caminho, mas, assim que um sinal de arrependimento entra no coração do culpado, Deus estende sobre ele sua misericórdia. A eternidade das penas deve assim ser entendida no sentido relativo, e não no sentido absoluto.
21. Os Espíritos, encarnando-se, trazem com eles o que adquiriram em suas existências precedentes; é a razão por que os homens mostram instintivamente aptidões especiais; inclinações boas ou más que lhes parecem inatas. As más inclinações naturais são os vestígios das imperfeições do Espírito, dos quais ele não se despojou inteiramente; são também os indícios das faltas que ele cometeu, e o verdadeiro pecado original. A cada existência ele deve lavar-se de algumas impurezas.
22. O esquecimento das existências anteriores é uma graça de Deus que, em sua bondade, quis poupar ao homem lembranças freqüentemente penosas. Em cada nova existência, o homem é o que ele fez de si mesmo; é para ele um novo ponto de partida - ele conhece seus defeitos atuais, sabe que esses defeitos são a conseqüência dos que tinha, tira conclusões do mal que pôde ter cometido, e isso lhe basta para trabalhar, corrigindo-se. Se tinha outrora defeitos que não tem mais, não tem mais que preocupar-se com eles; bastam-lhe as imperfeições presentes.
23. Se a alma ainda não existiu, é que foi criada ao mesmo tempo que o corpo; nessa suposição, ela não pode ter nenhuma relação com as que a precederam. Pergunta-se, então, como Deus, que é soberanamente justo e bom, pode tê-la feito responsável pelo erro do pai do gênero humano, maculando-a com um pecado original que ela não cometeu. Dizendo, ao contrário, que ela traz ao renascer o germe das imperfeições de suas existências anteriores, que ela sofre na existência atual as conseqüências de suas faltas passadas, dá-se do pecado original uma explicação lógica que todos podem compreender e admitir, porque a alma só é responsável por suas próprias obras.
24. A diversidade das aptidões inatas, morais e intelectuais, é a prova de que a alma já viveu; se tivesse sido criada ao mesmo tempo que o corpo atual, não estaria de acordo com a bondade de Deus ter feito umas mais avançadas que as outras. Por que selvagens e homens civilizados, bons e maus; tolos e brilhantes? Dizendo-se que uns viveram mais que os outros e mais adquiriram, tudo se explica.
25. Se a existência atual fosse única e devesse decidir sozinha sobre o futuro da alma para a eternidade, qual seria o destino das crianças que morrem em tenra idade? Não tendo feito nem bem nem mal, elas não merecem nem recompensas nem punições. Segundo a palavra do Cristo, sendo cada um recompensado segundo suas obras, elas não têm direito à felicidade perfeita dos anjos, nem merecem ser dela privadas. Diga-se que poderão, em uma outra existência, realizar o que não puderam naquela que foi abreviada, e não há mais exceções.
26. Pelo mesmo motivo, qual seria a sorte dos cretinos, idiotas? Não tendo nenhuma consciência do bem e do mal, não têm nenhuma responsabilidade por seus atos. Deus seria justo e bom tendo criado almas estúpidas para destiná-las a uma existência miserável e sem compensações? Admita-se, pelo contrário, que a alma do idiota e do cretino é um Espírito em punição dentro de um corpo impróprio para exprimir seu pensamento, onde ele é como um homem fortemente aprisionado por laços, e não se terá mais nada que não seja conforme com a justiça de Deus.
27. Em suas encarnações sucessivas, o Espírito, sendo pouco a pouco despojado de suas impurezas e aperfeiçoado pelo trabalho, chega ao termo de suas existências corpóreas; pertence então à ordem dos Espíritos puros ou dos anjos, e goza simultaneamente da vida completa de Deus e de uma felicidade imperturbável pela eternidade.
28. Estando os homens em expiação na terra, Deus, como bom pai, não os entregou a si mesmos sem guias. Eles têm primeiro seus Espíritos protetores ou anjos guardiães, que velam por eles e se esforçam para conduzi-los ao bom caminho; têm ainda os Espíritos em missão na terra, Espíritos superiores encarnados de quando em quando entre eles para lhes iluminar o caminho através de seus trabalhos e fazer a humanidade avançar. Se bem que Deus tenha gravado sua lei na consciência, ele achou que devia formulá-la de maneira explícita; mandou primeiro Moisés, mas as leis de Moisés estavam ajustadas aos homens de seu tempo; ele só lhes falou da vida terrestre, de penas e de recompensas temporais. O Cristo veio depois completar a lei de Moisés através de um ensinamento mais elevado: a pluralidade das existências[9], a vida espiritual, mas as penas e as recompensas morais. Moisés os conduziu pelo medo, o Cristo pelo amor e pela caridade.
29. O Espiritismo, mais bem entendido hoje, acrescenta, para os incrédulos a evidência à teoria; prova o futuro com fatos patentes; diz em termos claros e sem equívoco o que o Cristo disse em parábolas; explica as verdades desconhecidas ou falsamente interpretadas; revela a existência do mundo invisível ou dos Espíritos, e inicia o homem nos mistérios da vida futura; vem combater o materialismo, que é uma revolta contra o poder de Deus; vem enfim estabelecer entre os homens o reino da caridade e da solidariedade anunciado pelo Cristo. Moisés lavrou, o Cristo semeou, o Espiritismo vem colher.
30. O Espiritismo não é uma luz nova, mas uma luz mais brilhante, porque surgiu de todos os pontos do globo através daqueles que viveram. Tornando evidente o que era obscuro, põe fim às interpretações errôneas, e deve unir os homens em uma mesma crença, porque não há senão um Deus, e suas leis são as mesmas para todos; ele marca enfim a era dos tempos preditos pelo Cristo e pelos profetas.
31. Os males que afligem os homens na terra têm como causa o orgulho, o egoísmo e todas as más paixões. Pelo contato de seus vícios, os homens tornam-se reciprocamente infelizes e punem-se uns aos outros. Que a caridade e a humildade substituam o egoísmo e o orgulho, então eles não quererão mais prejudicar-se; respeitarão os direitos de cada um e farão reinar entre eles a concórdia e a justiça.
32. Mas como destruir o egoísmo e o orgulho, que parecem inatos no coração do homem? - O egoísmo e o orgulho estão no coração do homem, porque os homens são espíritos que seguiram desde o princípio o caminho do mal, e que foram exilados na terra como punição desses mesmos vícios; é o seu pecado original, de que muitos não se despojaram. Através do Espiritismo, Deus vem fazer um último apelo para a prática da lei ensinada pelo Cristo: a lei de amor e de caridade.
33. Tendo a terra chegado ao tempo marcado para tornar-se uma morada de felicidade e de paz, Deus não quer que os maus Espíritos encarnados continuem a trazer para ela a perturbação, em prejuízo dos bons; é por isso que eles deverão deixá-la: Irão expiar seu empedernimento em mundos menos evoluídos; onde trabalharão de novo para seu aperfeiçoamento em uma série de existências mais infelizes e mais penosas ainda que na terra.
Eles formarão nesses mundos uma nova raça mais esclarecida, cuja tarefa será levar o progresso aos seres atrasados que neles habitam, pelos conhecimentos que já adquiriram. Só sairão para um mundo melhor quando tiverem merecido, e assim por diante, até que tenham atingido a purificação completa: Se a terra era para eles um purgatório, esses mundos serão seu inferno, mas um inferno de onde a esperança nunca está banida[10].
34. Enquanto a geração proscrita vai desaparecer rapidamente; surge uma nova geração, cujas crenças serão fundadas no Espiritismo cristão. Nós assistimos à transição que se opera, prelúdio da renovação moral cuja chegada o Espiritismo marca.
MÁXIMAS EXTRAÍDAS DO ENSINAMENTO DOS ESPÍRITOS
35. O objetivo essencial do Espiritismo é o melhoramento dos homens. Não é preciso procurar nele senão o que pode ajudá-lo para o progresso moral e intelectual.
36. O verdadeiro Espírita não é o que crê nas manifestações, mas aquele que faz bom proveito do ensinamento dado pelos Espíritos. Nada adianta acreditar se a crença não faz com que se dê um passo adiante no caminho do progresso e que não o faça melhor para com o próximo.
37. O egoísmo, o orgulho, a vaidade, a ambição, a cupidez, o ódio, a inveja, o ciúme, a maledicência são para a alma ervas venenosas das quais é preciso a cada dia arrancar algumas hastes, e que têm como contraveneno: a caridade e a humildade.
38. A crença no Espiritismo só é proveitosa para aquele de quem se pode dizer: hoje está melhor do que ontem.
39. A importância que o homem atribui aos bens temporais está na razão inversa de sua fé na vida espiritual; é a dúvida sobre o futuro que o leva a procurar suas alegrias neste mundo, satisfazendo suas paixões, ainda que às custas do próximo.
40. As aflições na terra são os remédios da alma; elas salvam para o futuro, como uma operação cirúrgica dolorosa salva a vida de um doente e lhe devolve a saúde. É por isso que o Cristo disse: "Bem-aventurados os aflitos, pois eles serão consolados."
41. Nas suas aflições, olhe abaixo de você e não acima; pense naqueles que sofrem ainda mais que você.
42. O desespero é natural para aquele que crê que tudo acaba com a vida do corpo; é um contra-senso para aquele que tem fé no futuro.
43. O homem é muitas vezes o artesão de sua própria infelicidade neste mundo; se ele voltar à fonte de seus infortúnios, verá que a maior parte deles são o resultado de sua imprevidência, de seu orgutho e avidez, conseqüentemente, de sua infração às leis de Deus.
44. A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar Nele; é aproximar-se Dele; é pôr-se em comunicação com Ele.
45. Aquele que ora com fervor e confiança é mais forte contra as tentações do mal, e Deus envia-lhe bons Espíritos para assisti-lo. É um auxílio que nunca é recusado, quando é pedido com sinceridade.
46. O essencial não é orar muito, mas orar bem. Certas pessoas crêem que todo o mérito está na extensão da prece, enquanto fecham os olhos para seus próprios defeitos. A prece é para eles uma ocupação, um emprego do tempo, mas não uma análise de si mesmos.
47. Aquele que pede a Deus o perdão de seus erros não o obtém senão mudando de conduta. As boas ações são a melhor das preces, pois os atos valem mais que as palavras.
48. A prece é recomendada por todos os bons Espíritos; é, além disso, pedida por todos os Espíritas imperfeitos como um meio de tornar mais leves seus sofrimentos.
49. A prece não pode mudar os desígnios da Providência; mas, vendo que há interesse por eles, os Espíritos sofredores se sentem menos desamparados; tornam-se menos infelizes; ela exalta sua coragem, estimula neles o desejo de elevar-se pelo arrependimento e reparação, e pode desvia-los do pensamento do mal. É nesse sentido que ela pode não só aliviar, mas abreviar seus sofrimentos.
50. Cada um ore segundo suas convicções e o modo que acredita mais conveniente, pois a forma não é nada, o pensamento é tudo; a sinceridade e a pureza de intenção é o essencial; um bom pensamento vale mais que numerosas palavras, que se assemelham ao barulho de um moinho e onde o coração não está.
51. Deus fez homens fortes e poderosos para que fossem sustentáculos dos fracos; o forte que oprime o fraco é advertido por Deus; em geral ele recebe o castigo nesta vida, sem prejuízo do futuro.
52. A fortuna é um depósito cujo possuidor é tão-somente o usufrutuário, já que não a leva com ele para o túmulo; ele prestará rigorosas contas do emprego que fez dela.
53. A fortuna é uma prova mais arriscada que a miséria, porque é uma tentação para o abuso e os excessos, e porque é mais difícil ser moderado que ser resignado.
54. O ambicioso que triunfa e o rico que se sustenta de prazeres materiais são mais de se lamentar que de se invejar, pois é preciso ter em conta o retorno. O Espiritismo, pelos terríveis exemplos dos que viveram e que vêm revelar sua sorte, mostra a verdade desta afirmação do Cristo: "Aquele que se orgulha será humilhado e aquele que se humilha será elevado."
55. A caridade é a lei suprema do Cristo: "Amem-se uns aos outros como irmãos; - ame seu próximo como a si mesmo; perdoe seus inimigos; - não faça a outrem o que não gostaria que lhe fizessem"; tudo isso se resume na palavra caridade.
56. A caridade não está só na esmola pois há a caridade em pensamentos, em palavras e em ações. Aquele caridoso em pensamentos, é indulgente para com as faltas do próximo; caridoso em palavras, não diz nada que possa prejudicar seu próximo; caridoso em ações, assiste seu próximo na medida de suas forças.
57. O pobre que divide seu pedaço de pão com um mais pobre que ele é mais caridoso e tem mais mérito aos olhos de Deus que o que dá o que lhe é superfluo, sem se privar de nada.
58. Aquele que nutre contra seu próximo sentimentos de animosidade, ódio, ciúme e rancor, falta à caridade; ele mente, se se diz cristão, e ofende a Deus.
59. Homens de todas as castas, de todas as seitas e de todas as cores, vocês são todos irmãos, pois Deus os chama a todos para ele; estendam-se pois as mãos, qualquer que seja sua maneira de adorá-lo, e não atirem o anátema, pois o anátema é a violação da lei de caridade proclamada pelo Cristo.
60. Com o egoísmo, os homens estão em luta perpétua; com a caridade, estarão em paz. A caridade, constituindo a base de suas instituições, pode assim, por si só, garantir a felicidade deles neste mundo; segundo as palavras do Cristo, só ela pode também garantir sua felicidade futura, pois encerra implicitamente todas as virtudes que podem levá-los à perfeição. Com a verdadeira caridade, tal como a ensinou e praticou o Cristo, não mais o egoísmo, o orgulho, o ódio, a inveja, a maledicência; não mais o apego desordenado aos bens deste mundo. É por isso que o Espiritismo cristão tem como máxima: FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO.
Incrédulos! Podeis rir dos Espíritos, zombar daqueles que crêem em suas manifestações; ride, pois, se ousardes, desta máxima que eles acabaram de professar e que é sua própria salvaguarda, pois se a caridade desaparecesse da terra, os homens se entredilacerariam, e talvez vocês fossem as primeiras vítimas. Não está longe o tempo em que esta máxima, proclamada abertamente em nome dos Espíritos, será uma garantia de segurança e um título à confiança, naqueles que a trouxerem gravada no coração.

19 de setembro de 2012

Livro Ação e Caminho. Psicografia de Francisco C. Xavier


Vejamos Emmanuel, “Sentimento e Ação”, psicografia de Francisco Cândido Xavier:

“O sentimento cria a ideia.
A ideia gera o desejo.
O desejo acalentado forma a palavra.
A palavra orienta a ação.
A ação detona resultados.
Os resultados nos traçam o caminho nas áreas infinitas do tempo.
Cada criatura permanece na estrada que construiu para si mesma.
A escolha é sempre nossa.”

PRECE PELA VIGILÂNCIA


PRECE PELA VIGILÂNCIA


Senhor Deus, rogo aos anjos celestes, para que junto a Vós acalentai meu coração aflito e padecente de entendimento.
Imploro Oh Pai amado pelo alento em meu coração, fazendo dissipar de minha mente toda a duvida e o receio que me entorpecem o ser.
Livra-me Senhor dos queixumes e das atitudes desditosas, pois caminho sem perceber para o abismo obscurecido da desventura.
Fazei Senhor abrolhar em meu coração a arvore da fé verdadeira e que eu possa confiar em Vossa sublime misericórdia e perseverar no meu aprimoramento sincero.
Oportuniza-me Pai que eu possa servir em Teu nome, sendo apenas o anônimo dependente fiel a Vós.
Concede-me Pai que eu obtenha a sublimação de meu ser através do embate constante contra minhas imperfeiçoes e más tendências, mesmo que para isso tenha que limitar minhas escolhas e opções.
Dá-me Senhor o auxilio necessário no campo da serventia, onde possa rebaixar-me ao máximo frente ao meu próximo e assim Vosso nome possa se exaltar perante a humanidade.
Rogo-te Senhor que me envie os desafetos do cotidiano para assim exercitar em mim a caridade pura da paciência e resignação.
Perdoe-me Pai amado, pois ainda receoso e confuso não compreendo Vosso amor perene atuando em minha vida e ofertando-me o ensejo da renovação e da consolidação da sublimação do espirito.
(Do livro Pensamento em Prece, pelo espírito Antônio de Pádua)

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Pensemos Nisso

O QUE MAIS SOFREMOS
O que mais sofremos no mundo –
Não é a dificuldade. É o desânimo em superá-la.
Não é a provação. É o desespero diante do sofrimento.
Não é a doença. É o pavor de recebê-la.
Não é o parente infeliz. É a mágoa de tê-lo na equipe familiar.
Não é o fracasso. É a teimosia de não reconhecer os próprios erros.
Não é a ingratidão. É a incapacidade de amar sem egoísmo.
Não é a própria pequenez. É a revolta contra a superioridade dos outros.
Não é a injúria. É o orgulho ferido.
Não é a tentação. É a volúpia de experimentar-lhe os alvitres.
Não é a velhice do corpo. É a paixão pelas aparências.
Como é fácil de perceber, na solução de qualquer problema, o pior problema é a carga de aflições que criamos, desenvolvemos e sustentamos contra nós.
(Espírito: ALBINO TEIXEIRA - Médium: Francisco Cândido Xavier - Livro: "Passos da Vida" - EDIÇÃO IDE)
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Mensagem de Reflexão

"A fé ilumina, o trabalho conquista, a regra aconselha, a afeição reconforta e o sofrimento reajusta; no entanto, para entender os Desígnios Divinos a nosso respeito, é imperioso renovar-nos em espírito, largando a hera do conformismo que se nos arraiga no íntimo, alentada pelo adubo do hábito, em repetidas experiências no plano material".

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