9 de maio de 2012

CLASSIFICAÇÃO DOS CASAMENTOS = {ACIDENTAIS, PROVACIONAIS, SACRIFICIAIS, AFINS, (afinidade superior) TRANSCENDENTES.


18
Espiritismo e Lar

O capítulo «Em serviço espiritual, apresentando-nos as figuras de Celina e
Abelardo, sugeriu-nos, inicialmente, o estudo do problema do lar.
O fato de o esposo desencarnado continuar ao lado da médium, confirmando, assim, alguns casos em que o matrimônio constitui alguma coisa além da união dos corpos, levou-nos à tentativa de classificá-lo em cinco tipos principais, assim compreendidos:

CLASSIFICAÇÃO DOS CASAMENTOS = {ACIDENTAIS, PROVACIONAIS, SACRIFICIAIS, AFINS, (afinidade superior) TRANSCENDENTES.

ACIDENTAIS: Encontro de almas inferiorizadas, por efeito de atração momentânea, sem qualquer ascendente espiritual.
PROVACIONAIS: Reencontro de almas, para reajustes necessários à evolução de ambos.
SACRIFICIAIS: Reencontro de alma Iluminada com alma Inferiorizada, com o objetivo de redimi-la.
AFINS: Reencontro de corações amigos, para consolidação de afetos.
TRANSCENDENTES: Almas engrandecidas no Bem e que se buscam para realizações imortais.
Evidentemente, o instituto do matrimônio, sagrado em suas origens, tem reunido no mesmo teto os mais variados tipos evolutivos, o que vem demonstrar que a união, na Terra, funciona, às vezes como meio de consolidação de laços de pura afinidade espiritual, e, noutros casos, em sua maioria, como instrumento de reajuste.
Algumas vezes o lar é um santuário, um templo, onde as almas engrandecidas pela legítima compreensão exaltam a glória suprema do amor sublimado.
Em sua maioria, porém, os lares são cadinhos purificadores, onde, sob o calor de rudes provas e dolorosos testemunhos, Espíritos frágeis caminham, vagarosamente, na direção do Mais Alto.
Nos casamentos acidentais teremos aquelas pessoas que, defrontando-se um dia, se vêem, se conhecem, se aproximam, surgindo, daí, o enlace acidental, sem qualquer ascendente espiritual.
Funcionou, apenas, o livre arbítrio, uma vez que por ele construímos cotidianamente o nosso destino.
Num mundo como o nosso, tais casamentos são comuns.
Nem laços de simpatia, nem de desagrado.
Simplesmente almas que se encontraram, na confluência do caminho, e que, perante as leis humanas, uniram apenas os corpos.
Esses casamentos podem determinar o início de futuros encontros, noutras reencarnações.
Quanto aos provacionais, em que duas almas se reencontram em processo
 de reajustamento, necessário ao crescimento espiritual, esses são os mais
frequentes.
A maioria dos casamentos obedece, sem nenhuma dúvida, a esse desiderato.
Por isso existem tantos lares onde reina a desarmonia, onde impera a desconfiança, onde os conflitos morais se transformam, tantas vezes, em dolorosas tragédias.
Deus uniu-os, através das leis do Mundo, a fim de que, pelo convívio diário, a Lei Maior, da fraternidade, fosse por eles exercida nas lutas comuns.
A compreensão evangélica, a boa vontade, a tolerância e a humildade são virtudes que funcionam à maneira de suaves amortecedores.
O Espiritismo, pela soma de conhecimentos que espalha, tem sido meio eficiente para que muitos lares, construídos na base da provação, se reajustem e se consolidem, dando, assim, os primeiros passos na direção do Infinito Bem.
O Espírita esclarecido sabe que somente ele pagará as suas próprias dívidas.
Nenhum amigo espiritual modificará o curso das leis divinas, embora lhe seja possível estender os braços generosos aos que se curvam ante o peso de duras provas, entre as quatro silenciosas paredes de um lar.
O espírita esclarecido, homem ou mulher, aprende a renunciar, a benefício de sua paz e do seu reajuste.
E o faz, ainda, porque tem a inabalável certeza de que, se fugir hoje ao resgate, voltará, amanhã, na companhia daquele ou daquela de quem procura, agora, afastar-se.
A humildade, especialmente, tem um poder extraordinário de harmonização dos lares, convertendo-os, dentro da relatividade que assinala todas as manifestações da vida humana, em legítimos santuários onde o destino dos filhos possa plasmar-se nas exemplificações edificantes.
Agora, os casamentos sacrificiais.
Esses reúnem almas possuidoras de virtude e sentimentos opostos.
É uma alma esclarecida, ou iluminada, que se propõe ajudar a que se atrasou na jornada ascensional.
Como a própria palavra indica, é casamento de sacrifício, para um dos cônjuges.
E o sacrificado tanto pode ser a mulher como o homem.
Não há regra para isso.
Temos visto senhoras delicadíssimas, ternas e virtuosas, que se casam com homens ásperos e grosseirões, de sentimentos abjetos, do mesmo modo que existem homens, que são verdadeiras jóias de bondade e compreensão, consorciados com mulheres de sentimentos inferiorizados.
A isso se dá, com inteira propriedade, a denominação de casamentos
sacrificiais.
Quem ama não pode ser feliz se deixou na retaguarda, torturado e sofrendo, o objeto de sua afeição.
Volta, então, e, na qualidade de esposo ou esposa, recebe o viajor retardado, a fim de, com o seu carinho e com a sua luz, estimular-lhe a caminhada.
É o vanguardeiro, compassivo, que renuncia aos júbilos cabíveis ao vencedor, e retorna à retaguarda de sofrimento para ajudar e servir.
O casamento sacrificial é, pois, em resumo, aquele em que um dos cônjuges se caracteriza pela elevação espiritual, e o outro pela condição evolutiva deficitária.
O mais elevado concorda sempre em amparar o desajustado.
Assim sendo, a mulher ou o homem que escolhe companhia menos elevada deve “levar a cruz ao calvário”, como se diz geralmente, porque, sem dúvida, se comprometeu na Espiritualidade a ser o cireneu de todas as horas.
O recuo, no caso, seria deserção a compromisso assumido.
Mais uma vez se evidencia o valor do Evangelho nos lares, como em toda a parte, funcionando à maneira de estimulante da harmonia e construtor do entendimento.
Os casamentos denominados afins, no sentido superior, são os que reúnem almas esclarecidas e que muito se amam.
São Espíritos que, pelo matrimônio, no doce reduto do lar, consolidam velhos laços de afeição.
Por fim, temos os casamentos que denominamos de transcendentes.
São constituídos por almas engrandecidas no amor fraterno e que se reencontram, no plano físico, para as grandes realizações de interesse geral.
A vida desses casais encerra uma finalidade superior.
O ideal do Bem enche-lhes as horas e os minutos.
O anseio do Belo repleta-lhes as almas de doce ventura, pairando, acima de quaisquer vulgaridades terrestres, acima do campo das emoções inferiores, o amor puro e santo.
Todos nós passamos, ou passaremos ainda, segundo for o caso, por toda essa sequência de casamentos: acidentais, provacionais e sacrificiais, até alcançarmos no futuro, sob o sol de um novo dia, a condição de construirmos um lar terreno na base do idealismo transcendental ou da afinidade superior.
Enquanto não atingirmos tal situação, o Senhor, pelo seu Evangelho, irá enchendo de paz a nossa vida. E o Espiritismo, abençoada Doutrina, repletará os nossos dias das mais sacrossantas esperanças...
(Livro Estudando a Mediunidade – Martins Peralva)

livro dos Médiuns


SEGUNDA PARTE

Das manifestações espíritas

CAPÍTULO XXIX

DAS REUNIÕES E DAS SOCIEDADES ESPÍRITAS

350. Se o Espiritismo, conforme foi anunciado, tem que determinar a transformação da Humanidade, claro é que esse efeito ele só poderá produzir melhorando as massas, o que se verificará gradualmente, pouco a pouco, em conseqüência do aperfeiçoamento dos indivíduos. Que importa crer na existência dos Espíritos, se essa crença não faz que aquele que a tem se torne melhor, mais benigno e indulgente para com os seus semelhantes, mais humilde e paciente na adversidade? De que serve ao avarento ser espírita, se continua avarento; ao orgulhoso, se se conserva cheio de si; ao invejoso, se permanece dominado pela inveja? Assim, poderiam todos os homens acreditar nas manifestações dos Espíritos e a Humanidade ficar estacionaria.
Tais, porém, não são os desígnios de Deus. Para o objetivo providencial, portanto, é que devem tender todas as Sociedades espíritas sérias, grupando todos os que se achem animados dos mesmos sentimentos. Então, haverá união entre elas, simpatia, fraternidade, em vez de vão e pueril antagonismo, nascido do amor-próprio, mais de palavras do que de fatos; então, elas serão fortes e poderosas, porque assentarão em inabalável alicerce: o bem para todos; então, serão respeitadas e imporão silêncio à zombaria tola, porque falarão em nome da moral evangélica, que todos respeitam.
Essa a estrada pela qual temos procurado com esforço fazer que o Espiritismo enverede. A bandeira que desfraldamos bem alto é a do Espiritismo cristão e humanitário, em torno da qual já temos a ventura de ver, em todas as partes do globo, congregados tantos homens, por compreenderem que ai é que está a âncora de salvação, a salvaguarda da ordem pública, o sinal de uma era nova para a Humanidade.
Convidamos, pois, todas as Sociedades espíritas a colaborar nessa grande obra.
Que de um extremo ao outro do mundo elas se estendam fraternalmente as mãos e eis que terão colhido o mal em inextricáveis malhas.
(Livro Dos Médiuns)

6 de maio de 2012

Leon Denis - Depois da Morte


Nesta obra, escrita em 1897, Denis amplia a nossa concepção da vida, demonstrando que somos seres imortais. Inicia fazendo uma avaliação das crenças e descrenças ao longo dos séculos. Em seguida, faz um estudo dos mais profundos temas: Deus, o Universo, a vida, a morte, a reencarnação e outros. E, após uma exposição detalhada do mundo espiritual, finaliza demonstrando o objetivo maior do Espiritismo, que é a elevação moral do ser humano

Primeira Parte

Crenças e Negações

1  As Religiões - A Doutrina Secreta

Quando se lança um golpe de vista sobre o passado, quando se evoca a recordação das religiões desaparecidas, das crenças extintas, apodera-se de nós uma espécie de vertigem ante o aspecto das sinuosidades percorridas pelo pensamento humano. Lenta é sua marcha. Parece, a princípio, comprazer-se nas criptas sombrias da Índia, nos templos subterrâneos do Egito, nas catacumbas de Roma, na meia-luz das catedrais; parece preferir os lugares escuros à atmosfera pesada das escolas, o silêncio dos claustros às claridades do céu, aos livres espaços, em uma palavra, ao estudo da Natureza.
Um primeiro exame, uma comparação superficial das crenças e das superstições do passado conduz inevitavelmente à dúvida. Mas, levantando-se o véu exterior e brilhante que ocultava às massas os grandes mistérios, penetrando-se nos santuários da idéia religiosa, achamo-nos em presença de um fato de alcance considerável. As formas materiais, as cerimônias extravagantes dos cultos tinham por fim chocar a imaginação do povo. Por trás desses véus, as religiões antigas apareciam sob aspecto diverso, revestiam caráter grave e elevado, simultaneamente científico e filosófico. Seu ensino era duplo: exterior e público de um lado, interior e secreto de outro, e, neste último caso, reservado somente aos iniciados. Conseguiu-se, não há muito, reconstituir esse ensino secreto, após pacientes estudos e numerosas descobertas epigráficas.[i] Desde então, dissiparam-se a obscuridade e a confusão que reinavam nas questões religiosas; com a luz, fez-se a harmonia. Adquiriu-se a prova de que todos os ensinos religiosos do passado se ligam, porque, em sua base, se encontra uma só e mesma doutrina, transmitida de idade em idade a uma série ininterrupta de sábios e pensadores.
Todas as grandes religiões tiveram duas faces, uma aparente, outra oculta. Está nesta o espírito, naquela a forma ou a letra. Debaixo do símbolo material, dissimula-se o sentido profundo. O Bramanismo, na Índia, o Hermetismo, no Egito, o Politeísmo grego, o próprio Cristianismo, em sua origem, apresentam esse duplo aspecto. Julgá-las pela face exterior e vulgar é o mesmo que apreciar o valor moral de um homem pelos trajes. Para conhecê-las é preciso penetrar o pensamento íntimo que lhes inspira e motiva a existência; cumpre desprender do selo dos mitos e dogmas o princípio gerador que lhes comunica a força e a vida. Descobre-se, então, a doutrina única, superior, imutável, de que as religiões humanas não são mais que adaptações imperfeitas e transitórias, proporcionadas às necessidades dos tempos e dos meios.
Em nossa época, muitos fazem uma concepção do Universo, uma idéia da verdade, absolutamente exterior e material. A ciência moderna, em suas investigações, tem-se limitado a acumular o maior número de fatos e, depois, a deduzir daí as suas leis. Obteve, assim, maravilhosos resultados, porém, por tal preço, ficar-lhe-á sempre inacessível o conhecimento dos princípios superiores e das causas primitivas. As próprias causas secundárias escapam-lhe. O domínio invisível da vida é mais vasto do que aquele que é atingido pelos nossos sentidos: lá reinam essas causas de que somente vemos os efeitos.
Na antiguidade tinham outra maneira de ver, e um proceder muito diferente. Os sábios do Oriente e da Grécia não desdenhavam observar a natureza exterior, porém era sobretudo no estudo da alma, de suas potências íntimas, que descobriam os princípios eternos. Para eles, a alma era como um livro em que se inscrevem, em caracteres misteriosos, todas as realidades e todas as leis. Pela concentração de suas faculdades, pelo estudo profundo e meditativo de si mesmos, elevaram-se até à Causa sem causa, até ao princípio de que derivam os seres e as coisas. As leis inatas da inteligência explicavam-lhes a harmonia e a ordem da Natureza, assim como o estudo da alma lhes dava a chave dos problemas da vida.
A alma, acreditavam, colocada entre dois mundos, o visível e o oculto, o material e o espiritual, observando-os, penetrando em ambos, é o instrumento supremo do conhecimento. Conforme seu grau de adiantamento ou de pureza, reflete, com maior ou menor intensidade, os raios do foco divino. A razão e a consciência não só guiam nossa apreciação e nossos atos, mas também são os mais seguros meios para adquirir-se e possuir-se a verdade.
A tais pesquisas era consagrada a vida inteira dos iniciados. Não se limitavam, como em nossos dias, a preparar a mocidade com estudos prematuros, insuficientes, mal dirigidos, para as lutas e deveres da existência. Os adeptos eram escolhidos, preparados desde a infância para a carreira que deviam preencher e, depois, levados gradualmente aos píncaros intelectuais, de onde se pode dominar e julgar a vida. Os princípios da ciência secreta eram-lhes comunicados numa proporção relativa ao desenvolvimento das suas inteligências e qualidades morais. A iniciação era uma refundição completa do caráter, um acordar das faculdades latentes da alma. Somente quando tinha sabido extinguir em si o fogo das paixões, comprimir os desejos impuros, orientar os impulsos do seu ser para o Bem e para o Belo, é que o adepto participava dos grandes mistérios. Obtinha, então, certos poderes sobre a Natureza, e comunicava-se com as potências ocultas do Universo.
Não deixam subsistir dúvida alguma sobre tal ponto os testemunhos da História a respeito de Apolônio de Tiana e de Simão, o Mago, bem como os fatos, pretensamente miraculosos, levados a efeito por Moisés e pelo Cristo. Os iniciados conheciam os segredos das forças fluídicas e magnéticas. Esse domínio, pouco familiar aos sábios dos nossos dias, a quem se afiguram inexplicáveis os fenômenos do sonambulismo e da sugestão, no meio dos quais se debatem impotentes em conciliá-los com teorias preconcebidas,[ii] esse domínio, a ciência oriental dos santuários havia explorado, e estava possuidora de todas as suas chaves. Nele encontrava meios de ação incompreensíveis para o vulgo, mas facilmente explicáveis pelos fenômenos do Espiritismo. Em suas experiências fisiológicas, a ciência contemporânea chegou ao pórtico desse mundo oculto conhecido dos antigos e regido por leis exatas. Ainda bem perto está o dia em que a força dos acontecimentos e o exemplo dos audaciosos constrangê-la-ão a tal. Reconhecerá, então, que nada há aí de sobrenatural, mas, ao contrário, uma face ignorada da Natureza, uma manifestação das forças sutis, um aspecto novo da vida que enche o infinito.
Se, do domínio dos fatos, passarmos ao dos princípios, teremos de esboçar desde logo as grandes linhas da doutrina secreta. Ao ver desta, a vida não é mais que a evolução, no tempo e no espaço, do Espírito, única realidade permanente. A matéria é sua expressão inferior, sua forma variável. O Ser por excelência, fonte de todos os seres, é Deus, simultaneamente triplo e uno – essência, substância e vida –, em que se resume todo o Universo. Daí o deísmo trinitário que, da Índia e do Egito, passou, desfigurando-se, para a doutrina cristã. Esta, dos três elementos do Ser, fez as pessoas. A alma humana, parcela da grande alma, é imortal. Progride e sobe para o seu autor através de existências numerosas, alternativamente terrestres e espirituais, por um aperfeiçoamento contínuo. Em suas encarnações, constitui ela o homem, cuja natureza ternária – o corpo, o perispírito e a alma –, centros correspondentes da sensação, sentimento e conhecimento, torna-se um microcosmo ou pequeno mundo, imagem reduzida do macrocosmo ou Grande-Todo. Eis por que podemos encontrar Deus no mais profundo do nosso ser, interrogando a nós mesmos na solidão, estudando e desenvolvendo as nossas faculdades latentes, a nossa razão e consciência. Tem duas faces a vida universal: a involução ou descida do Espírito à matéria para a criação individual, e a evolução ou ascensão gradual, na cadeia das existências, para a Unidade divina.
Prendia-se a esta filosofia um feixe inteiro de ciências: a Ciência dos Números ou Matemáticas Sagradas, a Teogonia, a Cosmogonia, a Psicologia e a Física. Nelas, os métodos indutivo e experimental combinavam-se e serviam-se reciprocamente de verificação, formando, assim, um todo imponente, um edifício de proporções harmônicas.
Este ensino abria ao pensamento perspectivas suscetíveis de causarem vertigem aos espíritos mal preparados, e por isso era somente reservado aos fortes. Se, por verem o infinito, as almas débeis ficam perturbadas e desvairadas, as valentes fortificam-se e medram. É no conhecimento das leis superiores que estas vão beber a fé esclarecida, a confiança no futuro, a consolação na desgraça. Tal conhecimento produz benevolência para com os fracos, para com todos esses que se agitam ainda nos círculos inferiores da existência, vítimas das paixões e da ignorância; inspira tolerância para com todas as crenças. O iniciado sabia unir-se a todos e orar com todos. Honrava Brahma na Índia, Osíris em Mênfis, Júpiter na Olímpia, como pálidas imagens da Potência Suprema, diretora das almas e dos mundos. É assim que a verdadeira religião se eleva acima de todas as crenças e a nenhuma maldiz.
O ensino dos santuários produziu homens realmente prodigiosos pela elevação de vistas e pelo valor das obras realizadas, uma elite de pensadores e de homens de ação, cujos nomes se encontram em todas as páginas da História. Daí saíram os grandes reformadores, os fundadores de religiões, os ardentes propagandistas: Krishna, Zoroastro, Hermes, Moisés, Pitágoras, Platão e Jesus; todos os que têm posto ao alcance das multidões as verdades sublimes que fazem sua superioridade. Lançaram aos ventos a semente que fecunda as almas, promulgaram a lei moral, imutável, sempre e em toda parte semelhante a si mesma. Mas, não souberam os discípulos guardar intacta a herança dos mestres. Mortos estes, os seus ensinos ficaram desnaturados e desfigurados por alterações sucessivas. A mediocridade dos homens não era apta a perceber as coisas do espírito e bem depressa as religiões perderam a sua simplicidade e pureza primitivas. As verdades que tinham sido ensinadas foram sufocadas sob os pormenores de uma interpretação grosseira e material. Abusou-se dos símbolos para chocar a imaginação dos crentes e, muito breve, a idéia máter ficou sepultada e esquecida sob eles. A verdade é comparável às gotas de chuva que oscilam na extremidade de um ramo. Enquanto aí ficam suspensas, brilham como puros diamantes aos raios do Sol; desde, porém, que tocam o chão, confundem-se com todas as impurezas. O que nos vem de cima mancha-se ao contacto terrestre. Até mesmo ao seio dos templos levou o homem as suas concupiscências e misérias morais. Por isso, em cada religião, o erro, este apanágio da Terra, mistura-se com a verdade, este bem dos céus.
Pergunta-se algumas vezes se a religião é necessária. A religião (do latim religare, ligar, unir), bem compreendida, deveria ser um laço que prendesse os homens entre si, unindo-os por um mesmo pensamento ao princípio superior das coisas. Há na alma um sentimento natural que a arrasta para um ideal de perfeição em que se identificam o Bem e a Justiça. Este sentimento, o mais nobre que poderemos experimentar, se fosse esclarecido pela Ciência, fortificado pela razão, apoiado na liberdade de consciência, viria a ser o móvel de grandes e generosas ações; mas, manchado, falseado, materializado, tornou-se, muitas vezes, pelas inquietações da teocracia, um instrumento de dominação egoística.
A religião é necessária e indestrutível porque se baseia na própria natureza do ser humano, do qual ela resume e exprime as aspirações elevadas. É, igualmente, a expressão das leis eternas e, sob este ponto de vista, tende a confundir-se com a filosofia, fazendo com que esta passe do domínio da teoria ao da execução, tornando-se vivaz e ativa.
Mas, para exercer uma influência salutar, para voltar a ser um incitante de progresso e elevação, a religião deve despojar-se dos disfarces com que se revestiu através dos séculos. Não são os seus elementos primordiais que devem desaparecer, mas, sim, as formas exteriores, os mitos obscuros, o culto, as cerimônias. Cumpre evitar confundir coisas tão dessemelhantes. A verdadeira religião é um sentimento; é no coração humano, e não nas formas ou manifestações exteriores, que está o melhor templo do Eterno. A verdadeira religião não poderia ser encerrada dentro de regras e ritos acanhados; não necessita de sacerdotes nem de fórmulas nem de imagens.
Pouco se inquieta com simulacros e modos de adorar; só julga os dogmas por sua influência sobre o aperfeiçoamento das sociedades. Abraça todos os cultos, todos os sacerdócios, eleva-se bastante e diz-lhes: A Verdade ainda está muito acima!
Entretanto, deve-se compreender que nem todos os homens se acham em vias de atingir esses píncaros intelectuais. Eis por que a tolerância e a benevolência são coisas que se impõem. Se, por um lado, o dever convida-nos a desprender os bons espíritos dos aspectos vulgares da religião, por outro, é preciso nos abstermos de lançar a pedra às almas sofredoras, lacrimosas, incapazes de assimilar noções abstratas, mas que encontram arrimo e conforto na sua cândida fé.
Verifica-se, porém, que, de dia para dia, diminui o número dos crentes sinceros. A idéia de Deus, outrora simples e grande nas almas, foi desnaturada pelo temor do inferno e perdeu seu poder. Na impossibilidade de se elevarem até ao absoluto, certos homens acreditaram ser necessário adaptar à sua forma e medida tudo o que queriam conceber. Foi assim que rebaixaram Deus ao nível deles próprios, atribuindo-lhe as suas paixões e fraquezas, amesquinhando a Natureza e o Universo, e, sob o prisma da ignorância, decompondo em cores diversas os argênteos raios da verdade. As claras noções da religião natural foram obscurecidas a bel-prazer. A ficção e a fantasia engendraram o erro e este, preso ao dogma, ergueu-se como um obstáculo no meio do caminho. A luz ficou velada para aqueles que se acreditavam seus depositários e as trevas, com que pretendiam envolver os outros, fizeram-se em si próprios e ao seu redor. Os dogmas perverteram o critério religioso, e o interesse de casta falseou o senso moral. Daí um acervo de superstições, de abusos e práticas idólatras, cujo espetáculo lançou tantos homens na negação.
A reação, porém, anuncia-se. As religiões, imobilizadas em seus dogmas como as múmias em suas faixas, agora agonizam, abafadas em seus invólucros materiais, enquanto tudo marcha e evolve em torno delas. Perderam quase toda a influência sobre os costumes, sobre a vida social, e estão destinadas a perecer. Mas, como todas as coisas, as religiões só morrem para renascer. A idéia que os homens fazem da Verdade modifica-se e dilata com o decorrer dos tempos. Eis por que as religiões, manifestações temporárias, vistas parciais da eterna Verdade, tendem a transformar-se desde que já tenham cumprido a sua tarefa, e não mais correspondam aos progressos e às necessidades da Humanidade. À medida que esta caminha, são precisas novas concepções, um ideal mais elevado, e isso só poderá ser encontrado nas descobertas da Ciência, nas intuições crescentes do pensamento. Chegamos a uma época da História em que as religiões encanecidas aluem-se por suas bases, época em que se prepara uma renovação filosófica e social. O progresso material e intelectual desafia o progresso moral. Na profundeza das almas agita-se um mundo de aspirações, que faz esforços por tomar forma e aparecer à vida. O sentimento e a razão, essas duas grandes forças imperecíveis como o Espírito humano, de que são atributos, forças hostis até hoje e que perturbavam a sociedade com os seus conflitos, semeando por toda parte a discórdia, a confusão e o ódio, tendem, finalmente, a se conciliarem. A religião deve perder seu caráter dogmático e sacerdotal para tornar-se científica; a ciência libertar-se-á dos baixios materialistas para esclarecer-se com um raio divino. Surgirá uma doutrina, idealista em suas tendências, positiva e experimental em seu método, apoiada sobre fatos inegáveis. Sistemas opostos na aparência, filosofias contraditórias e inimigas, o Espiritismo e o Naturalismo, entre outras, acharão, afinal, um terreno de reconciliação. Síntese poderosa, ela abraçará e ligará todas as concepções variadas do mundo e da vida, raios dispersos, faces variadas da Verdade.
Será a ressurreição, sob forma mais ampla e a todos acessível, dessa doutrina que o passado conheceu, será o aparecimento da religião natural que renascerá simples, sem cultos nem altares. Cada pai será sacerdote em sua família, ensinará e dará o exemplo. A religião passará para os atos, para o desejo ardente do bem; o holocausto será o sacrifício de nossas paixões, o aperfeiçoamento do Espírito humano. Tal é a doutrina superior, definitiva, universal, no seio da qual serão absorvidas, como os rios pelo oceano, todas as religiões passageiras, contraditórias, causas freqüentes de dissidência e dilaceração para a Humanidade


[i]    Ver Essais sur l’Histoire des Religions, por Max Muller; La Mission des Juifs, por St-Yves d’Alveydre; Les Grands Initiés, por Ed. Schuré.
[ii]   Ver La Suggestion Mentale, por Ochorowicz.

5 de maio de 2012

Estudando a Mediunidade - Cap IX


9
Incorporação
Com o sugestivo nome de psicofonia, a mediunidade de Incorporação foi magnificamente estudada em Nos Domínios da Mediunidade.
Que é a incorporação ou psicofonia?
É a faculdade que permite aos Espíritos, utilizando os órgãos vocais do encarnado, transmitirem a palavra audível a todos que presentes se encontrem.
É a faculdade mais frequente em nosso movimento de intercâmbio com o mundo extracorpóreo.
É através dela que os desencarnados narram, quando desejam, os seus aflitivos problemas, recebendo dos doutrinadores, em nome da fraternidade cristã, a palavra do esclarecimento e da consolação.
Se não houvesse essas reuniões, que possibilitam a incorporação ou comunicação psicofônica, os obreiros da Espiritualidade teriam as suas tarefas aumentadas com o serviço de socorro às entidades que, nas regiões de sofrimento, carpem as aflições do remorso e do rancor.
Entidades superiores teriam que reduzir as próprias vibrações, a fim de se tornarem visíveis ou de se fazerem ouvidas aos irmãos Infortunados, e transmitir-lhes o verbo do reconforto, como, certamente, ocorria antes do advento do Espiritismo, que trouxe aos homens de boa vontade, através da oportunidade do serviço mediúnico, sublime campo para a exercitação do amor.
Os grupos mediúnicos têm, assim, valioso ensejo de colaboração na obra de esclarecimento dos Espíritos endurecidos, tornando-se legatários da majestosa tarefa que, antes, pertencia exclusivamente aos obreiros desencarnados.
Referindo-se aos benefícios recebidos pelos Espíritos nas sessões mediúnicas, é oportuno lembrarmos o que afirmam mentores abalizados.
Léon Denis, por exemplo, acentua que, no Espaço, sem a bênção da incorporação, os seus fluidos, ainda grosseiros, «não lhes permitem entrar em relação com Espíritos mais adiantados.
O Assistente Áulus, focalizando o assunto, esclarece que eles «trazem ainda a mente em teor vibratório idêntico ao da existência na carne, respirando na mesma faixa de impressões».
Emmanuel, com a sua palavra sempre acatada, salienta a necessidade do serviço de esclarecimento aos desencarnados, uma vez que se conservam, por algum tempo, incapazes de apreender as vibrações do plano espiritual
superiOr».
Evidentemente, embora vazadas em termos diferentes, há perfeita concordância nas três opiniões, o que vem confirmar o que para nós não constitui nenhuma novidade: a universalidade do ensino dos Espíritos Superiores.
No gráfico que ilustra o presente capítulo, tomamos por base uma comunicação grosseira, isto é, de entidade não esclarecida que, incapaz de perceber vibrações mais sutis, necessita da incorporação a fim de ver pelos olhos do médium, ouvir pelos ouvidos do médium, falar pela boca do médium...
Se os postulados da Doutrina nos ensinam semelhante verdade, os novos conhecimentos trazidos por André Luiz, inclusive através de «Nos Domínios da Mediunidade», levam-nos a aceitá-la pacificamente.
Vejamos como esse Amigo Espiritual descreve a incorporação de entidade de baixo padrão vibratório:
«Notamos que Eugênia-alma afastou-se do corpo, mantendo-se junto dele, a distância de alguns centímetros, enquanto que, amparado pelos amigos que o assistiam, o visitante sentava-se rente, inclinando-se sobre o equipamento mediúnico ao qual se justapunha, à maneira de alguém a DEBRUÇAR-SE NUMA JANELA.» A verdade doutrinária não se altera, pois inamovíveis são os fundamentos do Espiritismo: quanto mais materialidade, menos distância; quanto mais espiritualidade, mais distância.
A circunstância de verificar-se tão acentuada ímantação entre Espírito e médium, nas comunicações dessa natureza, aliada ao fato de o medianeiro refletir, em virtude da íntima e profunda associação das duas mentes, os pesares, rancores, aflições, ódios e demais sentimentos do comunicante, com dolorosa repercussão no organismo físico, induz-nos a opinar pelas seguintes abstenções de senhoras-médiuns nas tarefas de desobsessões:
a) — A partir do 3º mês de gestação.
b) — Pelo menos uma vez, ao mês, em dia por ela julgado inoportuno à realização de serviços mediúnicos mais pesados.
A abstenção referida na alínea «a» objetiva, inclusive, preservar o reencarnante das vibrações pesadas do comunicante, atendendo a que, estando a mente do filhinho intimamente associada à da futura mãe, naturalmente se associará, também, à do Espírito, já ligada a do médium consoante demonstração gráfica.
Se o médium tivesse sempre a certeza de que a sua faculdade seria utilizada, exclusivamente, por Espíritos Superiores, teríamos, evidentemente, suprimido a abstenção da alínea «a».
Na incorporação o médium cede o corpo ao comunicante, mas, de acordo com os seus próprios recursos, pode comandar a comunicação, fiscalizando os pensamentos, disciplinando os gestos e controlando o vocabulário do Espírito.
Reconhecemos — é bom que se diga — haver casos em que o médium não consegue exercer esse controle, por ser a vontade do comunicante mais firme do que a sua; todavia, temos de convir que o médium terá sempre meios de cultivar a sua faculdade, educando-a no sentido de, na própria expressão de Áulus, agir qual se fosse enfermeiro «concordando com os caprichos de um doente, no objetivo de ajudá-lo.
Esse capricho, porém, deve ser limitado, porque, consciente de todas as intenções do companheiro infortunado a quem empresta o seu carro físico», o médium deve reservar-se ao direito de corrigi-lo em qualquer inconveniência».
O pensamento do Espírito, antes de chegar ao cérebro físico do médium, passa pelo cérebro perispirítico, resultando disso a propriedade que tem o medianeiro, EM TESE, de fazer ou não fazer o que a entidade pretende.
A prova desse controle, que o médium desenvolvido exerce, está na revolta demonstrada pelo Espírito, ao completar-se a incorporação:
Vejo! Vejo!... Mas por que encantamento ME PRENDEM AQUI? Que ALGEMAS ME AFIVELAM a este móvel pesado?»
A explicação encontra-se na palavra do Assistente:
“O sofredor — disse o Assistente, convicto —, ao contacto das forças nervosas da médium, revive os próprios sentidos e deslumbra-se. Queixa-se das cadeias que o prendem, cadeias essas que em cinqüenta por cem decorrem da contenção cautelosa de Eugênia. »
Mais adiante, outra exclamação do Espírito:
«Quem poderá suportar esta situação? Alguém me hipnotiza? Quem me fiscaliza o pensamento? Valerá restituir-me a visão, manietando-me os braços?
«Fixando-o com simpatia fraterna, o Assistente informou-nos:
— «Queixa-se ele do controle a que é submetido pela vontade cuidadosa de Eugênia. »
A conclusão que o fato nos deixa é a de que a entidade, realmente alucinada, desejaria bater à mesa, gritar, expandir-se, etc.; entretanto, a vontade firme da médium a impede de realizar o seu objetivo. A educação mediúnica, aliada à melhoria interior, sob o ponto de vista moral, possibilita, indiscutivelmente, a disciplina do comunicado.
O médium negligente, ainda não suficientemente educado, favorece a turbulência nas comunicações de Espíritos violentos.
Sem exigir-se o impossível dos médiuns, porque ninguém se julgará com direito, em sã consciência, a semelhante exigência, é justo lhes seja lembrado que o aprimoramento espiritual, o devotamento, a bondade.. com todos e o desejo de servir conduzem o medianeiro ao maior controle da própria vontade, assegurando, assim, o êxito da tarefa.
( Estudando a Mediunidade - Martins Peralva - Cap. IX)

28 de abril de 2012

Palestra 30/04/2012

Palestra dia 30/04/2012 as 20:15 na Fraternidade Espirita Lar de Luz - FELLUZ
Expositor: Alessandro Micussi
Rua moeda, 26 - Santa Inês - Bh /MG
Próximo a estação do metro: José Cândido da Silveira. 
Reuniões Publicas todas as segundas - feiras de 20:00 as 21:15 
http://www.felluz.org.br/

26 de fevereiro de 2012

MÉDIUM HOMEM E HOMEM MÉDIUM - Simonetti



MÉDIUM HOMEM E HOMEM MÉDIUM


1 - O que é mediunidade?
Em sua expressão mais simples, trata-se da sensibilidade à influência do mundo espiritual. É o "sexto sentido ", que nos coloca em contato com o mundo dos Espíritos, assim como o tato, o paladar, o olfato, a visão e a audição nos colocam em contato com o mundo dos homens.

2 - Isso significa que todos somos médiuns?
Todos temos sensibilidade que nos habilita a receber influências espirituais. Nem todos, entretanto, somos suficientemente sensíveis para produzir fenômenos mediúnicos.

3 - O que determina essa diferença?
Imaginemos alguém vestindo compacta armadura que o impeça de ver e ouvir o que se passa ao seu redor. É o que ocorre conosco, quando reencarnamos. Vestimos denso traje de carne que
Página 16

inibe nossas percepções espirituais. O médium é alguém com uma abertura nessa "blindagem".

4 - Essa abertura é de ordem física? Está no corpo?
A mediunidade é uma faculdade espiritual, inerente a todos os Espíritos. Quando reencarnamos, fica sujeita às condições do corpo. Neste aspecto podemos dizer que é orgânica, porqüanto subordinada a uma estrutura física que não iniba o contato mais amplo com o mundo espiritual.

5 - Tem algo a ver com a hereditariedade?
A mediunidade não se subordina à genética. O intermediário entre os dois planos é alguém que foi preparado para isso no Mundo Espiritual, submetendo-se a estudos e operações magnéticas, bem como a uma adequação do corpo físico, de forma a ter a sensibilidade necessária.

6 - E quando os filhos de um médium experimentam fenômenos mediúnicos? Não há aí um componente genético?
Da mesma forma que temos famílias de músicos e de médicos, podemos ter famílias de médiuns, não por hereditariedade, mas por afinidade. São Espíritos afins. Ligam-se pelos laços da consangüinidade para realizar determinadas tarefas.
Página 17

7 - Como denominar esses dois tipos de sensibilidade maior e menor?
Podemos definir médium homem como uma condição inerente ao ser humano. Todos sofremos a influência dos Espíritos. E há o homem médium, o indivíduo dotado de uma sensibilidade maior, que o habilita ao intercâmbio com o Além.

8 - Não seria mais fácil usar termos diferentes para distinguir um do outro, o geral, do particular?
Não, porque não são faculdades distintas em essência. Apenas particularidades. Há pessoas que têm o chamado "ouvido musical"; reproduzem qualquer música, sem estudo; e há as incapazes de dedilhar a mais singela canção. Em ambos os casos, são características de uma mesma faculdade a audição. Algo semelhante acontece com a mediunidade. Todos temos "ouvidos" para o mundo espiritual; alguns "ouvem" melhor, habilitando-se à comunicação com os Espíritos.
(MEDIUNIDADE – TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER:RICHARD SIMONETTI)

15 de fevereiro de 2012

Livro Sementes da Renovação


Caminhe com proficiência pela senda do auxilio, amparando a todos os irmãos necessitados de amor e compreensão.
Prontifique-se a servir sempre, indo ao encontro dos desamparados e não apenas aguardando que eles venham a ti em busca de socorro.
Muitos se mantém inertes no mundo por sentirem-se desvalidos e não conseguirem encontrar forças para soerguerem-ser, portanto, não estenda a mão apenas, mas erga-os com sobriedade, para que possam manter-se perseverantes na jornada da redenção.
Auxilia, caminha e prossegue, o mundo é o educandário do espírito em busca da evolução e cada ato em auxilio ao próximo contabiliza grande possibilidade de crescimento para quem busca seguir o Mestre de amor.
(Pelo espírito Antônio Carlos Gonzaga)

7 de fevereiro de 2012

Livro: "A Caminho da Luz" - A Gênese Planetaria


A  GÊNESE  PLANETÁRIA

Emmanuel

A COMUNIDADE DOS ESPÍRITOS PUROS


Rezam as tradições do mundo espiritual que na direção de todos os fenômenos, do nosso sistema, existe uma Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades planetárias.
Essa Comunidade de seres angélicos e perfeitos, da qual é Jesus um dos membros divinos, ao que nos foi dado saber, apenas já se reuniu, nas proximidades da Terra, para a solução de problemas decisivos da organização e da direção do nosso planeta, por duas vezes no curso dos milênios conhecidos.
A primeira, verificou-se quando o orbe terrestre se desprendia da nebulosa solar, a fim de que se lançassem, no Tempo e no Espaço, as balizas do nosso sistema cosmogônico e os pródromos da vida da matéria em ignição, do planeta, e a segunda, quando se decidia a vinda do Senhor à face da Terra, trazendo à família humana a lição imortal do seu Evangelho de amor e redenção.


A CIÊNCIA DE TODOS OS TEMPOS

Não é nosso propósito trazer à consideração dos estudiosos uma nova teoria da formação do mundo. A Ciência de todos os séculos está cheia de apóstolos e missionários. Todos eles foram inspirados ao seu tempo, refletindo a claridade das Alturas, que as experiências do Infinito lhes imprimiram na memória espiritual, e exteriorizando os defeitos e concepções da época em que viveram, na feição humana de sua personalidade.
Na sua condição de operários do progresso universal, foram portadores de revelações gradativas, no domínio dos conhecimentos superiores da Humanidade. Inspirados de Deus nos penosos esforços da verdadeira civilização, as suas idéias e trabalhos merecem o respeito de todas as gerações da Terra, ainda que as novas expressões evolutivas do plano cultural das sociedades mundanas tenham sido obrigadas a proscrever as suas teorias e antigas fórmulas.
Lembrando-nos, porém, mais detidamente, de quantos souberam receber a intuição da realidade nas perquirições do infinito, busquemos recordar o globo terráqueo nos seus primeiros dias.


OS PRIMEIROS TEMPOS DO ORBE TERRESTRE

Que força sobre-humana pôde manter o equilíbrio da nebulosa terrestre,destacada do núcleo central do sistema, conferindo-lhe um conjunto de leis matemáticas, dentro das quais se iam manifestar todos os fenômenos inteligentes e harmônicos de sua vida, por milênios de milênios? Distando do Sol cerca de........ 149.600.000 quilômetros e deslocando-se no espaço com a velocidade diária de 2.500.000 quilômetros, em torno do grande astro do dia, imaginemos a sua composição nos primeiros tempos de existência, como planeta.
Laboratório de matérias ignescentes, o conflito das forças telúricas e das energias físico-químicas opera as grandiosas construções do teatro da vida, no imenso cadinho onde a temperatura se eleva, por vezes, a 2.000 graus de calor, como se a matéria colocada num forno, incandescente,
estivesse sendo submetida aos mais diversos ensaios, para examinar-se a sua qualidade e possibilidades na edificação da nova escola dos seres. As descargas elétricas, em proporções jamais vistas da Humanidade, despertam estranhas comoções no grande organismo planetário, cuja formação se processa nas oficinas do infinito.


A CRIAÇÃO DA LUA

Nessa computação de valores cósmicos em que laboraram os operários da espiritualidade sob a orientação misericordiosa do Cristo, delibera-se a formação do satélite terrestre.
O programa de trabalhos a realizar-se no mundo requeria o concurso da Lua, nos seus mais íntimos detalhes. Ela seria a âncora do equilíbrio terrestre nos movimentos de translação que o globo efetuaria em torno da sede do sistema; o manancial de forças ordenadoras da estabilidade planetária e, sobretudo, o orbe nascente necessitaria da luz polarizada, cujo suave magnetismo atuaria dacisivamente no drama infinito da criação e da reprodução de todas as espécies, nos variados reinos da Natureza.


SOLIDIFICAÇÃO DA MATÉRIA

Na grande oficina surge, então, a diferenciação da matéria ponderável, dando origem ao hidrogênio.
As vastidões atmosféricas são amplo repositório de energias elétricas e de vapores que trabalham as substâncias torturadas no orbe terrestre. O frio dos espaços atua, porém, sobre esse laboratório de energias incandescentes e a condensação dos matais verifica-se com a leve formação da crosta solidificada.
É o primeiro descanso das tumultuosas comoções geológicas do globo. Formam-se os oceanos, onde a água tépida sofre pressão difícil de descrever-se. A atmosfera está carregada de vapores aquosos e as grandes tempestades varrem, em todas as direções, a superfície do planeta,mas sobre a Terra o caos fica dominado como por encanto. As paisagens aclaram-se, fixando a luz solar que se projeta nesse novo teatro de evolução e vida.
As mãos de Jesus haviam descansado, após o longo período de confusão dos elementos físicos da organização planetária.


O DIVINO ESCULTOR

Sim, Ele havia vencido todos os pavores das energias desencadeadas; com as suas legiões de trabalhadores divinos, lançou o escopro da sua misericórdia sobre o bloco de matéria informe, que a Sabedoria do Pai deslocara do SOL para as suas mãos augustas e compassivas. Operou a escultura geológica do orbe terreno, trabalhando a escola abençoada e grandiosa, na qual o seu coração haveria de expandir-se em amor, claridade e justiça. Com os seus exércitos de trabalhadores devotados, estatuiu os regulamentos dos fenômenos físicos da Terra, organizando-lhes o equilíbrio futuro na base dos corpos simples de matéria, cuja unidade substancial os espectroscópios terrenos puderam identificar por toda parte no universo galáxico.
Organizou o cenário da vida, criando, sob as vistas de Deus, o indispensável à existência dos seres do porvir. Fez a pressão atmosférica adequada ao homem, antecipando-se ao seu nascimento no ,mundo, no curso dos milênios; estabeleceu os grandes centros de força da ionosfera e da estratosfera, onde se harmonizam os fenômenos elétricos da existência planetária, e edificou as usinas de ozone a 40 e 60 quilômetros de altitude, para que filtrassem convenientemente os raios solares, manipulando-lhes a composição precisa à manutenção da vida organizada no orbe. Definiu todas as linhas de progresso da humanidade futura, engendrando a harmonia de todas as forças físicas que presidem ao ciclo das atividades planetárias.    

O VERBO NA CRIAÇÃO TERRESTRE

A ciência do mundo não lhe viu as mãos augustas e sábias na intimidade das energias que vitalizam o organismo do Globo. Substituíram-lhe a providência com a palavra "natureza", em todos os seus estudos e análises da existência, mas o seu amor foi o Verbo da criação do princípio, como é e será a coroa gloriosa dos seres terrestres na imortalidade sem fim. E quando serenaram os elementos do mundo nascente, quando a luz do Sol beijava, em silêncio, a beleza melancólica dos continentes e dos mares primitivos, Jesus reuniu nas Alturas os intérpretes divinos do seu pensamento. Viu-se, então, descer sobre a Terra, das amplidões dos espaços ilimitados, uma nuvem de forças cósmicas, que envolveu o imenso laboratório planetário em repouso.
Daí a algum tempo, na crosta solidificada do planeta, como no fundo dos oceanos, podia-se observar a existência de um elemento viscoso que cobria toda a Terra.
Estavam dados os primeiros passos no caminho da vida organizada. Com essa massa gelatinosa, nascia no orbe o protoplasma e, com ele, lançara Jesus à superfície do mundo o germe sagrado dos primeiros homens.

Livro: A Caminho da Luz Médium: Francisco Cândido Xavier Espírito: Emmanuel

26 de janeiro de 2012

" Introdução do Sétimo livro psicografado"

" Introdução do Sétimo livro psicografado
com satisfaçao em nosso coraçao, comunicamos querecebemos autorizaçao dos amigos do plano espiritual e em breve estaremos disponibilizando mais um livro, assim como os seis anteriores, esse tambem é inteiramente gratis..."

Amigos em Cristo,
Nesta nova compilação de preces e orações, recebemos do nosso venerável irmão do educandário espiritual, belas e singelas orientações para servirem de luz a guiar nossos passos ainda tímidos pela estrada da purificação.
Neste novo livreto, somos agraciados com as singelas elucidações do sublime amigo e irmão do campo assistencial, que com simplicidade e amor, nos alenta o coração com suas palavras repletas de sabedoria e esperança.
Agradecemos a Deus que nos oportuniza o ensejo em servir-Lhe com presteza a cada instante de nossa existência, que nos concede o trabalho no campo do apostolado e que nos legou o roteiro para a perfeição ao enviar o amorável Mestre dos Mestres para semear pelo campo da redenção as sementes da fraternidade e do amor verdadeiro.
Seguindo os passos do Cristo, encontramos vários servidores fieis destes preceitos de união e amparo e que se dedicaram na propagação da Boa nova.
Diante de tantos arautos da fraternidade, alguns reconhecidos por suas obras, outros ainda anônimos para o mundo, mas todos dedicados tarefeiros e soberanamente humildes, que ansiavam sempre resplandecer a luz de seus corações ao atender os aflitos e auxiliar os necessitados, sempre pautados no Evangelho do amor.
Dentre tantos que aportaram neste plano físico, reconhecemos a dedicação deste simples homem, que se denominava ser o menor dentre os menores, mas que sempre se prontificou a servir sem questionar e mesmo reconhecendo as limitações que possuía, ainda assim fazia o seu melhor em nome do Pai.
Este pequeno livro é apenas uma compilação dos ensinos que o Mestre nos deixou e que este nosso venerando amigo segue com alegria e amor.
Agradecemos ao amigo e mestre que nos ensinou e nos ensina ate os dias de hoje, a sermos sempre humildes diante dos homens, pois assim seremos chamados filhos de Deus.
“Aprendamos a nos curvar diante dos reveses que encontramos pelo caminho existencial, pois a árvore que não se verga frente às investidas do vento em uma tempestade acaba por perder seus galhos e ser destituída da terra que lhe acolhe”.
Do sempre amigo e irmão em Cristo,
Antônio Carlos Gonzaga

8 de janeiro de 2012

"Antonio de Pádua"


Antônio de Lisboa ou de Pádua foi médium dos maiores: médium de materialização, de efeitos físicos, vidente, de transporte, de transfiguração, de curar, inspirado, audiente, de transmissão de fluidos, profético.
Efeito físico
Os Espíritos que assistiam Antônio na sua missão de evangelizador concediam-lhe aquela excepcional eloqüência, tão fora do comum, que Gregório IX admirara; mas, às vezes, tornavam suas vitorias mais vultosas, dando lugar a fenômenos que vencessem os incrédulos presentes e servissem para a conversão de outros, ausentes.
Alguns ímpios em Rimini, Itália convidaram Antônio para jantar em sua companhia.
Estes homens duvidavam da verdade do Evangelho, e, para experimentar a exatidão das palavras bíblicas e a força da Fé, que Antônio tanto enaltecia, envenenaram a comida.
Antônio, observador fiel daquele preceito do Cristo, que se assentava à mesa como os pecadores – porque “Não viera curar os sãos nem chamar os justos” (Mateus IX, 12-13), acedeu ao convite e foi.
Avisado, porem, pelos Espíritos seus Guias, de que a comida fora envenenada, Antônio os repreendeu brandamente por aquele ato e lhes perguntou: - “Por que me concebestes esta malicia e me fizestes esta traição?”
E um respondeu: - “Não o fizemos por mal intento, mas apenas para experimentar as verdades daquelas palavras do Evangelho que dizem, quando o Cristo apareceu na mesa dos discípulos: - Ao que crer, nenhuma beberagem mortífera fará mal”(Marcos, XVI, 14-18). Antônio começou a orar.
E um outro , julgando-o temeroso, acrescentou: - “Se este manjar não vos fizer dano, acreditaremos; se não o quiserdes comer,  é porque existem palavras falsas nas Escrituras.”
Antônio então lhes disse: - “Jesus ensinou que não se deve tentar o Senhor (Lucas,IV, 12). Isto que  me pedis, eu o faço, não para tentar a Deus, mas para provar a Fé, e para que conheçais a Verdade do Evangelho.”
E comeu o manjar envenenado, e nada sentiu, nem o atormentou no corpo.
E ganhou todas aquelas almas, mostrando-lhes que acima da peçonha material estão outras forças reveladas por intermédio da Palavra Divina.
(Trecho do livro  “Antônio de Pádua – sua Vida de Milagres e Prodígios”, de Almerindo Martins de Castro – FEB)

Obrigado pela Presença

Amigos em Cristo, agradecemos a presença, fiquem a vontade e sintam-se em casa, afinal esse espaço é de todos e para todos.
Deixe-nos sua opinião, critica e sugestão para assim melhorarmos esse nosso singelo cantinho de encontro fraterno.
envie-nos um e-mail espiritismoafontedoamoruniversal@hotmail.com


Evangelização Infantil

Visão Espírita do Carnaval

Conduza a sua leitura clicando no botão > .

GRUPO RELICARIO DE LUZ

GRUPO RELICARIO DE LUZ
Grupo Evangelização Espírita - Visitem esse blog amigo

Pensemos Nisso

O QUE MAIS SOFREMOS
O que mais sofremos no mundo –
Não é a dificuldade. É o desânimo em superá-la.
Não é a provação. É o desespero diante do sofrimento.
Não é a doença. É o pavor de recebê-la.
Não é o parente infeliz. É a mágoa de tê-lo na equipe familiar.
Não é o fracasso. É a teimosia de não reconhecer os próprios erros.
Não é a ingratidão. É a incapacidade de amar sem egoísmo.
Não é a própria pequenez. É a revolta contra a superioridade dos outros.
Não é a injúria. É o orgulho ferido.
Não é a tentação. É a volúpia de experimentar-lhe os alvitres.
Não é a velhice do corpo. É a paixão pelas aparências.
Como é fácil de perceber, na solução de qualquer problema, o pior problema é a carga de aflições que criamos, desenvolvemos e sustentamos contra nós.
(Espírito: ALBINO TEIXEIRA - Médium: Francisco Cândido Xavier - Livro: "Passos da Vida" - EDIÇÃO IDE)
__________________________________________________________

Vale a pena assistir

Vale a pena assistir

Documentário Peixotinho

________________________________________________________

Mensagem de Reflexão

"A fé ilumina, o trabalho conquista, a regra aconselha, a afeição reconforta e o sofrimento reajusta; no entanto, para entender os Desígnios Divinos a nosso respeito, é imperioso renovar-nos em espírito, largando a hera do conformismo que se nos arraiga no íntimo, alentada pelo adubo do hábito, em repetidas experiências no plano material".

Livro Palavras De Vida Eterna - Francisco Xavier pelo espírito de Emmanuel



O Livro dos Espíritos on line

O Livro dos médiuns on line

O Evangelho Segundo o Espíritismo on line

O Céu e o Inferno on line

A Gênese on line

Obras Póstumas on line

Estudos e Palestras

Agua from PAN1911