JEREMIAS E OS FALSOS PROFETAS
Eis o que diz o Senhor dos Exércitos: Não escuteis as palavras dos
profetas que vos profetizam e que vos enganam. Eles publicam as visões de seus
corações e não o que aprenderam da boca do Senhor. — Dizem aos que de mim
blasfemam: O Senhor o disse, tereis paz; e a todos os que andam na corrupção de
seus corações: Nenhum mal vos acontecerá. — Mas, qual dentre eles assistiu ao
conselho de Deus? Qual o que o viu e escutou o que ele disse? — Eu não enviava
esses profetas; eles corriam por si mesmos; eu absolutamente não lhes falava;
eles profetizavam de suas cabeças. — Eu ouvi o que disseram esses profetas que
profetizavam a mentira em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei. — Até quando essa
imaginação estará no coração dos que profetizam a mentira e cujas profecias não
são senão as seduções do coração deles? Se, pois, este povo, ou um profeta, ou
um sacerdote vos interrogar e disser: Qual o fardo do Senhor? dir-lhe-eis: vós
mesmos sois o fardo e eu vos lançarei bem longe de mim, diz o Senhor.
(JEREMIAS, cap. XXIII, vv. 16 a 18, 21, 25, 26 e 33.)
É dessa passagem do profeta Jeremias que quero tratar convosco, meus
amigos. Falando pela sua boca, diz Deus: “É a visão do coração deles que os faz
falar.” Essas palavras claramente indicam que, já naquela época, os charlatães
e os exaltados abusavam do dom de profecia e o exploravam. Abusavam, por
conseguinte, da fé simples e quase cega do povo, predizendo, por dinheiro,
coisas boas e agradáveis. Muito generalizada se achava essa espécie de fraude
na nação judia, e fácil é de compreender-se que o pobre povo, em sua
ignorância, nenhuma possibilidade tinha de distinguir os bons dos maus, sendo
sempre mais ou menos ludibriado pelos pseudoprofetas, que não passavam de
impostores ou fanáticos. Nada há de mais significativo do que estas palavras:
“Eu não enviei esses profetas e eles correram por si mesmos; não lhes falei e
eles profetizaram.” Mais adiante, diz: “Eu ouvi esses profetas que profetizavam
a mentira em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei.” Indicava assim um dos meios
que eles empregavam para explorar a confiança de que eram objeto. A multidão,
sempre crédula, não pensava em lhes contestar a veracidade dos sonhos, ou das
visões; achava isso muito natural e constantemente os convidava a falar.
Após as palavras do profeta, escutai os sábios conselhos do apóstolo S. João, quando diz: “Não acrediteis em todo Espírito; experimentai se os Espíritos são de Deus”, porque, entre os invisíveis, também há os que se comprazem em iludir, se se lhes depara ocasião. Os iludidos são, está-se a ver, os médiuns que se não precatam bastante. Aí se encontra, é fora de toda dúvida, um dos maiores escolhos em que muitos funestamente esbarram, mormente se são novatos no Espiritismo. É-lhes isso uma prova de que só com muita prudência podem triunfar. Aprendei, pois, antes de tudo, a distinguir os bons e os maus Espíritos, para, por vossa vez, não vos tornardes falsos profetas. — Luoz, Espírito Protetor. (Carlsruhe, 1861.)
Após as palavras do profeta, escutai os sábios conselhos do apóstolo S. João, quando diz: “Não acrediteis em todo Espírito; experimentai se os Espíritos são de Deus”, porque, entre os invisíveis, também há os que se comprazem em iludir, se se lhes depara ocasião. Os iludidos são, está-se a ver, os médiuns que se não precatam bastante. Aí se encontra, é fora de toda dúvida, um dos maiores escolhos em que muitos funestamente esbarram, mormente se são novatos no Espiritismo. É-lhes isso uma prova de que só com muita prudência podem triunfar. Aprendei, pois, antes de tudo, a distinguir os bons e os maus Espíritos, para, por vossa vez, não vos tornardes falsos profetas. — Luoz, Espírito Protetor. (Carlsruhe, 1861.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap.
XXI, item 11.)
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