Estudo Teórico-Prático
da Doutrina Espírita
Unidade I
Introdução:
Toda doutrina tem os seus princípios
básicos que vão fundamentando os demais princípios, em uma seqüência lógica.
Em se analisando os princípios da
Doutrina Espírita, encontramos em primeiro lugar, o princípio da existência do
Eterno Criador.
Ä Deus Criador:
Deus é o criador de tudo o que
existe.
- de
todas as criaturas;
- da
Natureza;
- do
Universo, com todas as suas leis harmônicas.
Ä Definição de Deus:
Allan Kardec, o Codificador da
Doutrina Espírita, propõe, na primeira pergunta de "O Livro dos
Espíritos" (primeira obra da codificação, editado em 1.857), uma questão
direta sobre a Divindade: "Que é Deus ?" Cabe
observar-se que Allan Kardec, intencionalmente, pergunta "Que é
Deus?", ao invés de "Quem é Deus?", justamente para não induzir
a uma personificação ou uma idéia antropomórfica, ou seja, que lembra o aspecto
ou a forma de um homem. Perguntado "Que é Deus?", ele busca a sua
essência. E a espiritualidade, nos proporciona a mais clara, sintética e
precisa definição que conhecemos até hoje: "Deus é a inteligência
suprema, causa primária de todas as coisas".
Ä Da Natureza Divina:
No atual estágio de evolução que se
encontra o ser humano, não lhe é possível compreender a natureza íntima de
Deus.
Conforme verificamos em "A
Gênese" (quinta obra da codificação, editada em 1.868), cap. II, item 8,
há as seguinte referências à natureza Divina:
"Não é dado ao homem sondar a
natureza íntima de Deus. Para compreendê-lo, ainda nos falta o sentido próprio,
que só se adquire por meio da completa depuração do Espírito."
Ä Deus entendido como
nosso Pai:
A idéia de Deus como sendo o nosso
Pai, nos foi trazida por Jesus. Podemos encontrar em "A Gênese"
(quinto livro da Codificação Espírita/1.868), no cap. I, item 23 essa
referência: "A parte mais importante da revelação do Cristo, no sentido de
fonte primária, de pedra angular de toda a sua doutrina, é o ponto de vista
inteiramente novo sob que considera Ele a Divindade ... Um Deus clemente,
soberanamente justo e bom, cheio de mansidão e misericórdia ... O Pai comum do
gênero humano que estende a sua proteção por todos os seus filhos e os chama
todos a si ...".
Encontramos ainda, no item 25:
"Toda a doutrina do Cristo se funda no caráter que Ele atribui à
Divindade. Como um Deus imparcial, soberanamente justo, bom e misericordioso,
ele fez do amor de Deus e da caridade para com o próximo a condição
indeclinável da salvação, dizendo: Amai a Deus sobre todas as coisas e o vosso
próximo como a vós mesmos; nisto estão toda a lei e os profetas...".
Ä Atributos de Deus: Primeiro momento.
Na infância da Humanidade, confundiram
os homens o Criador com as criaturas, cujas imperfeições lhe eram atribuídas.
Mas, a medida em que o senso moral se desenvolver, terão os homens melhores
condições de entender a essência das coisas e, como conseqüência, poderão fazer
uma idéia mais justa da Divindade.
No momento atual, é importante que
sintamos Deus como o nosso Pai Criador, soberanamente justo, bom e
misericordioso.
Podemos de um modo geral, em um
primeiro momento, elencar como atributos de Deus:
1.
AMOR – Como Pai, ama seus filhos providenciando para que a natureza
possa prover nossas necessidades. Nos dá a inteligência para o nosso progresso.
2.
SABEDORIA - Leis sábias e justas que regem todas as relações, todas as
coisas, todo o Universo.
3.
JUSTIÇA – Ele nos criou para progredirmos sempre. Ele nos concede pela
Reencarnação (processo através do qual é concedido ao Espírito uma nova
oportunidade de retornar a um novo corpo físico, especialmente preparado para
ele) o ensejo de corrigirmos erros e imperfeições, de quitarmos débitos e
continuarmos o aprendizado rumo à perfeição que é a nossa meta final.
Ä Atributos de Deus: Segundo momento.
Aprofundando um pouco mais a análise,
e de acordo com a conceituação espírita, podemos elencar como atributos de
Deus:
Deus é a suprema e soberana
inteligência:
Antes de analisarmos este atributo de
Deus, é importante compreender o significado de duas palavras:
Suprema - s. f. Superioridade;
poder ou autoridade suprema; preponderância; proeminência; hegemonia; primazia.
(De supremo.)
Soberana: 1. adj. Que
ocupa o primeiro lugar; o mais elevado ou graduado em seu gênero; que se acha
revestido de autoridade suprema; que exerce um poder supremo, sem restrição nem
neutralização; absoluto; magnífico; supremo; (Do b. lat. superanu.)
Pela análise das palavras, já podemos
ter uma idéia da inteligência Divina.
A inteligência do homem é limitada,
pois que não pode fazer, nem compreender tudo o que existe.
A inteligência de Deus, abrangendo o
infinito, é também infinita. Se a sua inteligência fosse limitada num ponto
qualquer, poderíamos conceber outro ser mais inteligente, capaz de compreender
e fazer o que o primeiro não faria e assim por diante.
Deus é eterno:
Devemos entender como eterno o que
não teve princípio, nem terá fim.
Se Deus tivesse tido princípio, teria
saído do nada, ou, então, também teria sido criado, por um ser anterior e,
nesse caso, esse ser é que seria Deus.
Deus é único:
A unicidade de Deus é conseqüência do
fato de serem infinitas as suas perfeições. A ignorância deste atributo de
Deus, foi o que gerou o politeísmo (crença em vários deuses), culto adotado
pela maioria dos povos primitivos, que davam o atributo de divindade a todo
poder que lhes parecia acima dos poderes inerentes à humanidade.
Deus é imutável:
Entendemos como imutável, o que não
se altera.
Se Deus estivesse sujeito a
mudanças/alterações, por influenciações outras, poderíamos supor que aquilo que
o está influenciando, lhe poderia ser equiparado e, se assim fosse, a sua
inteligência não seria suprema nem soberana. Além do que, se Deus estivesse
sujeito a mudanças, nenhuma estabilidade teriam as leis que regem o Universo.
Deus é imaterial:
Assim o podemos dizer porque a sua
natureza difere de tudo o que "chamamos matéria". Se a sua natureza
fosse material, ele estaria sujeito às próprias transformações da matéria (o
que seria contraditório ao seu atributo de imutabilidade).
Deus não tem uma forma apreciável aos
nossos sentidos, pois se assim fosse, seria matéria. No entanto, todos nós já
ouvimos expressões do tipo "a mão de Deus", "os olhos de
Deus", "o braço de Deus", etc. Nestes casos, é que o homem,
ainda nada mais conhecendo além de si mesmo, toma a si próprio por termo de
comparação para tudo o que não compreende. Logo, a imagem de Deus, representada
pela figura de um ancião, de longas barbas brancas e envolto num manto, é uma
concepção puramente humana, não correspondendo em nada com a sua real natureza.
Segundo "A Gênese", cap.
II, item 12, esta imagem tem até o inconveniente de rebaixar o Ente Supremo até
as mesquinhas proporções da Humanidade.
Deus é onipotente:
Mais uma vez, busquemos no dicionário
a significação desta palavra:
Onipotente: 1. adj.
2 gên. Que tem poder ilimitado; Todo-Poderoso. (Do lat.omnipotente.)
2. s. m. Deus.
Se Deus não possuísse o poder
supremo, sempre se poderia conceber uma entidade tanto ou mais poderosa do que
Ele. Todo o poder está em Deus.
Deus é soberanamente justo e bom:
A providencial sabedoria das Leis
Divinas, se revela das pequeninas, às maiores coisas.
A soberana bondade implica na
soberana justiça, porquanto, todos os seres foram criados da mesma forma, não
havendo parcialidade, nem tratamento diferenciado com relação a qualquer de
suas criaturas.
Deus é infinitamente perfeito:
É impossível conceber-se Deus sem o
infinito das perfeições, sem o que não seria Deus, pois sempre se poderia
conceber um ser que possuísse o que lhe faltasse.
Sendo infinitos os atributos de Deus,
não são suscetíveis nem de aumento, nem de diminuição.
Esses são os atributos principais,
podendo, no entanto, ser mencionados ainda outros, porém como derivações ou já
subentendidos nos anteriores.
Desta forma, temos que: Deus é
Onisciente: - adj. 2 gên. Que tudo sabe; cujo saber é
ilimitado; Deus é Onipresente: no sentido de que se encontra em todos os
lugares, etc.
Em "O Livro dos Espíritos",
Allan Kardec, na questão n.º 11, indaga: "Será dado um dia ao homem
compreender o mistério da Divindade?", a que os Espíritos responderam:
"Quando não mais tiver o espírito obscurecido pela matéria. Quando, pela
sua perfeição, se houver aproximado de Deus, ele o verá e compreenderá."
Então, na própria idéia de Deus, com
essência puramente espiritual, e na possibilidade de um dia chegar a vê-LO e
compreendê-LO – quando se tornar Espírito puro e perfeito – está delineada para
o homem, toda uma perspectiva de trabalho e de esperança: de degrau em degrau
ele progredirá e, evoluindo espiritualmente, adquirirá novos e mais
aperfeiçoados sentidos até conquistar um puro sentido espiritual que lhe permitirá
por-se em relação com Deus, vendo-O, ouvindo-O e compreendendo-LHE a Divina
Vontade.
Ä Provas da
Existência de Deus:
No conjunto imenso de mundos e coisas
que constituem o Universo, tal é a grandeza, a magnitude, e são tais a ordem e
a harmonia, que, tudo isso, pairando infinitamente acima da capacidade do
homem, só pode atribuir-se à Onipotência criadora de um Ser Supremamente
inteligente e sábio, Criador necessário de tudo que existe.
Deus, porém, não pode ser percebido
pelo homem em sua divina essência. Mesmo depois de desencarnado, dispondo de
faculdades perceptivas menos materiais, não pode ainda a espírito imperfeito
perceber totalmente a natureza divina.
Pode, entretanto o homem, ainda no
estágio de relativa inferioridade em que se encontra, ter convincentes provas
de que Deus existe, mas advindas por dois outros caminhos, que transcendem aos
dois sentidos: o da razão e o do sentimento.
Racionalmente, não é possível admitir
um efeito sem causa. Olhando o Universo imenso, a extensão infinita
do espaço, a ordem e harmonia a que obedece a marcha dos mundos inumeráveis;
olhando ainda os seres da natureza, os minerais com suas admiráveis formas
cristalinas, o reino vegetal em sua exuberância, a fragrância das flores, a
variedade quase infinita de plantas, o reino animal em toda a sua beleza;
sondando também o mundo microscópio com incontáveis formas unicelulares. Toda
essa imensidão, profusão e beleza nos obriga a crer em Deus, como causa
necessária. Mas se preferirmos contemplar apenas o que é o nosso próprio corpo,
quanta harmonia também divisaremos na nossa roupagem física, nas funções que se
exercem à revelia de nossa vontade num ritmo perfeito. Nas maravilhas que são
os nosso sentidos. Toda essa perfeição, a harmonia da natureza humana e do
mundo exterior ao homem, só pode ser criação de um Ser Supremamente inteligente
e sábio, o qual chamamos Deus.
No entanto, é pelo sentimento, mais
do que pelo raciocínio, que o homem pode compreender a existência de Deus. Há
no homem, desde o mais primitivo até o mais civilizado, a idéia inata da
existência de Deus.
A Doutrina Espírita, tem na
existência de Deus o princípio maior e Ele se encontra por isso mesmo, na base
da Doutrina.
Encontramos em "O Livro dos
Espíritos", nas questões 04 à 09, o subtítulo "Provas da existência
de Deus".
A questão n.º 04 é muito
esclarecedora: "Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus? – a
que a espiritualidade responde: "Num axioma que aplicais às vossas
ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do
homem e a vossa razão responderá.
E complementa Kardec à título de
observação, com relação a essa questão: "Para crer-se em Deus, basta se
lance o olhar sobre as obras da criação. O Universo existe, logo tem uma causa.
Duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e avançar
que o nada pôde fazer alguma coisa.
León Dennis, no seu Livro
"Depois da Morte", no capítulo que trata do Universo e Deus, nos
relata:
"O telescópio sonda os céus, em
parte alguma do Universo encontra limites; sempre mundos sucedendo a mundos, e
sóis a sóis; sempre legiões de astros multiplicando-se, a ponto de se
confundirem em poeira brilhante nos abismos infindáveis do espaço ..."
"E o corpo humano não é uma
laboratório vivo, um instrumento cujo mecanismo chega à perfeição? ..."
"O espetáculo da Natureza, o
aspecto dos céus, das montanhas, dos mares, apresentam ao nosso espírito a
idéia de um Deus oculto no Universo ..."
"A razão, igualmente nos fala de
Deus. Os sentidos fazem-nos conhecer o mundo material, o mundo dos efeitos: a
razão revela-nos o mundo das causas ..."
"Deus não se mostra, mas se
revela pelas suas obras ..."
E, no Livro "A Gênese",
Cap. II – Deus, nos é ensinado que:
"A existência de Deus é, pois,
uma realidade comprovada não só pela revelação, como pela evidência material
dos fatos."
Ä A Providência
Divina:
Providência é a suprema sabedoria com
que Deus conduz todas as criaturas.
Providência é a solicitude de Deus
para com as suas criaturas. Ele está em toda parte, tudo vê, a tudo preside,
mesmo às coisas mais ínfimas. É nisto que consiste a ação providencial.
Para estender a sua solicitude a
todas as criaturas, não precisa Deus lançar o olhar do alto da imensidade. As
nossas preces, para que Ele as ouça, não precisam transpor o espaço, nem ser
ditas com voz retumbante, pois que, estando de contínuo ao nosso lado, os
nossos pensamentos repercutem nele.
Examinemos esta questão através de um
modo figurado:
A natureza inteira está mergulhada no
fluido Divino, logo tudo e todos estamos imersos nesse fluido. O ser, por mais
ínfimo que seja, está saturado desse fluido Divino. Achamo-nos então, desta
forma, constantemente, na presença da Divindade; nenhuma de nossas ações foge
ao seu conhecimento; o nosso pensamento está em contato ininterrupto com o seu
pensamento, havendo pois, razão para dizer-se que Deus vê os mais profundos
sentimentos no nosso coração.
Por isso é que dizemos que Deus está
em toda parte, na Natureza, em todos os lugares. Assim como o Espírito está em
todas as partes do corpo – todas as células do corpo estão em contato com o ser
espiritual, todos os elementos da criação, se acham em relação constante com
Ele.
Um membro se agita: o Espírito o
sente; uma criatura pensa: Deus o sabe. As diferentes criações, as diferentes
criaturas se agitam, pensam, agem diversamente: Deus sabe o que se passa e
assina a cada um o que lhe diz respeito.
A ação de Deus de desvela no
Universo, tanto no mundo físico quanto no mundo moral e não há um único ser que
não seja objeto de sua solicitude.
Ä O Infinito e o Espaço
Universal:
O Universo abrange a infinidade dos
mundos que vemos e dos que não vemos, todos os seres animados e inanimados,
todos os astros que se movem no espaço, assim como os fluidos que o preenchem.
O espaço universal é infinito e nele não existe o vácuo.
Em "O Livro dos Espíritos",
questão n.º 35 é indagado à Espiritualidade se o espaço universal é infinito ou
limitado, ao que Eles respondem: "Infinito. Supõe-no limitado: que haverá
para lá de seus limites? Isto te confunde a razão, bem o sei; no entanto, a
razão te diz que não pode ser de outro modo. O mesmo se dá com o infinito em
todas as coisas. Não é na pequenina esfera em que voz achais que podereis
compreendê-lo."
Por esta resposta, está bem claro que
o espaço é Infinito. Que se deve, entretanto, entender por infinito?
Disseram-nos também os Espíritos, na resposta à pergunta n.º 02 de "O
Livro dos Espíritos" – "O que não tem começo nem fim: o desconhecido;
tudo que é desconhecido é infinito".
E, em seqüência, na questão n.º 03 é
perguntado à Espiritualidade se poder-se-ia dizer que Deus é infinito, ao que
Eles respondem: "Definição incompleta. Pobreza da linguagem humana,
insuficiente para definir o que está acima da linguagem dos homens". A
esta questão, acrescenta Kardec em comentário próprio: "Deus é infinito em
suas perfeições, mas o infinito é uma abstração. Dizer que Deus é o infinito é
tomar o atributo de uma coisa pela coisa mesma, é definir uma coisa que não
está conhecida por uma outra que não o está mais do que a primeira."
Fechando o subtítulo do espaço
universal, a questão n. 36 de "O Livro dos Espíritos" esclarece que
não existe o vácuo, pois o que parece vazio está na realidade ocupado por
matéria, porém essa matéria nos escapa dos sentidos e dos instrumentos.
Ä Materialismo e Panteísmo:
Apesar de todas as razões que levam
convictamente à crença de que Deus Existe, como causa transcendente necessária
do Universo, com os atributos de suprema inteligência, onipotência, bondade e
justiça perfeitas, e infinito em todas as suas perfeições, há homens, e sempre
os houve, que negam a Divina existência. O seu ateísmo disfarçado ou sincero,
mas que é sempre conseqüência da arrogância, da presunção e do orgulho, leva-os
a negar a existência de todo Espírito no Universo, tanto o Espírito Divino como
o que em si mesmo existe e é sede da própria inteligência e da consciência de
cada um; isto é, negam a existência da alma humana como individualidade
independente da matéria corporal e a ela sobrevivente, considerando-a apenas
como resultante da organização cerebral altamente evoluída do "Homo
Sapiens".
Materialismo:
É a doutrina filosófica segundo a
qual não existe essencialmente no Universo coisa alguma além da matéria, quer
como causa, quer como efeito. Implica um sistema dos mundos em que o fundamento
único é a matéria, incriada e eterna, isto é, existente por si mesma,
necessária e suficiente, sem interferência alguma de Deus.
O Materialismo como doutrina, ensino
ou escola, nasce, praticamente, com Tales de Mileto, na antiga Grécia, por
volta do Século VI a. C.
No longo período que constituí a
Idade Média, o materialismo foi sofrendo algumas alterações, porém sempre
rejeitando a idéia de um Criador supremo para todas as coisas.
Panteísmo:
Segundo essa Doutrina, entre os quais
avulta a mentalidade vigorosa de Spinozza, Deus, sendo embora o Ser supremo,
não é, entretanto, um ser distinto, pois consideram-no resultante da reunião de
todas as forças, todas as inteligências de Universo.
Sente-se desde logo, a inconsistência
de uma tal doutrina que, se verdadeira, derrogaria os mais necessários dos
atributos de Deus: ser eterno, imutável, imaterial, único, onipotente,
soberanamente justo e bom .
Comenta Allan Kardec com relação a
esta doutrina, que ela faz de Deus um ser material, sujeito a todas as
vicissitudes e necessidades da humanidade; faltar-lhe-ia um dos atributos
essenciais da Divindade: a imutabilidade. Acrescenta ainda, que não podemos
aliar as propriedades da matéria à idéia de Deus. Essa Doutrina confunde o
Criador com a criatura, exatamente como o faria quem pretendesse que engenhosa
máquina fosse parte integrante do mecânico que a imaginou ou a construiu.
A inteligência de Deus se revela em
suas obras como a de um pintor no seu quadro; mas, as obras de Deus não são o
próprio Deus, como o quadro não é o pintor que o concebeu e executou.
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Bibliografia
O Livro dos Espíritos – Parte
Primeira – Das Causas Primárias – Perguntas 01 à 16; 50 à 51;
A Gênese – Cap. I, 10
à 16; 20; 24. Cap. II itens 1 à 7; 8 à 19;
O Grande Enigma – Ação de
Deus no Mundo e na História; Necessidade da idéia de Deus; Notas complementares
– Léon Denis.
Deus na Natureza – Camille
Flammarion.
Depois da Morte –
Livre-arbítrio e providência – Léon Denis.
Estudos Espíritas – Divaldo
Pereira Franco, pelo Espírito de Joanna de Ângelis – Cap. I, p. 17 à 23.
O Céu e o Inferno – Doutrina das
penas eternas – Parte I, cap. VI, itens 10 à 16
Obras Póstumas – Deus - Parte I,
item 2.
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