1 de fevereiro de 2013
Evangelho diário - O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXI, item 11.
JEREMIAS E OS FALSOS PROFETAS
Eis o que diz o Senhor dos Exércitos: Não escuteis as palavras dos
profetas que vos profetizam e que vos enganam. Eles publicam as visões de seus
corações e não o que aprenderam da boca do Senhor. — Dizem aos que de mim
blasfemam: O Senhor o disse, tereis paz; e a todos os que andam na corrupção de
seus corações: Nenhum mal vos acontecerá. — Mas, qual dentre eles assistiu ao
conselho de Deus? Qual o que o viu e escutou o que ele disse? — Eu não enviava
esses profetas; eles corriam por si mesmos; eu absolutamente não lhes falava;
eles profetizavam de suas cabeças. — Eu ouvi o que disseram esses profetas que
profetizavam a mentira em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei. — Até quando essa
imaginação estará no coração dos que profetizam a mentira e cujas profecias não
são senão as seduções do coração deles? Se, pois, este povo, ou um profeta, ou
um sacerdote vos interrogar e disser: Qual o fardo do Senhor? dir-lhe-eis: vós
mesmos sois o fardo e eu vos lançarei bem longe de mim, diz o Senhor.
(JEREMIAS, cap. XXIII, vv. 16 a 18, 21, 25, 26 e 33.)
É dessa passagem do profeta Jeremias que quero tratar convosco, meus
amigos. Falando pela sua boca, diz Deus: “É a visão do coração deles que os faz
falar.” Essas palavras claramente indicam que, já naquela época, os charlatães
e os exaltados abusavam do dom de profecia e o exploravam. Abusavam, por
conseguinte, da fé simples e quase cega do povo, predizendo, por dinheiro,
coisas boas e agradáveis. Muito generalizada se achava essa espécie de fraude
na nação judia, e fácil é de compreender-se que o pobre povo, em sua
ignorância, nenhuma possibilidade tinha de distinguir os bons dos maus, sendo
sempre mais ou menos ludibriado pelos pseudoprofetas, que não passavam de
impostores ou fanáticos. Nada há de mais significativo do que estas palavras:
“Eu não enviei esses profetas e eles correram por si mesmos; não lhes falei e
eles profetizaram.” Mais adiante, diz: “Eu ouvi esses profetas que profetizavam
a mentira em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei.” Indicava assim um dos meios
que eles empregavam para explorar a confiança de que eram objeto. A multidão,
sempre crédula, não pensava em lhes contestar a veracidade dos sonhos, ou das
visões; achava isso muito natural e constantemente os convidava a falar.
Após as palavras do profeta, escutai os sábios conselhos do apóstolo S. João, quando diz: “Não acrediteis em todo Espírito; experimentai se os Espíritos são de Deus”, porque, entre os invisíveis, também há os que se comprazem em iludir, se se lhes depara ocasião. Os iludidos são, está-se a ver, os médiuns que se não precatam bastante. Aí se encontra, é fora de toda dúvida, um dos maiores escolhos em que muitos funestamente esbarram, mormente se são novatos no Espiritismo. É-lhes isso uma prova de que só com muita prudência podem triunfar. Aprendei, pois, antes de tudo, a distinguir os bons e os maus Espíritos, para, por vossa vez, não vos tornardes falsos profetas. — Luoz, Espírito Protetor. (Carlsruhe, 1861.)
Após as palavras do profeta, escutai os sábios conselhos do apóstolo S. João, quando diz: “Não acrediteis em todo Espírito; experimentai se os Espíritos são de Deus”, porque, entre os invisíveis, também há os que se comprazem em iludir, se se lhes depara ocasião. Os iludidos são, está-se a ver, os médiuns que se não precatam bastante. Aí se encontra, é fora de toda dúvida, um dos maiores escolhos em que muitos funestamente esbarram, mormente se são novatos no Espiritismo. É-lhes isso uma prova de que só com muita prudência podem triunfar. Aprendei, pois, antes de tudo, a distinguir os bons e os maus Espíritos, para, por vossa vez, não vos tornardes falsos profetas. — Luoz, Espírito Protetor. (Carlsruhe, 1861.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap.
XXI, item 11.)
31 de janeiro de 2013
Liivro Boa Nova - Cap 18 - Oração Dominical
ORAÇÃO
DOMINICAL
Curada pelo Mestre Divino, a
sogra de Simão Pedro ficara maravilhada com os poderes ocultos do Nazareno
humilde, que falava em nome de Deus, enlaçando os corações com a sua fé
profunda e ardente. Restabelecida em sua saúde, passou a reflexionar mais
atentamente acerca do Pai que está nos céus, sempre pronto a atender às
súplicas dos filhos. Chamando certo dia o genro para um exame detido do
assunto, consultou-o sobre a possibilidade de pedirem a Jesus favores
excepcionais para a sua família. Lembrava-lhe a circunstância de ser o Mestre
um emissário poderoso do Reino de Deus que parecia muito próximo. Concitava-o a
ponderar ao Messias que eles eram dos seus primeiros colaboradores sinceros e a
enumerar-lhe as necessidades prementes da família, a exigüidade do dinheiro, o
peso dos serviços domésticos, a casa pobre de recursos, situação a que as
imensas possibilidades de Jesus, cheio de poderes prodigiosos, seriam capazes
de remediar.
O pescador simples e generoso,
tentado em seus sentimentos humanos, examinou aquelas observações destinadas a
lhe abrir os olhos com referência ao futuro. Entretanto, refletiu que Jesus era
Mestre e nunca desprezava qualquer ensejo de bem ensinar o que era realmente
proveitoso aos discípulos. Acaso, não saberia ele o melhor caminho? Não viam em
sua presença alguma coisa da própria presença de Deus? Guardando, contudo,
indeciso o espírito, em face das ponderações familiares, buscou uma
oportunidade de falar com o Messias acerca do assunto.
Chegada que foi a ocasião, o
apóstolo procurou provocar muito de leve a solução do problema, perguntando a
Jesus, com a sua sinceridade ingênua:
- Mestre, será que Deus nos ouve
todas as orações?
- Como não, Pedro? - respondeu
Jesus solicitamente. - Desde que começou a raciocinar, observou o homem que,
acima de seus poderes reduzidos, havia um poder ilimitado, que lhe criara o
ambiente da vida. Todas as criaturas nascem com tendência para o mais alto e
experimentam a necessidade de comungar com esse plano elevado, donde o Pai nos
acompanha com o seu amor, todo justiça e sabedoria, onde as preces dos homens o
procuram sob nomes diversos.
Acreditarias Simão, que em todos
os séculos da vida humana, recorreriam as almas, incessantemente, a uma porta
silenciosa e inflexível, se nenhum resultado obtivessem?... Não tenhas dúvida:
todas as nossas orações são ouvidas!...
- No entanto - exclamou
respeitoso o discípulo -, se Deus ouve as súplicas de todos os seres, por que
tamanhas diferenças na sorte? Por que razão sou obrigado a pescar para prover à
subsistência, quando Levi ganha bom salário no serviço dos impostos, com a
sabedoria dos livros? Como explicar que Joana disponha de servas numerosas,
quando minha mulher é obrigada a plantar e cuidar a nossa horta?
Jesus ouviu atento essas suas
palavras e retrucou:
- Pedro, precisamos não esquecer
que o mundo pertence a Deus e que todos somos seus servidores. Os trabalhos
variam, conforme a capacidade do nosso esforço. Hoje pescas, manhã pregarás a
palavra divina do Evangelho. Todo trabalho honesto é de Deus. Quem escreve com
a sabedoria dos pergaminhos não é maior do que aquele que traça a leira
laboriosa e fértil, com a sabedoria da terra. O escriba sincero, que cuida dos
dispositivos da lei, é irmão do lavrador bem-intencionado que cuida do sustento
da vida. Um, cultiva as flores do pensamento; outros, as do trigal que o Pai
protege e abençoa. Achas que uma casa estaria completa sem as mãos abnegadas
que lhe varrem os detritos? Se todos os filhos de Deus se dispusessem a cobrar
impostos, quem os pagaria?
Vês, portanto, que, antes de
qualquer consideração, é preciso santificar todo trabalho útil, como quem sabe
que o mundo é morada de Deus.
Já pensaste que, se a tua esposa
cuida das plantas de tua horta, Joana de Cusa educa as suas servas?! A qual das
duas cabe responsabilidade maior, à tua mulher que cultiva os legumes, ou à
nossa irmã que tem algumas filhas de Deus sob sua proteção? Quem poderá
garantir que Joana terá essa responsabilidade por toda a vida? No mundo, há
grandes generais que apesar das suas vitórias passam também pelas duras
experiências de seus soldados. Assim, Pedro, precisamos considerar, em definitivo, que
somos filhos e servos de Deus, antes de qualquer outro título convencional,
dentro da vida humana. Necessário é, pois, que disponhamos o nosso coração a
bem servi-lo, seja como rei ou como escravo, certos de que o Pai nos conhece a
todos e nos conduz ao trabalho ou à posição que mereçamos.
O discípulo ouviu aquelas
explicações judiciosas e, confortado com os esclarecimentos recebidos,
interrogou:
- Mestre, como deveremos
interpretar a oração?
- Em tudo - elucidou Jesus - deve
a oração constituir o nosso recurso permanente de comunhão ininterrupta com
Deus. Nesse intercâmbio incessante, as criaturas devem apresentar ao Pai, no
segredo das íntimas aspirações, os seus anelos e esperanças, dúvidas e
amargores. Essas confidências lhes atenuarão os cansaços do mundo,
restaurando-lhes as energias, porque Deus lhes concederá de sua luz. É
necessário, portanto, cultivar a prece, para que ela se torne um elemento
natural da vida, como a respiração. É indispensável conheçamos o meio seguro de
nos identificarmos com o Nosso Pai.
Entretanto, Pedro, observamos que
os homens não se lembram do céu, senão nos dias de incerteza e angústia do
coração. Se a ameaça é cruel e iminente o desastre, se a morte do corpo é
irremediável, os mais fortes dobram os joelhos.
Mas, quanto não deverá sentir-se
o Pai amoroso e leal de que somente o procurem os filhos nos momentos do
infortúnio, por eles criados com as suas próprias mãos? Em face do relaxamento
dessas relações sagradas, por parte dos homens, indiferentes ao carinho
paternal da Providência que tudo lhes concede de útil e agradável,
improficuamente desejará o filho uma solução imediata para as suas necessidades
e problemas, sem remediar ao longo afastamento em que se conservou do Pai no
percurso, postergando-lhe os desígnios, respeito às suas questões íntimas e
profundas.
Simão Pedro ouvia o Mestre com
uma compreensão nova. Não podia apreender a amplitude daqueles conceitos que
transcendiam o âmbito da educação que recebera, mas procurava perceber o
alcance daquelas elucidações, a fim de cultivar o intercâmbio perfeito com o
Pai sábio e amoroso, cuja assistência generosa Jesus revelara, dentro da luz
dos seus divinos ensinamentos.
*Decorridos alguns dias, estando
o Mestre a ensinar aos companheiros uma nova lição referente ao impulso natural
da prece, Simão lhe observou:
- Senhor, tenho procurado, por
todos os modos, manter inalterável a minha comunhão com Deus, mas não tenho
alcançado o objetivo de minhas súplicas.
- E que tens pedido a Deus? -
interrogou o Mestre, sem se perturbar.
- Tenho implorado à sua bondade
que aplaine os meus caminhos, com a solução de certos problemas materiais.
Jesus contemplou longamente o
discípulo, como se examinasse a fragilidade dos elementos intelectuais de que
podia dispor para a realização da obra evangélica.
Contudo, evidenciando mais uma
vez o seu profundo amor e boa-vontade, esclareceu com brandura e convicção:
- Pedro, enquanto orares pedindo
ao Pai a satisfação de teus desejos e caprichos, é possível que te retires da
prece inquieto e desalentado. Mas, sempre que solicitares as bênçãos de Deus, a
fim de compreenderes a sua vontade justa e sábia, a teu respeito, receberás
pela oração os bens divinos do consolo e da paz.
O apóstolo guardou silêncio,
demonstrando haver, afinal, compreendido. Um dos filhos de Alfeu, porém,
reconhecendo que o assunto interessava sobremaneira à pequena comunidade ali
reunida, adiantou-se para Jesus, pedindo:
- Senhor, ensina-nos a orar!...
Dispondo-os então em círculo e
como se mergulhasse o pensamento num invisível oceano de luz, o Messias pronunciou,
pela primeira vez, a oração que legaria à Humanidade.
Elevando o seu espírito magnânimo
ao Pai Celestial e colocando o seu amor acima de todas as coisas, exclamou:
- "Pai Nosso, que estás nos
céus, santificado seja o teu nome." E, ponderando que a redenção da
criatura nunca se poderá efetuar sem a misericórdia do Criador, considerada a
imensa bagagem das imperfeições humanas, continuou: -
"Venha a nós o teu
reino." Dando a entender que a vontade de Deus, amorosa e justa, deve
cumprir-se em todas as circunstâncias, acrescentou: -"Seja feita a tua vontade,
assim na Terra como nos céus." Esclarecendo que todas as possibilidades de
saúde, trabalho e experiência chegam invariavelmente, para os homens, da fonte
sagrada da proteção divina, prosseguiu: - "O pão nosso de cada dia dá-nos
hoje." Mostrando que as criaturas estão sempre sob a ação da lei de compensações
e que cada uma precisa desvencilhar-se das penosas algemas do passado obscuro
pela exemplificação sublime do amor, acentuou: - "Perdoa-nos as nossas
dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores."
Conhecedor, porém, das
fragilidades humanas, para estabelecer o princípio da luta eterna dos cristãos
contra o mal, terminou a sua oração, dizendo com infinita simplicidade:
-"Não nos deixes cair em tentação e livra-nos de todo mal, porque teus são
o reino, o poder e glória para sempre. Assim seja."
Levi, o mais intelectual dos
discípulos, tomou nota das sagradas palavras, para que a prece do Senhor fosse
guardada em seus corações humildes e simples. A rogativa de Jesus continha, em
síntese, todo o programa de esforço e edificação do Cristianismo nascente.
Desde aquele dia memorável, a oração singela de Jesus se espalhou como um
perfume dos céus pelo mundo inteiro.
As elucidações do Mestre,
relativamente à oração, sempre encontravam nos discípulos certa perplexidade,
quase que invariavelmente em virtude das idéias novas que continham, acerca da
concepção de Deus como Pai carinhoso e amigo.
Aquela necessidade de comunhão
com o seu amor, que Jesus não se cansava de salientar, lhes aparecia como
problema obscuro, que o homem do mundo não conseguiria realizar.
( Livro BOA NOVA - Pelo Espírito
HUMBERTO DE CAMPOS - Francisco Cândido Xavier)
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Não é a provação. É o desespero diante do sofrimento.
Não é a doença. É o pavor de recebê-la.
Não é o parente infeliz. É a mágoa de tê-lo na equipe familiar.
Não é o fracasso. É a teimosia de não reconhecer os próprios erros.
Não é a ingratidão. É a incapacidade de amar sem egoísmo.
Não é a própria pequenez. É a revolta contra a superioridade dos outros.
Não é a injúria. É o orgulho ferido.
Não é a tentação. É a volúpia de experimentar-lhe os alvitres.
Não é a velhice do corpo. É a paixão pelas aparências.
Como é fácil de perceber, na solução de qualquer problema, o pior problema é a carga de aflições que criamos, desenvolvemos e sustentamos contra nós.
(Espírito: ALBINO TEIXEIRA - Médium: Francisco Cândido Xavier - Livro: "Passos da Vida" - EDIÇÃO IDE)
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Mensagem de Reflexão
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Livro Palavras De Vida Eterna - Francisco Xavier pelo espírito de Emmanuel